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Oscar Ribeiro de Godoy

 

BENEDITO OLÍMPIO MIRANDA

Casa onde morou o Sr. Benedito Olímpio Miranda, situada na Av. Macedo Soares, em Vila Capivari,

próximo ao Market Plaza.

 

O início da construção de Abernéssia contou com dois patrocinadores: O Sr. Roberto Reid, que deu o nome ao bairro por ser sua cidade natal na Escócia e o português João Maquinista, como era chamado, que foi dono de quase toda a área da região.

Assim, em terrenos desse português foi aberta a avenida que margeia a estrada de ferro do lado de baixo. Ali o João Maquinista construiu vários chalés, todos feitos de pinho da própria região e muito confortáveis. O próprio João Maquinista morava em um deles. Ainda hoje, após algumas reformas, devem existir alguns desses chalés no terreno.

Minha mãe era amiga da esposa do português. Quando, por algum motivo qualquer, nós não podíamos prosseguir viagem até a Guarda, nos hospedávamos nos chalés.

Era interessante notar que o casal, ainda que morando na mesma casa, não se falava. A esposa ocupava a casa toda e a ele cabia somente o espaço de um quarto que nunca era aberto para nada. Entrava e saía do mesmo, fechando sempre a porta com chave. No quarto fazia as refeições, que consistiam em latarias e conservas. O João Maquinista dizia que a mulher queria envenená-lo e, por isso, não comia nada que fosse feito por ela.

Defronte a atual Estação de Abernéssia havia um armazém muito bem abastecido, que pertencia ao Sr. Vieira Ferraz, dono de outras casas de comércio em Pindamonhangaba. Esse armazém que possuía em Campos do Jordão estava sempre com grande movimento. Além de outros funcionários, havia um balconista, ainda garoto e muito atencioso com os fregueses e colegas. Era o Sr. Benedito Olímpio Miranda que, tanto trabalhou para o negociante de Pinda, que acabou dono da casa. Fez modernizações, organizou e ampliou o estabelecimento, de acordo com a época.

Mais tarde, mudou-se para Capivari, instalando-se numa esquina bem no centro do bairro.

Durante muitos anos, fomos fregueses e sempre nos entendemos muito bem. Benedito sabia ser comerciante numa cidade de turismo, pois atendia a todos com cortesia e resolvia tudo que se necessitasse, desde o mais fino vinho até arame farpado, tintas e vernizes.

Tínhamos com ele, no armazém, uma conta interminável, com pagamentos mensais e todas as nossas despesas da fazenda eram anotadas com escrituração exata, sem nunca cometer enganos ou desonestidade. Além disso, estava sempre pronto a atender a todos que necessitassem de seus préstimos.

Residiu durante muito tempo na rua que sobe do centro de Capivari para o Hotel Chateau, onde também dava guarida ao seu fiel empregado, Sr. Moreira, um homem baixinho, careca, atencioso, merecedor da confiança plena do patrão. Com ele também mantivemos estreita cordialidade.

Benedito Olímpio Miranda teve muitos bens e chegou a adquirir grandes áreas de terras nos arredores de Campos. Constituiu grande família, com muitos filhos. Hoje estão todos casados e com propriedades aqui na cidade. Foi um homem bom, honesto e trabalhador como poucos e assim considerando, julgo necessário lembrar o quanto fez, com seu trabalho incansável, para o progresso da cidade que o acolheu de braços abertos.

 

 

 

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