Sussuarana do Grande Hotel


Sussuarana do Grande Hotel - FS213 - 09

Uma foto histórica da década de 1960 mostrando o Sr. Alfred Künsttler, um suíço que foi “Chef de Cousine” do saudoso Grande Hotel de Campos do Jordão e ao lado esquerdo, o saudoso amigo Sebastião Carneiro Lobo que, na época, também trabalhava no Hotel. Os dois, nos fundos do Hotel, com um belo exemplar de onça-parda ou sussuarana (felis concolor).

Este episódio mostra, jocosamente, que o ditado popular está errado, pois é possível lobo em pele de cordeiro, digo carneiro, vivendo em plena e sincera harmonia (Sebastião Carneiro Lobo). Também, acaba com a crença e preocupação que onça tem que ficar longe, não pode permanecer perto de cordeiros e...lobos. É verdade que o Sebastião conviveu muito bem, por toda sua vida, com o carneiro e o lobo juntos. Claro, só no nome. Na dúvida, porém, não quis arriscar. No nome dos filhos, apartou o carneiro e deixou somente o lobo. Um dos filhos é o amigo Luiz Lobo, excelente músico que toca diversos instrumentos, especialmente o saxofone, com diversos CDs já gravados. O outro é o amigo Paulo Lobo, excelente cirurgião dentista, que trabalha muito em Campos do Jordão e, também, dedica boa parte do seu tempo para a valorização do nosso Grupo Escoteiro. É bom esclarecer que todos esses lobos são do bem, calmos, tranqüilos e amigos. Se na história do Chapeuzinho Vermelho o lobo fosse igual a um desses, a vovozinha poderia ficar tranquila, não correria nenhum perigo.

Essa onça tinha o pêlo geral bege. Ela foi trazida, ainda filhote, no final da década de 1950, pelo Hanz Henrich Hillebrechet, filho do proprietário do Grande Hotel Sr. Henrique Hillebrecht, Vitório Orlando Alessandri e outros que fizeram uma viagem recreativa até à Bahia. Ela cresceu e, durante algum tempo, foi criada com muito carinho e cuidados especiais por vários dos empregados do Grande Hotel, especialmente pelo Sr. Alfred Künsttler. Era um animal dócil e havia ficado amigo de todos, chegando a usar coleira e passear puxada por cordão especial, a exemplo de cães de estimação. Comia diariamente carne e ovos. Infelizmente, ainda quase no final da década de 1960 ou início da década de 1970, durante um cio ela arrebentou a corrente, a cerca de arame farpado e fugiu do “viveiro” construído na propriedade do Grande Hotel. Ela foi, incansavelmente, procurada pelos quatro cantos da cidade, especialmente, dentro das matas próximas, sem sucesso. Desapareceu para sempre. Eu arrisco dizer, infelizmente, que ela foi caçada e levada furtiva e escondidamente, por algum apaixonado por caças de todos os tipos. Segundo o amigo Peter Böhme, filho do saudoso Sr. Heinz Böhme que, durante muitos anos foi o prestigiado e procurado cabeleireiro do Grande Hotel, um dos tripulantes do famoso navio alemão Windhuk que, em plena guerra, fugindo das embarcações da marinha inglesa, ancorou no porto de Santos no dia 07 de dezembro de 1939, diziam na época: que algum fazendeiro da região da Gruta dos Crioulos a matou ou, talvez, ela tenha ficado presa pela corrente e morrido de fome enroscada em galhos de árvores.

 

 

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