Embora a finalidade desta foto seja relembrar antiga decoração de nosso saudoso Natal jordanense do ano de 1979, o pinheiro que nela aparece tem muito a ver com grande parte das fotos desta semana.
O pinheiro é uma árvore de crescimento muito lento. Para que se torne adulto, leva, em média, em torno de vinte anos. Quando foi plantado, em 1945, já tinha uns dois anos de idade. Com certeza, esse magnífico e saudoso pinheiro adornou nossa Praça da Bandeira de Vila Abernéssia, por mais de cinco décadas. Durante vários anos, foi muito bem utilizado pelos setores competentes da nossa Prefeitura Municipal de Campos do Jordão, que, contando com pequenos e reduzidos recursos financeiros para empregar na decoração natalina anual, nele colocava cordões de lâmpadas coloridas para enfeitá-lo no mês de dezembro, em homenagem ao Natal.
Infelizmente, hoje só nos resta a saudade desse pinheiro lindamente decorado para o Natal. Felizmente, ainda nos resta esta foto, para podermos relembrar e vislumbrar a sua beleza, embora enchendo nossos corações de eterna saudade.
Como disse o grande amigo Paulo Tadeu Vieira Pinto, quando viu a fotografia que coloquei no “facebook” no Natal de 2011: “...árvore de Natal tão linda que o vento levou... infelizmente”.
Felizmente, no ano de 1996, no lugar desse pinheiro tombado, foi plantado um novo pinheirinho. Atualmente ele já cresceu bastante. Já está com mais de quinze anos. Precocemente, já está produzindo pinhas e pinhões. Ainda requer cuidados, portanto, seria temerária sua decoração nos moldes da colocada no saudoso pinheiro anterior.
Vejam abaixo um pouco da história real desse saudoso e lindo pinheiro que, o vento, infelizmente, levou...
No segundo semestre do ano de 1945, em meio a comovente solenidade popular a população Jordanense aguardava, entusiasticamente, a chegada triunfal de dois heróicos soldados expedicionários, dos três que partiram com a Força Expedicionária Brasileira - F.E.B., ex-combatentes na memorável campanha da F.E.B., no teatro de operações da Itália, na IIª Guerra Mundial. Eram eles, José Garcia de Mello, mais conhecido como Zé Jiló, Vicente Francisco de Paula.
O soldado José Garcia de Melo, o conhecido Zé Jiló, infelizmente, não pode comparecer nessa solenidade, para receber as homenagens do povo Jordanense. Estava hospitalizado na cidade de São Paulo, para tratamento de ferimentos e traumatismos ocasionados pela Guerra.
O terceiro Antonio Bento de Abreu, infelizmente, porém heroicamente, falecera nos campos de batalha da Itália.
Na oportunidade, após o desembarque do soldado Vicente Francisco de Paula, na estação ferroviária de Vila Abernéssia, da Estrada de Ferro Campos do Jordão, foi plantado bem no centro da Praça da Bandeira de Vila Abernéssia, um pinheiro do tipo araucária angustifolia, ou brasiliensis, dedicado aos soldados expedicionários de Campos do Jordão.
Ao contrário do que muitos pensam, os dois pinheiros laterais, plantados, bem posteriormente, não têm qualquer relação com a homenagem prestada aos expedicionários jordanenses. Estes foram plantados por escolares no Dia da Árvore. Antigamente, para constatar esta veracidade, bastava verificar, “in loco”, que o pinheiro central era mais velho que os dois das laterais.
Até o ano de 1994, esse pinheiro central, era chamado de “Pinheiro do Expedicionário”.
Lamentavelmente, no dia 16 de maio de 1994, uma tremenda tempestade assolou Campos do Jordão. A forte chuva e as fortíssimas rajadas de ventos causaram grandes prejuízos em diversos prédios, casas e árvores de grande parte da cidade, especialmente, na área central de Vila Abernéssia.
Nessa infausta e inesquecível oportunidade, os fortes ventos acabaram por derrubar dois dos pinheiros existentes na nossa Praça da Bandeira de Vila Abernéssia, dentre eles, o histórico “Pinheiro do Expedicionário”, existente no centro da praça e outro situado à direita de quem olha de frente para ela.
Edmundo Ferreira da Rocha
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