Abernéssia Futebol Clube


Abernéssia Futebol Clube - FS215 - 04

A saudosa e simpática sede do A. F. C. - Abernéssia Futebol Clube. Lamentavelmente esse Clube, foi um dos mais antigos da cidade. Fundado em 10 de janeiro de 1940, portanto, há setenta e quatro anos, infelizmente, estava totalmente desativado. Sua sede estava completamente abandonada. Esta não era a primeira sede do Clube. Era a sua terceira sede, construída na década de 1960 pelo empreiteiro Olegário Frozino, portanto, com 54 anos.

Esse Clube, além das excelentes equipes de futebol que muito valorizaram o esporte Jordanense, por diversas décadas, com esportistas famosos e renomados, mantinha sua Sede Social freqüentada por seus associados e familiares e, também, por muitos turistas que freqüentavam a cidade de Campos do Jordão. Seus tradicionais bailes Carnavalescos eram muito concorridos, animados e inesquecíveis. Além dos tradicionais Bailes do Carnaval, o Clube mantinha em sua programação, brincadeiras dançantes, realizadas aos sábados e domingos, diversos e maravilhosos Bailes, animados por conjuntos e orquestras que marcaram época em toda região, dentre outros: Baile da Cidade, da Rainha do Pinhão, da Primavera, da Rainha dos Estudantes, das Festas Juninas, das Formaturas de diversas escolas e colégio, de Réveillons e outras festividades e encontros. O Salão do clube foi também, por muitas vezes, utilizado para: exposições diversas, pela Justiça Eleitoral, para concentração das mesas apuradoras de votos de muitas eleições e até para velórios de pessoas da nossa sociedade jordanense.

É importante deixar registrado para a história que muitos romances imortais tiveram início durante as brincadeiras dançantes de sábados e domingos, nos Bailes memoráveis e nas festas de Carnaval realizadas no Salão do Abernéssia Futebol Clube. Namoros sérios e namoros descontraídos e despreocupados. Muitos, passageiros, duraram tão-somente alguns momentos ou os quatro dias e quatro noites do Carnaval. Outros, prolongados, duraram muitos anos. Alguns permaneceram e permanecem eternos. Uma coisa é certa, todos foram romances inesquecíveis e eternos, enquanto duraram. Todos foram embalados por músicas inesquecíveis; pelas marchinhas maravilhosas de autoria de grandes poetas e compositores que, muitas vezes, souberam relatar os fatos comuns e que fizeram parte de algum momento de suas vidas e que, nós, infelizmente, não tivemos a sabedoria e a facilidade de transcrevê-los para o papel, com a simplicidade merecida e, muito menos, transformá-los em música e dar-lhes o ritmo.

Pode a pessoa estar realizada em sua vida, feliz ao lado de seus parceiros queridos. Pode ser aquele parceiro que surgiu num daqueles bailes, festinhas, brincadeiras dançantes e carnavais de outrora ou outros que surgiram em oportunidades diversas. Uma coisa é certa: sempre que alguma música fizer lembrar aquele momento especial que marcou nossa vida com um grande amor, passageiro ou duradouro, nossas mentes serão invadidas pela saudade de algum momento inesquecível de nossas vidas – se duradouro, há a possibilidade de relembrá-lo junto ao ente querido; se passageiro, será relembrado, com certeza, furtivamente, no silêncio e na intimidade do nosso pensamento, muitas vezes, com grande saudade e emoção e, mais uma vez, estaremos disfarçados com a mesma máscara negra que um dia escondeu nosso rosto e, com certeza, iremos matar a saudade, mas não nos levem a mal...foi naquele momento especial... foi no carnaval que passou...e pode ter sido no Abernéssia Futebol Clube.

Edmundo Ferreira da Rocha

História do Abernéssia Futebol Clube

Em 10 de janeiro de 1940, reuniam-se Altino Franco, Jorge Ribeiro de Toledo, Edgard Alves Costa, Benedito Vaz Dias, Benedito Alves de Brito, Octávio Bittencourt, Felício Raimundo Netto, Waldemar Ferreira da Rocha, Libre Banciela, Pedro Rodrigues, Leonardo Poli, Antonio Gerônimo, Abrahim Jundi e Cristiano Sampaio Camargo, que, sob a presidência de Altino Arantes, em assembléia geral, deliberaram sobre a fundação de um clube de futebol, denominado Abernéssia F. C..

