Eduardo e Egídia - grandes quituteiros


Eduardo e Egídia - grandes quituteiros - FS153 - 02

Na foto, seo Eduardo Salles (1886 - 12/02/1973) ew sua esposa Dona Egídia (1904 - 15/09/1973). Esse maravilhoso casal morava em Vila Capivari, na Rua Dr. Ribeiro de Almeida, até meados dos anos sessenta. Durante aproximadamente três décadas ou mais, foram os quituteiros mais famosos de Campos do Jordão. Nesse mesmo local, hoje está sediada a badalada Boate Mister Jones.

Nesse local, além da residência do casal, havia uma enorme cozinha rústica, com enorme fogão de taipa movido à lenha, umas duas mesas grandes com bancos e cadeiras. Na parte de fora, em dois locais com cobertura própria, havia dois enormes fornos de barro, também movidos à lenha.

O casal, Eduardo e Egídia, ele natural de Itatiba, ela de Conchas, cidades do Estado de São Paulo, pessoas simples, praticamente caboclos brasileiros, sempre muito amáveis e de uma simpatia contagiante, ficou muito famoso por seus quitutes e iguarias, verdadeiras delícias de nossa culinária tradicional. Eram procurados, constantemente, por pessoas da cidade e turistas, amantes da culinária simples. Magistralmente, preparavam para atender aos inúmeros pedidos leitões, frangos, carneiros, cabritos e patos assados e, dependendo da exigência do freguês, desossados. Esses assados, cuidadosamente preparados nos fornos de barro supramencionados, eram solicitados e procurados, com maior freqüência, por ocasião das festas tradicionais de Páscoa, Corpus Christi, juninas, Natal e Ano-Novo, além das diversas outras festas, especialmente de aniversários e casamentos.

Além desses assados, que maravilhosa e divinamente preparavam, confeccionavam para atender aos pedidos ou para serem vendidos avulsamente, salgadinhos diversos, como coxinhas de galinha, empadas de frango e palmito, croquetes, bolinhos de bacalhau e muitos outros, para serem degustados no próprio local, acompanhados de simples, fraco e delicioso café que ficava no grande bule de ágata azul em cima da chapa do fogão à lenha. O café era especial, feito de grãos cuidadosamente torrados no local e socados no tradicional e velho pilão de madeira. Lá na casa do seo Eduardo e da D. Egídia tinha “café no bule”, como costuma dizer o famoso apresentador de programas de televisão “Ratinho” do SBT.

Fabricavam, também, com rara habilidade, deliciosas roscas, daquelas trançadas e cobertas com caldinha de limão e grãozinhos de açúcar cristal, pães de diversos tipos, bolos de fubá, doces tradicionais, como cocadas diversas, doces de abóbora, batata-doce, até curau e pamonha, além de muitos outros.

Tanto as roscas como os salgadinhos, pães e doces eram vendidos, também, pelo seo Eduardo, de porta em porta, das casas situadas nas principais vilas da cidade. Eram transportados a pé, acondicionados em enormes cestas de bambu e vime, ou, dependendo das grandes distâncias a serem vencidas, por intermédio dos ônibus circulares da Empresa Hotel dos Lagos.

O local, muito tradicional e muito concorrido, era tido como uma sala de visitas de jordanenses e turistas. Em quase todas as horas do dia e, às vezes, nas primeiras horas da noite, sempre alguém lá estava batendo um bom papo com o casal e seus ajudantes e se deliciando com as iguarias que iam preparando.

 

 

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