Esta foto histórica, do início da década de 1950, mostra o início e formação da famosa Pérgula das Glicínias, situada na Praça das Bandeiras, a principal de Vila Abernéssia, localizada em frente ao Palacete Olivetti, na época, sede da “Pensão- Sanatório Campos do Jordão”, para doente acometidos de tuberculose. Na foto, Norma e Celeste Gonçalves Abrantes.
OBS: Foto gentilmente cedida pela amiga Celeste Gonçalves Abrantes.
Um pequeno histórico da Pérgula das Glicínias.
No final da década e 1940 ou início da década de 1950, no jardim de Vila Abernéssia, localizado na Praça das Bandeiras, havia uma linda e admirada pérgula em formato arredondado e totalmente cercada de várias mudas ou “cipós” de glicínias, cujos troncos tinham quase dez centímetros de diâmetro, o que demonstra a sua antiguidade. No interior dessa pérgula havia um pequeno aquário com peixinhos brancos e vermelhos, muito admirados pelos frequentadores desse local. Essa pérgula, totalmente coberta pelos múltiplos galhos das glicínias, e que tinha como sustentáculos troncos de pinheiro araucária e armações de ferro, na época da primavera, ficava totalmente coberta pelos cachos de flores, de tonalidades variadas de lilás e roxo, sendo o principal ponto de atração dessa praça. Eram espetáculos anuais maravilhosos que deixaram muita saudade para os jordanenses e turistas que frequentaram Campos do Jordão naquelas décadas. As pessoas costumavam ficar sentadas nas muretas de pedra que circundavam a pérgula, especialmente no início das tardes. Os cachos de glicínias iluminados pela tênue luz do Sol das tardes ficavam parecendo cachos lilases e roxos de pura porcelana.Tão grande como esse grande espetáculo de luz e cores era o espetáculo do perfume que exalava das flores das glicínias. Que perfume maravilhoso, inebriante, único e inesquecível para todos, especialmente para os casais enamorados que procuravam esse local para pronunciarem suas juras de amor e de paixão.
Infelizmente, em meados da década de 1960, as cortinas desse maravilhoso palco de paz, grandiosidade e beleza, que nos proporcionou lindos espetáculos, foram fechadas para sempre. As lindas glicínias foram implacavelmente cortadas pelos machados dos inexperientes e insensíveis. Seus troncos inertes foram levados para algum lugar para serem aproveitados como lenha e suas ramagens menores jogadas em algum canto por aí. Não tiveram nem o cuidado de esperar a época certa para evitar esse ato criminoso. Esse ato poderia ter sido evitado, se, na época certa, com o devido cuidado, tivessem arrancado criteriosa e tecnicamente todas essas glicínias que poderiam ter sido reaproveitadas e plantadas em algum outro local previamente preparado para recebê-las, aqui em nossa cidade, dando continuidade aos nossos espetáculos anuais.
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