Foto provavelmente do mês de setembro do ano de 1942, mostrando o início das obras as obras da construção do “Campos do Jordão Cine Ltda.”, o novo cinema de Campos do Jordão, posteriormente, inaugurado como o nome de “Cine Glória”.
Ao fundo, à esquerda, o prédio sobrado que pertencia ao Pensionato Maria Auxiliadora, demolido posteriormente, ficando somente a parte térrea onde, até a década de 1970, funcionou o Pensionato de mesmo nome, nos últimos quinze anos, sob a direção da Sra. lídia Mukai, depois, Feurukau. Mais ao centro, o prédio onde esteve instalado por vários anos, o “Hotel Vista Alegre” e, posteriormente, a residência da família Domingues Pereira, formada pelo casal Sr. Julio Domingues Pereira e Dona Alvina. Atualmente esse prédio pertence ao Sr. Silvio Rios, o conhecido Bolinha da antiga INCOS e do Banco do Estado de São Paulo - BANESPA.
OBS: Foto gentilmente cedida pela Família Richieri.
Um pouco da história do Cine Glória
Em 8 de março de 1942, reuniu-se a sociedade para deliberar sobre a compra de um terreno a fim de edificar um novo cinema. Uma comissão constituída por Lourival Francisco dos Santos, Aristides de Souza Mello, Luiz de Mello Matos, Paschoal Olivetti e Pedro João Abitante, foi nomeada para a escolha e avaliação de um terreno.
Bady Salim propôs à Sociedade a venda do prédio do Cinema Jandyra, do qual era proprietário, juntamente com madame Desiré Pasquier.
Opôs-se à idéia Nelson Gonçalves Barbosa, e a sociedade acabou optando pela compra de um terreno de 2.470m2, ao lado da Prefeitura.
Em abril de 1942, subscreviam quotas da sociedade Lourival Francisco dos Santos, Joaquim Pinto Seabra, Pedro Paulo, Horácio Padovan, José Carvalho Jr., Luiz de Mello Mattos, Rubens R. Pinheiro, Antonio Jorge Marques, Délio Rangel Pestana e Olavo Martins Parreira.
Outra comissão fora nomeada para a elaboração do projeto de construção do novo cinema: Alexandre Mac Kerrow, Luiz Villares, Luiz de Mello Mattos, Américo Richieri e Floriano Pinheiro, tendo o prefeito Lourival Francisco dos Santos se comprometido a abrir uma estrada em frente ao terreno.
Em 28 de agosto de 1942, era autorizado o início das obras, que, graciosamente, foram administradas pela Sociedade Construtora de Campos do Jordão, empresa de construção civil, montada em 25 de março de 1942, e constituída por Alexandre Mac Kerrow, Floriano Pinheiro, Alfredo Barros do Amaral, Alberto Veiga Filho e Luiz José de Carvalho e Melo Mattos. Em 1943, Campos do Jordão Cine Ltda. era transformada em sociedade anônima com base em um estudo encomendado ao Dr. Luiz Nazareno de Assumpção.
A empresa, para a construção do prédio do novo cinema, valeu-se de empréstimos do Banco de Itajubá e do Dr. Lincoln Ferreira Faria.
Trabalhou como empreiteiro de obras no novo cinema, Francisco Bento Filho.
Concluído o prédio, Joaquim Correa Cintra continuou a desempenhar as funções de gerente.
Conta-se que houve uma eleição para a escolha do nome da nova casa de espetáculos. Arthur Ramozzi apresentou sua sugestão, Cine Glória e Joaquim Correa Cintra, Cine Vitória.
Posta em votação, ganhou a primeira proposta.
Anos mais tarde, o acervo da empresa “Campos do Jordão Cine Ltda.” foi transferido à Cia. de Cinemas do Vale do Paraíba que manteve o Cine Glória aberto até agosto de 1981, tendo sido seus últimos gerentes Romeu Godoy, Sebastião Cintra, José Pinheiro Silva e Roberto Félix da Silva.
O edifício do Cine Glória foi desapropriado em 1984 pelo prefeito João Paulo Ismael e transformado em 1985 no Espaço Cultural “Dr. Além”.
Infelizmente, por falta de freqüência e retorno financeiro, o Cine Glória foi desativado para tristeza de seus poucos freqüentadores. O cinemascope no antigo Cine Glória foi inaugurado em agosto de 1955, com o filme “O Príncipe Valente”.
Do livro “História de Campos do Jordão”, da autoria do Advogado, jornalista, escritor e historiador Pedro Paulo Filho - Editora Santuário - 1986 - Páginas 466 e 467.
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