Minha Tia, Palmyra F.Rocha


Minha Tia, Palmyra F.Rocha - FS11 14-1928

Para muitos que estarão vendo esta foto e lendo o histórico, poderão, a princípio, pensar: não conheci essa pessoa. Não tenho o menor interesse em saber algo sobre ela. Muitos poderão ver a foto e ler o histórico apenas por curiosidade, procurando saber alguma coisa a mais sobre a história de Campos do Jordão.

Bem, essa pessoa, na foto do ano de 1928, é minha Tia Palmyra Ferreira da Rocha que, na época, estava no auge dos seus dezoito anos de idade. Ela nasceu na antiga cidade de Faxina, no Estado de São Paulo, hoje, a cidade de Itapeva, no dia 22 de janeiro de 1910. Ela é filha dos meus avós Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Gütler da Rocha, a sétima filha do casal que teve quatorze filhos, exatamente a do meio da prole.

Naquela foto história da famíla de Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Gütler da Rocha, colocada recentemente no site, do dia 09/09 a 16/09/2010, ela é aquela criancinha de pouco mais de três meses de idade que aparece no colo da minha avó Maria, no ano de 1910.

Palmya e seus outros irmãos mais velhos e alguns mais novos, vieram para Campos do Jordão no longínquo ano de 1914, acompanhados de seus pais, durante todo o período em que meu avô Joaquim, prestando serviços como sub-empreiteiro para o grande Sebastião de Oliveira Damas, seu conterrâneo do pequeno Concelho de Castelo de Paiva, Portugal, como Empreiteiro responsável, atravessaram o Vale do Rio Paraiba, subiram a Serra da Mantiqueira, construindo a Estrada de Ferro Campos do Jordão, ligando as cidades de Pindamonhangaba e Campos do Jordão, durante os anos de 1912 a 1914, no auge do período negro da tuberculose que assolava o país. A pequena ferrovia era o ínicio das grandes esperanças de acesso rápido e confortável para Campos do Jordão, propiciando aos doentes, oriundos de todos rincões brasileiros, a busca do clima invejável, privilegiado e especial, propagado como única possibilidade para a cura da terrível doença.

Palmyra morou em Campos do Jordão desde essa época até meados da década de 1940. Casou-se com o escrivão de polícia Paulo Sampaio Camargo, um dos Filhos de Dona Maria Emília Sampaio Camargo, uma das pessoas que prestou relevantes serviços para esta cidade de Campos do Jordão, especialmente no auxílio financeiro prestado ao Sanatorinhos - Ação Comunitária de Saúde, sendo por isso considerada Presidente Honorária e Benemérita da Instituição.

Palmyra teve três filhos: Paulo, o conhecido Paulinho Camargo, grande esportistas, amigo dos esportistas antigos de Campos do Jordão, Jairo e Yara. Praticamente criou sozinha os três filhos considerando que o marido faleceu ainda muito jovem. Infelizmente, todos filhos já faleceram.

Palmyra, sempre foi grande heroína. Em momento algum veio a se abater e entregar os pontos como costumamos dizer, mesmo com os diversos e grandes problemas enfrentados durante toda sua vida; falecimento do marido ainda jovem e dos três filhos, a Yara de acidente autobilístico na Rodovia Presidente Dutra, nas proximidades da cidade de Aparecida-SP., deixando três filhos ainda pequenos, Jairo que, desde garoto, enfrentou durante muitos anos seguidos, sérios problemas cardíacos e Paulinho, logo após sua reforma como Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Sempre foi uma pessoa muito bem humorada, dinâmica, muito bem apessoada, bonita, vaidosa na sua postura e maneira de vestir e se apresentar em qualquer situação. Sempre disposta a ajudar, aconselhar e incentivar.

Por tudo isso foi premiada com a Graça Divina. É a representante da família Ferreira da Rocha com maior longevidade até ao presente momento. Já completou seu centenário de nascimento e tudo leva acreditar que, no próximo dia 22 de janeiro de 2011, estará completando 101 (cento e um) anos de existência. Dos quatorze filhos da família dos meus avós Joaquim e Maria, ela e a Tia Idalina que mora em Pindamonhangaba-SP, com 93 anos de idade, completados no dia 16 de novembro, são as únicas vivas.

Palmyra está numa ótima casa de saúde nas proximidades da cidade de São Paulo. Físicamente está muito bem, porém, a memória, a visão e a audição, estão bastante comprometidas.

Para todos que tiveram paciência e oportunidade de ler estes relatos, agradecemos penhoradamente, afirmando que esta é uma pequena homenagem a esta Tia Palmyra que trouxe muita alegria e felicidade a todos nós e a todos que a conheceram e conhecem. Por tudo isto e muito mais, inclusive pela sua linda voz, diferençada e marcante, sempre esteve e estará eternamente em nossos corações.

 

 

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