Um belo quadro da autoria do saudoso e grande artista plástico Francisco Prohane. Ele retrata, maravilhosamente, a Vila de São Matheus do Imbiri, por volta do ano de 1874 quando, o português Matheus da Costa Pinto, morador de Pindamonhangaba, subiu a Serra, comprou terras e à beira do rio Imbiri, instalou uma vendinha, montou uma pensão “para respirantes” e pouso dos forasteiros, levantou uma capela em honra a São Matheus e edificou uma escola. Estava assim, fundada a Vila de São Matheus do Imbiri, a histórica e precursora “mater” de Campos do Jordão. Lançada a boa semente em solo fértil, logo esse povoado progrediu e veio a transformar-se na Vila Velha, denominada, mais tarde, Vila Jaguaribe, graças aos esforços de seu morador, Dr. Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho, pelo seu desenvolvimento e progresso.
“FRANCISCO PROHANE: nasceu no dia 16 de junho de 1921, na cidade de Santa Vitória (Piemonte), Itália. Filho de Giuseppe Prohane e de Maria. Seu pai era tomado como parte da nobreza mas perdeu o direito a esse título uma vez ter se casado com uma camponesa. O pai de Francisco foi Cônsul Geral da Itália na Romênia, local onde Prohane passou parte de sua infância, cursando ali desenho e artes plásticas. Em 1931, a família veio para o Brasil, com missão de instalar aqui a Fábrica de Bebidas Cinzano. Francisco completou seus estudos em São Paulo e ao formar-se trabalhou para a Indústria da família na cidade de Mauá, na área de relações industriais.
Em certo momento, já estabilizado, inscreveu-se em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes em São Paulo (hoje prédio da Pinacoteca do Estado) e durante o curso, se indispôs com um dos professores. Estava desanimado quando um outro mestre, reconhecedor do talento do jovem Prohane, convidou-o a participar de aulas particulares. Um dia, Mestre “Barchita”, seu novo professor disse: “Passei a você o essencial, o resto agora é com você, no começo sua pintura não será boa, mas com a prática, em certo momento você verá que conseguirá fazer um bom trabalho”. Assim foi, Prohane casou-se com Esmeralda, teve duas filhas e ao ficar viúvo também dessa, casou-se novamente com Júnia Xilo, com a qual não teve filhos. Conviveu e pintou com mestres como Vizotto, Dário Mecatti, grande mestre das cenas árabes e com Durval Pereira. Seu maior inspirador foi Clodomiro Amazonas. Prohane ganhou diversos prêmios pelo país e fora daqui. Tem obras em Israel, Londres e uma das sua obras fazem parte do acervo do Palácio do Governo em Campos do Jordão.
Prohane veio para nossa cidade em 1989. Participou ativamente do mundo da arte jordanense. Chegou a pintar e a vender vinte telas por mês. Representou Campos do Jordão em diversas exposições como São Paulo, Taubaté, Guaratinguetá, entre outras. Com muito orgulho digo que foi meu orientador juntamente com o professor Camargo Freire.”
Luiz Pereira Moysés - Jornal “O Povo” - 25.06 a 09.07.2009 - nº 04
OBS: Quadro pertencente à Pinacoteca Municipal de Campos do Jordão, professor Expedito Camargo Freire.
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