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Oscar Ribeiro de Godoy

 

CORONEL RUBENS TEIXEIRA BRANCO

Colônia de Férias da Policia Militar do Estado de São Paulo - Campos do Jordão, construída pelo
Coronel Rubens Teixeira Branco, enquanto Presidente do Clube Militar.

 

Fomos colegas no Ginásio do Estado, que funcionava ao lado do Jardim da Luz, no edifício onde, hoje, está instalado o Museu de Arte, no início da Avenida Tiradentes. Era o único ginásio oficial que havia na cidade de São Paulo.

Certa vez, convidei o amigo Rubens para passar as férias escolares na fazenda, em Campos do Jordão (naquela época, já estávamos no Rancho Santo Antônio). Ao conversarmos a respeito da viagem, sua mãe me perguntou se seria necessário levar arma de fogo, tal a sua preocupação em deixar o filho ir para um lugar tão distante.

Aqui, andávamos por toda parte a pé ou a cavalo. Recordo-me que, em um desses passeios, enquanto me ocupava com algum problema da fazenda, deixei-o na estrada, e ele, enquanto esperava, gravou numa árvore as letras “LO”, iniciais do nome de sua amada, que mais tarde vim a conhecer já como sua esposa.

Dessa sua viagem à nossa terra, tomou-se de amor por Campos do Jordão e, mais tarde, oficial graduado da Polícia Militar do São Paulo e Presidente do Clube Militar, realizou o grande empreendimento de construir a Colônia de Férias da Polícia Militar, por demais conhecida entre nós. Várias vezes, estive ali a seu convite e pude avaliar a sua luta para que a Colônia funcionasse e atendesse a seus hóspedes, militares e civis, satisfatoriamente, como o vem fazendo até hoje. Não só os serviços são de primeira categoria, mas também a beleza panorâmica da localização é uma das mais belas de Campos do Jordão. Tudo resultado do trabalho e dedicação do Cel. Rubens.

Após o curso ginasial, tomamos rumos diferentes. Ele, talvez influenciado pelo contínuo convívio com militares na loja de seu pai, chamada Grande Amazonas, especializada em artigos militares, seguiu a carreira. O gosto pelas armas já se manifestara no curso secundário. Ali, havia as chamadas Linhas de Tiro, destinadas a dar instrução militar aos estudantes enquanto faziam os cursos, de forma que, uma vez formados, ficariam dispensados de convocação.

O Rubens logo passou a auxiliar direto do Sargento Paulo, responsável pela nossa Linha de Tiro. Era de muito rigor em todas as suas determinações. Cuidava de tudo com muito carinho e nos obrigava a manter limpos e brilhantes velhos fuzis não mais calibrados.

Certa ocasião, num acampamento que fizemos na região de Pinheiros, chovia muito e, sentindo-me adoentado, abandonei a tropa, tomei um táxi e voltei para casa. Ao chegar no ginásio, dias depois, tremendo de medo da reprimenda que, por certo, receberia do Sargento Paulo e pensando até em expulsão da Linha de Tiro, fui avisado pelo Rubens que, controlando as freqüências e faltas da turma, ele fez com que o Sargento não tivesse conhecimento da minha fuga, assim me livrando do merecido castigo.

Na sua casa em São Paulo, sempre fui recebido com grande afeto e destacada consideração. Sua esposa dedicou-se a ele com amor e carinho por toda a vida. A paixão que lhe despertara ainda jovem, a qual testemunhei com a inscrição “LO”, que ainda deve estar gravada naquela árvore, foi correspondida, apesar da vida de militar e do apego aos seus deveres profissionais, como poucos faziam.

O Cel. Rubens teve valiosa ação na Polícia Militar, chegando, no governo Jânio Quadros, a exercer o comando da milícia, revelando-se, então, a sua alta capacidade administrativa e disciplinar pelo muito que fez pela tropa a que tanto se dedicara com amor e retidão.

Fiquei chocado ao receber a notícia de seu falecimento no dia 19 de agosto de 1996. Hoje, lamento muito as visitas combinadas que não se realizaram pelas inevitáveis dificuldades de nossas idades. Sendo assim, presto a minha homenagem ao amigo querido e cidadão honrado que foi o Cel. Rubens Teixeira Branco.

 

 

 

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