O lindo canário-da-terra


O lindo canário-da-terra - FS11 09

O maravilhoso canário-da-terra, numa determinada época, até aos anos 1970, foi bastante abundante nestas paragens de Campos do Jordão. Voavam por toda nossa cidade. Eram lindos, espeialmente os machos, de coloração predominantemente alaranjada no corpo e a cabeça levemente avermelhada. Grande cantor que nos deixava encantados com seus trinados melodiosos, dando vida à nossa vegetação nativa, onde estava sempre, à procura do assa-peixe ou cambará-guaçu, arbusto de folhas oblongas, amplas e membranáceas, grande produtor de flores violáceas-pálidas reunidas em capítulos densos e numerosos que, depois de secos produzem pequeninas sementes especiais para a boa alimentação dos canários-da-terra, pintassilgos e coleirinhas.

Lamentavelmente, devido à caça constante, desrespeitosa e sem critérios, esses maravilhosos pássaros eram pegos em grandes quantidades. Eram caçados em açalpões e outros tipos de armadilhas onde eram usados os visgos, espécie de massa aderente feita com o leite, acredito que cozido ou defumado, colhido após ranhuras feitas nos troncos e galhos das figueiras. Esse visgo era colocado em pequenas varetas de bambu e afixadas nas gaiolas onde sempre existia uma “chama”, pássaro da mesma espécie que acostumado a cantar, ficava cantando com muita frequência causando muita curiosidade aos pássaros que estavam soltos nas proximidades. Os coitados dos canários-da-terra, iludidos com o canto das “chamas”, acabavam se aproximando e pousando nessas varetas e não conseguiam mais sair, ficando com as patinhas presas nessa massa colante. Em seguida, os pássaros presos ao visgo eram retirados com muito cuidado e colocados em gaiolas sobressalentes. Assim, grande quantidade desses e de outros pássaros que também já desapareceram de nossas terras, eram aprisionados em viveiros e gaiolas, em casas particulares. Também, grandes quantidades desses pássaros eram caçados para serem vendidos para diversos outros colecionadores de outras cidades.

Assim, hoje, lamentavel e dificilmente um exemplar e visto por estas paragens.

Edmundo Ferreira da Rocha - 18-11.2010

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Emberizidae
Género: Sicalis
Espécie: S. flaveola
Nome binomial
Sicalis flaveola
(Linnaeus, 1766)

O canário-da-terra-verdadeiro ou canário-da-terra (Sicalis flaveola) é uma espécie de ave da família Emberizidae. Originário da América do Sul, é encontrado na Colombia, Equador, Venezuela, Peru, Brasil e Argentina. No Brasil, podemos o encontrar no Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná , Mato Grosso e Goiás.

Os filhotes são da cor cinzenta ou parda, independente do sexo. Quando adultos, os machos têm cor predominante amarela, principalmente na cabeça com tons avermelhados, e as fêmeas tomam um tom pardo ou amarelo misto com estrias escuras. Os machos podem brigar entre si por fêmeas – que normalmente atiçam as brigas – até à fuga de um dos canários. Tanto os machos quanto as fêmeas cantam, sendo que as últimas alcançam menor diapasão. A alimentação é tipicamente constituída de sementes (como alpiste) e vegetais folhosos. Alcançam um tamanho de 13,5 centímetros.

O canário-da-terra faz ninho, na natureza, em cavidades, chegando a utilizar frequentemente, ninhos abandonados de joão-de-barro, assim como crânios de gado dispostos para tal em estacas. Há referências a ninhos colocados no telhado das casas. São muito agressivos na defesa do ninho, chegando a atacar aves maiores que dele se aproximem. Em cativeiro, muitas vezes reproduzem-se em gaiolas de 70x40x30 cm, com uma caixa para ninho com 15 cm de lado e que tenha um furo para entrada. Normalmente, podem ser utilizados sacos de estopa cortados e desfiados para que a fêmea confeccione o ninho.

É um passáro muito utilizado em rinhas de briga, onde as lutas podem durar até 25 minutos sem intervalos, é uma pratica ilegal e cruel.

Por ser um pássaro nativo do Brasil, é necessária uma licença do IBAMA para a criação em cativeiro.

Fonte: Wikipedia - A Enciclopédia livre

 

 

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