Capivari através das décadas


Capivari através das décadas - FS79 - 00

Uma visão da Vila Capivari através das décadas.

Nas fotos a seguir estarei mostrando as visíveis mudanças ocorridas no cenário da Vila Capivari através das décadas.

Através das fotos de 1925 até 2011, é possível ver quanta coisa mudou na pacata Vila Capivari do ano de 1925 até a turbulenta Capivari do ano de 2011.

Não somente a quantidade de casas e prédios aumentou visível e assustadoramente, mas também, o tipo e a quantidade da vegetação existente.

É bem visível, nas fotos dos anos de 1925 até início da década de 1950, que a vegetação existente, era pouco intensa, localizando-se nas confluências dos morros onde, normalmente existe um pequeno regato ou rio e quedas d´água. Nesses locais, estavam concentradas as vegetações de médio e grande porte, típicas destas paragens da Serra da Mantiqueira. Dentre as de médio porte, as quaresmeiras, manacás da serra, samambaiaçus, os carafás e de grande porte, os pinheiros (araucária angustifolia ou araucária brasiliensis) e os pinhos-bravos (podocarpus lambertii).

A origem do nome da cidade é baseada em sua história. Com a morte do desbravador dessas terras situadas na Serra da Mantiqueira, no ano de 1823, os herdeiros de Inácio Caetano Vieira de Carvalho, acabaram hipotecando a sesmaria ao brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão. Muito tempo depois, o próprio brigadeiro Jordão, que mantinha a posse dessas terras por meio de hipoteca, veio adquiri-las nas proximidades do dia de Natal. Em conseqüência desse fato e ligado à data, o povo que aqui morava passou a denominar essas terras de Fazenda Natal. Com o passar do tempo, quando iam se referir a estas terras, já não mencionavam mais Fazenda Natal, e sim aos Campos, e quando alguém perguntava “Que Campos?”, respondiam: Os Campos do Jordão.

No passado, em grande parte da nossa área geográfica, os morros, os vales e os campos mencionados na história, responsáveis pelo nome da cidade: Campos do Jordão; eram cobertos por vegetação rasteira, os chamados campos de serrado, predominando as gramíneas e capins diversos, inclusive a famosa vassourinha, pequena vegetação de pouco mais de 10 a 15 centímetros de altura, que deixava os campos todos floridos com diversas tonalidades róseas, quase sempre nas proximidades do carnaval, no final dos meses de fevereiro e começo de março. Felizmente, no que restou de nossos morros, ainda podemos ver esse espetáculo, embora bem reduzidamente.

A partir da década de 1950 é visível o grande aumento da vegetação existente, passando ocupar os topos dos morros, campos e vales onde, anteriormente, predominavam as gramíneas e capins diversos.

É importante mencionar que a grande maioria da vegetação introduzida na paisagem jordanense, é diferente da vegetação nativa dos Campos do Jordão. Em nossa paisagem foram introduzidas diversas espécies de vegetação importada como: o plátano, o liquidâmbar, os áceres, os “pinus” de diversas espécies e procedências, magnólias, rododendros, diversos tipos de cedros, enfim, vários tipos de vegetação que engrandeceram e embelezaram nossa paisagem, mas também, várias espécies de vegetação que trouxeram, inclusive, vários prejuízos ao nosso clima privilegiado.

Com relação à quantidade de casas e prédios, as imagens comprovam o grande crescimento ocorrido no período. Como sempre, a grande maioria dos prédios e casas construídas, procura valorizar o que há de melhor na arquitetura em estilo alpino e montanhês, embora, algumas, lamentavelmente, fujam totalmente desse estilo privilegiado.

Como é previsível, devido à grande procura de Campos do Jordão, especialmente da Vila Capivari, local preferido pelos turistas que freqüentam a cidade, muitos dos quais aqui construíram suas casas, residências e mansões, aproveitadas pela família e amigos, em períodos de férias e descanso, houve grande aumento dos loteamentos implantados. Também, a quantidade de hotéis e pousadas instaladas para receber os turistas que nos visitam anualmente, cresceu bastante. A própria população da cidade cresceu muito. Consequentemente houve acréscimo bastante acentuado em todo nosso sistema viário.

Edmundo Ferreira da Rocha

 

 

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