Secretariaram a reunião Octávio Bittencourt e Benedito Vaz Dias. Logo procedeu-se à constituição de uma diretoria provisória, e por escrutínio secreto, foram eleitos José Arthur da Motta Bicudo, (presidente de Honra); Altino Franco (presidente); Sebastião Sampaio Camargo (vice), Antonio Jorge Marques (1° secretário), Benedito Oliveira Costa (2° secretário), Raimundo Nagib (1° tesoureiro) e João Mariano de Pontes (2° tesoureiro).

Ficou estipulada a mensalidade de 2 mil réis e designado Jorge Ribeiro de Toledo para proceder às cobranças.

Deliberou-se oficiar ao proprietário do terreno e à Prefeitura, que construíra o campo de futebol, em Vila Abernéssia, pedindo autorização para uso do imóvel.

Um voto de louvor foi aprovado à Organização Jordanense, de Octávio Bittencourt, por ter cedido seus escritórios para a realização da Assembléia.

Benedito Vaz Dias, Octávio Bittencourt e Altino Franco encarregaram-se de redigir os estatutos sociais e muitas designações foram feitas; Layre Athaíde para o cargo de diretor esportivo; Augusto Barsalini, para segundo diretor, Pedro Rodrigues para zelador de bola e Benedito Brito para zelador de campo.

Sebastião Sampaio Camargo logo oferecia um jogo de camisas para o Abernéssia F.C.

Em 23 de fevereiro de 1940, sob a presidência de Altino Franco, os estatutos sociais do clube foram aprovados em assembléia, à qual compareceram os sócios Raimundo Nagib, Lourival Sabino de Carvalho Souza, Benedito Vaz Dias, Benedito Pires de Magalhães, Eduardo Monteiro, João Monteiro, Felício Raimundo Netto, Bento Carlos Ribeiro, Álvaro Ferreira da Rocha, Antonio Fernandes, Geraldo Albano Pereira, Manoel da Costa Leite, Jorge Ribeiro de Toledo, Francisco Bento, João Baptista Rangei, Emiliano Barsalini, Ângelo Dela Rosa, Sebastião Sampaio Camargo, Augusto Barsalini, Geraldo Alves, Sebastião Rosa, Antonio Candelária, Layre Athaíde, João Mariano de Pontes, Waldemar Ferreira da Rocha, Moacir de Almeida e Benedito Correia.

Em seguida, foi eleita a diretoria definitiva, que ficou assim constituída: José Arthur da Mota Bicudo (presidente de Honra), Altino Franco (presidente), Benedito Vaz Dias (vice), Lourival Sabino de Carvalho (1° secretário), Sebastião Gomes Leitão (2° secretário), Raimundo Nagib (1° tesoureiro), e João Mariano de Pontes (2° tesoureiro).

Em 23 de novembro de 1940, o Abernéssia F.C., já se reunia em sua sede, coberta de sapé, recém-inaugurada, quando foram instalados os retratos do Dr. Getúlio Vargas, Presidente da República, Dr. Adhemar de Barros, Interventor Federal em São Paulo e do prefeito José Arthur da Motta Bicudo.

Foram homenageados, na ocasião, os sócios Floriano Rodrigues Pinheiro, Waldemar Ferreira da Rocha, Alexandre Pinheiro e Luiz Honorato pelo apoio emprestado à construção da sede do A.F.C. A sede localizava-se, anteriormente, onde se acha atualmente o estádio municipal.

As festividades artísticas estiveram a cargo de Carlos Barreto e dos Irmãos Andreoli (Mário, Gildo e Alice). Foi nomeado diretor artístico do Clube, Jaime Augusto de Almeida.

Receberam homenagens nesse dia, Altino Franco, o presidente-fundador e Octávio Bittencourt, o idealizador do Abernéssia F. C..

O Clube foi declarado de utilidade pública pela lei municipal n° 49, de 19 de setembro de 1949, quando prefeito Orestes de Almeida Guimarães.

Na década de 50, a sua sede foi transferida para aquém do rio onde, atualmente, se encontra.

OBS: Histórico do Livro “História de Campos do Jordão” da autoria do Escritor Pedro Paulo Filho, Editoria Santuário - 1986, Páginas 476 e 478.

 

 

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