Legião Brasileira de Assistência - 1950


Legião Brasileira de Assistência - 1950 - FS234 - 10

Esta é uma foto histórica do início da década de 1950, mostrando apenas a parte assobradada do grande prédio que, no passado, pertencia à Legião Brasileira de Assistência - L.B.A..

O Centro Municipal da Legião Brasileira de Assistência foi instalado em Campos do Jordão, em 28 de setembro de 1942. Nessa ocasião foi empossada a sua primeira diretoria, composta por: Guiomar Lopes dos Santos (presidente), Rita Zenaíde de Queiroz Telles (secretária), Orlando Lauretti (tesoureiro), e como vogais Délio Jácome Rangel Pestana e Paulo Cury. À vista da exoneração da presidente e do tesoureiro, substituíram-nos Isola Orsi Cardoso e João Ferreira Cardoso.

No ano de 1942, o Centro Municipal da L.B.A. passou a manter elevado número de tuberculosos em sanatórios e pensões particulares.

A partir de janeiro de 1944, o velho prédio onde funcionou mais tarde o Pensionato Maria Auxiliadora, veio a ser a sede da L.B.A., que sempre se manteve superlotado até 1948, e onde prestavam serviços os médicos Antonio Nicola Padula, Carlos Ryoma Inoue e Heda Costa Faria, sob a administração de Admar Castriotto. O nosocômio foi desativado ao final da década de 40.

Posteriormente, após à demolição do prédio assobradado, toda a parte térrea e um pouco mais, foi transformada no tradicional “Pensionato Maria Auxiliadora” que funcionou até a década de 1970. Nos seus últimos quinze anos, o Pensionato Maria Auxiliadora, esteve sob a direção da saudosa D. Lídia Mukai, posteriormente Feurukau, mãe dos amigos - Paulo Mukai e Marilda Mukai, do primeiro casamento com o Sr.Mitsuji Mukai, e Marisa Feurukau, do segundo casamento com o Sr. Fausto Feurukau.

Nesse pensionato residiram muitas pessoas que trabalhavam em Campos do Jordão, especialmente, muitas professoras que vinham de diversas cidades do Estado de São Paulo, especialmente do Vale do Paraíba, para lecionar nas escolas e colégios de Campos do Jordão. Também residiram nesse pensionato várias pessoas, de ambos os sexos, que haviam vindo para Campos do Jordão em busca da cura da tuberculose e, depois de curados, resolviam ficar morando na cidade por vários motivos, dentre eles, algum trabalho e, também, pelo medo da recaída ao retornarem às suas cidades de origem.

Dentre as muitas professoras que residiram nesse Pensionato Maria Auxiliadora, podemos citar - Cidinha, Neuza Garrido, depois Gonzalez, Yris, Bernadete, Clélia, Maria Elvira, Cacilda Acola, Carmélia que depois se casou com o Miranda, a Toninha que se casou com o Jorge Rabelo. Com muito orgulho podemos citar a professora Guiomar Aparecida de Castro Rangel que, casando-se com o saudoso Dr. Pedro Paulo Filho, o Dr. Pedrinho Paulo, advogado, jornalista, escritor e o maior historiador de Campos do Jordão, acrescentou Paulo ao seu nome e ficou residindo em Campos do Jordão até os dias atuais.

Também, dentre muitos, residiram nesse Pensionato, por vários anos: O Mozart, o José Carlos Carioca, o Mário japonês que se mudou para São José dos Campos, com comércio de móveis diversos, o Morimoto, Amintas Ferreira da Costra, o China, o Machado, o Francisco que trabalhou na Sabesp. O Alexandre Aboud, nosso querido amigo, desde o ano de 1957 quando chegou a Campos do Jordão, para tratamento, nessa época, depois de curado da doença que o trouxe para cá, voltou a estudar em nosso Colégio Estadual, formou-se professor e passou a integrar o corpo docente do Colégio por muito tempo. Lamentavelmente o professor Aboud como ficou conhecido, nos deixou no último dia 04 de outubro de 2015, sendo convocado pelo Mestre Superior, para lecionar em outras escolas de nível maior, deste nosso imenso Universo celestial.

Das pessoas que trabalharam no Pensionato não podemos esquecer da Ângela que, durante muito tempo, foi o braço direito da D. Lídia. A Ângela, posteriormente, se casou com nosso amigo Agenor Bazan e, felizmente, ainda está morando em Campos do Jordão. Contou-nos certa vez que, nessa época, sua escolaridade era mínima. Foi então que a professora Guiomar A. de Castro Rangel, hoje com Paulo ao nome, começou com aulas especiais, ministradas no período da noite, a ampliar seus conhecimentos. Foi então que aprendeu a ler e escrever com facilidade e também, ficou apta nas quatro operações aritméticas.

O restante do prédio onde estava estabelecido o Pensionato Maria Auxiliadora foi totalmente demolido no final da década de 1970. Na área de terreno vazia, por força de legislação específica, não foi aprovada qualquer outra construção considerando as distâncias mínimas que devem ser respeitadas entre a nova construção e o leito do Rio Capivari que passa nos fundos dessa área. É interessante registrar que, as construções anteriores e demolidas, permaneceram quase quarenta anos na mesma área e ficavam menos de dez metros das margens do mesmo Rio.

Na foto, infelizmente, todos não identificados, com certeza, pessoas que estavam internadas no Sanatório Campos do Jordão, da Legião Brasileira de Assistência - L.B.A.. Ao que indica a foto, estavam se preparando para a tradicional malhação ou queima do Judas. Tradição vigente em diversas comunidades católicas ou ortodoxas, introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. Também é realizada em diversos países, sempre no sábado de aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes. Consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas e atear fogo a ele, normalmente ao meio-dia.

 

 

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