Sanatório São Cristovão


Sanatório São Cristovão - FS11 11

Desde 1929, a Sociedade Beneficente dos Chauffeurs do Estado de São Paulo vinha procurando obter do Dr. José Carlos de Macedo Soares, a doação de uma área de terras, em Campos do Jordão, para a edificação de um sanatório para tuberculosos. Interessante é que, para esse mistér, os contatos eram feitos através do motorista particular do Embaixador, João da Silva Pinto.

De fato, não demorou muito para a Sociedade receber a doação pretendida, consubstanciada em uma área de 13 alqueires, situada na extinta Fazenda Santa Mathilde, do Dr. José Carlos de Macedo Soares.

O lançamento da pedra fundamental do Hospital deu-se aos 27 de junho de 1931.

Um dos presidentes da Sociedade e diretor-fundador, José Ramos Paiva, relatou: “No ano de 1931, uma caravana de conselheiros dirigiu-se a Campos do Jordão para assistir aquela solenidade. A comitiva, constituída de 30 pessoas, partiu de São Paulo, às 9 horas da manhã, e só veio a chegar em Campos, no meio da madrugada.

Muitos carros não dispunham de correntes nos pneus e foram obrigados a retornar a Pindamonhangaba, sem conseguir alcançar o Alto da Serra; somente 6 conselheiros conseguiram chegar ao local das obras, pois a trilha era mais para carros de boi que para automóveis.

O último carro chegou às 4 horas da madrugada”.

Dos poucos que chegaram, Albano Augusto do Vale e José Ramos Paiva, hospedaram-se numa pensão em Vila Capivari.

No dia seguinte, 28 de junho de 1931, o Interventor Federal em São Paulo, Dr. João Alberto, que se encontrava em Campos do Jordão, para a inauguração do Preventório Santa Clara, aproveitou a oportunidade e assistiu à solenidade.

Nessa noite caiu uma terrível geada que congelou completamente as roupas dos varais, deixando a população e visitantes enregelados. A sociedade gastou 50 contos para a construção da primeira casa de repouso, no estilo da atual casa n° 1, do Recanto São Cristóvão.

Conta Ramos Paiva, que logo a Diretoria do Preventório Santa Clara começou a reclamar ao Embaixador Macedo Soares “da má vizinhança daqueles chauffeurs.”

Foi um mal que veio para bem, pois, além de indenizados, Macedo Soares chamou, então, o Presidente, Domingos Mantovani, e pediu que ele escolhesse 6 alqueires em Vila Mathilde, que seriam doados à Instituição, como de fato o foram, em 1933.

Foi a partir daí que se iniciaram, realmente, as obras do Sanatório São Cristóvão, e como cada presidente que assumia, pedia ao Embaixador mais um pedaço de terras, a Sociedade acabou ficando com 15 alqueires, a gleba total, atual.

Em 1939, a fim de propiciar a aquisição de um aparelho de Raios X, a Sociedade desfez-se de 2 alqueires.

Os recursos eram canalizados para a construção do Sanatório, por via de convescotes organizados pelos conselheiros e diretores, até que, em 10 de junho de 1934, foi inaugurado o Sanatório São Cristóvão.

O médico Osório Pinto de Oliveira, diretor clinico desde 1945, contou: “... foi um começo muito difícil. Um grupo de homens, ainda não bem realizados na vida, se reuniram, certa feita, num pequeno quarto, em São Paulo, tendo como mobiliário, toscos caixotes, para constituir uma sociedade beneficente, entregando-se a ela de corpo e alma.

Depois de muita luta, alegres e entusiastas, os membros da primeira diretoria, tendo a frente Domingos Mantovani, construíram um modesto pavilhão, em 1931, para fimatosos, com capacidade para 20 leitos, cuja conclusão se deu em 1934.”

Sua capacidade atual é de 152 leitos, com índice de cura de 98%. Foi médico do nosocômio, durante longos anos, o cirurgião José Antonio Padovan.

A Instituição mantém o Recanto São Cristóvão, dotado de modernas instalações, que recebe hóspedes sadios, tendo desativado o seu sistema hospitalar a partir de 1984.

OBS: Histórico do Livro “História de Campos do Jordão” da autoria do Escritor Pedro Paulo Filho, Editoria Santuário - 1986, Páginas 244 e 295.

 

 

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