Chicão


Chicão - FS229 - 10

Na foto, Francisco Alves Pereira Saraiva, o conhecido Chicão. Era filho de Pedro Alves Pereira e Ruth Alves Pereira, nascido em Campos do Jordão, no dia 15 de outubro de 1944. Seus avós paternos foram: Belizário Alves Pereira e Maria Benedita Pereira; seus avós maternos foram: Simão Cirineu Saraiva e Brasília Maria de Lourdes Saraiva.

Seu avô paterno, Belizário Alves Pereira, durante várias décadas, foi capataz e administrador da Fazenda Lagoinha, de propriedade da família Reis Magalhães, de São Paulo. Após a morte de Belizário, o saudoso Dino Godoy, casado com sua filha Marcelina ou D. Marcela, como ficou mais conhecida, continuou com esse cargo e responsabilidade pela administração da Fazenda Lagoinha, por várias décadas.

Seu avô materno, o saudoso Simão Cirineu Saraiva, foi pessoa muito importante em Campos do Jordão durante as décadas de 1930 a 1960. Simão, um dos pioneiros de Campos do Jordão, aqui chegou na década de 1910. Tornou-se grande amigo e homem de confiança do benemérito e notável embaixador José Carlos de Macedo Soares, que constituiu a Companhia Campos do Jordão, responsável pela urbanização da Vila Capivari, e o contratou como encarregado das obras. Simão construiu o primeiro reservatório de água de Campos do Jordão, no Manancial, obra executada pelo construtor Floriano Rodrigues Pinheiro. Trabalhou nas obras da construção do Grande Hotel de Roberto Backer, posteriormente adquirido por Roberto Simonsen e, antes do término da obra, transformado na famosa e saudosa Vila Simonsen. A Fonte Simão, localizada em Vila Capivari, tem esse nome em sua homenagem. Consta da história que as águas dessa fonte foram responsáveis pela cura da úlcera de estômago que ele tinha.

Foi, ainda, administrador do primeiro cemitério da cidade e, em 1937, foi designado como agente dos Correios e Telégrafos, cargo que exerceu por muitos anos e no qual se aposentou.

Chicão foi casado com Maria Aparecida Pereira Saraiva – Mastrandréa de nascimento –, com quem teve três filhos: Mário Francisco Pereira Saraiva, o Chiquinho, nascido em 28 de novembro de 1967; Fabíola Cristina Pereira Saraiva, nascida em 20 de dezembro de 1974, e Maximiliano Pereira Saraiva, o conhecido Max, nascido em 29 de abril de 1976. Esses filhos lhe deram nove netos, sendo quatro do Chiquinho, dois da Fabíola e três do Max. Teve, ainda, duas bisnetas.

Durante muitos anos Chicão acompanhou seu saudoso pai, o Sr. Pedro Alves Pereira – seu Pedro ou Pedro Belizário, como também era conhecido –, um dos pintores pioneiros de Campos do Jordão, e com ele aprendeu o ofício, em serviços empreitados de pintura residencial e comercial. Trabalhou, posteriormente, por vinte anos, como servidor público municipal, na Prefeitura Municipal de Campos do Jordão, coordenando o importante serviço de sinalização de vias públicas e trânsito.

Sua mãe, a saudosa D. Ruth, comandou, durante várias décadas, com muita habilidade e grande conhecimento da maravilhosa e procurada culinária caseira, a famosa Pensão da D. Ruth, instalada na antiga casa de Simão Cirineu Saraiva, conhecida como Vila Mocinha, localizada no bairro da Abissínia, atualmente Recanto Feliz. Essa Pensão mantinha sistema de hospedagem para turistas. Também era muito procurada por jordanenses e turistas que, com bastante frequência, visitavam a cidade ou que aqui mantinham suas casas de férias, em busca da saborosa comida preparada com o incomparável tempero caseiro da D. Ruth. Era possível degustar essa maravilhosa comida e as iguarias lá preparadas, no próprio local, no aconchegante salão de refeições. A pensão também mantinha grande e procurado serviço de fornecimento de refeições em marmitas. Muitos, diariamente, iam buscar suas marmitas na própria pensão. Outros, impossibilitados de buscá-las, recebiam as marmitas em suas próprias residências, sendo transportadas e entregues pelo Chicão e filhos.

Embora tenha sido pessoa simples, foi muito estimado por todos os seus amigos e por todos aqueles que tiveram a feliz oportunidade de conhecê-lo. Foi membro do Rotary Club de Campos do Jordão e teve a honra de ser distinguido com o título de sócio honorário. Foi também presidente do Lions Clube de Campos do Jordão em 1987.

Chicão foi um bom esportista. Atuou, por vários anos, como jogador de futebol amador, defendendo a gloriosa camisa do seu time preferido, o Campos do Jordão Futebol Clube – C.J.F.C., clube em que teve, posteriormente, a oportunidade de ser presidente, por um período de doze anos. Pertenceu a diversas outras associações e entidades de Campos do Jordão, entre elas, a Loja Maçônica Cônego Januário da Cunha Barbosa.

Chicão foi pessoa especial e carismática. Era amigo de todos. Com certeza, nunca teve inimigos, somente grandes amigos – aliás, especial característica do seu grande coração corintiano.

Adorava a arte culinária. Foi um churrasqueiro de primeira categoria. Sabia tudo sobre carnes. Ficava feliz quando os amigos o convidavam para preparar um almoço ou jantar, normalmente, para muitas pessoas. Preparava comidas maravilhosas, sempre tentando imitar os temperos utilizados por D. Ruth, sua saudosa mãe.

Era grande amante da música. Gostava de tocar tamborim, pandeiro, atabaque e outros instrumentos de percussão. Adorava cantar em grupos. Durante muitos anos foi assíduo frequentador do famoso e tradicional bar e restaurante dos irmãos Aristides e Daniel Cintra, o Senadinho. No Senadinho, sempre no ritmo, juntamente com inúmeros e saudosos amigos, entre eles, Adilson Santiago, China, Pedro Advíncula, Jonas Cintra, Pedro Cintra, Zico Cintra, Miranda, Tonhão, Zé Esmael, Roberto do Choquinho, Citrovit, também, o comandante Daniel Cintra e Cláudio Gonçalves e muitos outros que felizmente continuam, entre os quais o Caracu, Bruno, Geraldo Coutinho, Condinho, Márcio Toledo, Zé Carlos e João Carlos Freire, José Rubens de Camargo Leme, Sergio Paulo, reuniam-se quase todas as noites, participando de inesquecíveis e memoráveis serestas que alegravam, divertiam e traziam momentos agradáveis para jordanenses e turistas.

Lamentavelmente, acometido de grave enfermidade, permaneceu internado, por longos sete meses, no Hospital Regional da cidade de Taubaté, na tentativa e esperança de conseguir melhora. Infelizmente o quadro clínico somente se agravou, vindo a falecer no dia 25 de março de 2011.

Sua imagem amiga, alegre, divertida e inconfundível, os bons momentos que proporcionou aos seus amigos jordanenses e turistas que tiveram a oportunidade de estar ao lado do saudoso Chicão, jamais serão esquecidos, e continuarão gravados em nossas mais saudosas lembranças.

Edmundo Ferreira da Rocha.

 

 

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