Museu H.I.Som -1992


Museu H.I.Som -1992 - FS286 - 03

Na foto histórica do dia 16 de dezembro de 1992da solenidade especial e muito importante para a história e cultura de Campos do Jordão, foram entregues cópias dos depoimentos históricos, inéditos e altamente importantes, magistralmente gravados em fitas de vídeo VHS, eternizando esses depoimentos, para as personalidades que foram entrevistadas. Em frente ao ”Museu da História, Imagem e Som de Campos do Jordão”, estavam em exposição os maravilhosos painéis de fotos e história de Campos do Jordão, que faziam parte do grandioso Museu de Rua que havia sido montado e inaugurado no mês de julho de 1990.

Leia abaixo, conheça a história do Museu de Rua e lamente o seu triste destino.

Projeto Museu de Rua - Campos do Jordão - Memória e Imagens

Com patrocínio do Departamento de Museus e Arquivos da Secretaria de Estado da Cultura - DEMA, com colaboração da Prefeitura Municipal da Estância de Campos do Jordão - Administração Prefeito Fausi Paulo (01/01/1989 a 31/12/1996), da sua Secretaria de Turismo e Esportes e do seu participativo e entusiasta Chefe de Gabinete, professor Jarmuth de Oliveira Andrade, foi inaugurado, em pleno mês de julho de 1990, como evento participante do Festival de Inverno de Campos do Jordão, o saudoso “MUSEU DE RUA”.

O Projeto Museu de Rua contou com a iniciativa do Conselho Municipal de Cultura, sob a direção da dedicada e competente professora Cecília de Almeida Leite Murayama, sendo o trabalho desenvolvido pelo experiente Escritório Julio Abe Wakahara SCL, de São Paulo.

Inicialmente, para esse trabalho, foi aprovado pelos conselheiros: Arakaki Masakasu, Sérgio Rooke Asquenazi, Pedro Paulo Filho, José Roberto Damas Cintra, Mary Aparecida de Arruda Camargo, Luiz Pereira Moysés e Orestes Mário Donato, a organização e montagem da exposição de fotografias “Campos do Jordão do passado ao presente”, sob orientação de Edmundo Ferreira da Rocha, para ser apresentada durante as festividades do 116º Aniversário de Campos do Jordão.

A quantidade de fotos coletadas excedeu as expectativas, com grande participação da comunidade jordanense. Assim, frente às dificuldades enfrentadas para elaboração da exposição, a mostra de fotografias, inicialmente programada, foi adiada temporariamente.

Logo em seguida, com o grande apoio do Departamento de Museus e Arquivos da Secretaria de Estado da Cultura - DEMA, foi possível a realização da exposição “Campos do Jordão - Memória e Imagens”.

Essa maravilhosa exposição procurou registrar um pouco dos seguintes temas pesquisados, devidamente ilustrados com fotos correspondentes: Primeiros tempos, perfil geográfico, o tesouro do Jordão, As Vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari, Drs. Emílio Ribas e Vitor Godinho e a Estrada de Ferro Campos do Jordão, Sanatórios, construção civil, transportes, formação jurídico-administrativa, o filme “Floradas na Serra”, comércio, indústria, imprensa, agricultura, festas, pensões, hotelaria, turismo, Adhemar de Barros e Dona Leonor, Palácio Boa Vista e Festival de Inverno.

Escreveu, na época de exposição, a Sra. Ana Maria da Costa Leitão Vieira, Diretora Técnica do Departamento de Museus e Arquivos da Secretaria de Estado da Cultura -DEMA:

“A Exposição “CAMPOS DO JORDÃO - MEMÓRIA E IMAGENS” é a primeira etapa de organização do Museu da Cidade de Campos do Jordão. E este Museu se inicia de forma democrática e participativa de acordo com a tendência da museologia do 3º Mundo.

O Museu da Cidade deve conter a história do cotidiano, do cidadão comum, dos trabalhadores que construíram a cidade ao lado da História Oficial, dos Administradores Públicos, das Autoridades e dos Pioneiros.

O conhecimento do processo histórico é condição para a formação de consciência crítica, da recuperação da identidade e em última análise condição para o pleno exercício da cidadania.

Os antigos Jordanenses entregam esta bela cidade à nova geração que, a partir do conhecimento de sua evolução histórica, tenham a responsabilidade de planejar seu progresso preservando seu patrimônio ambiental e cultural.

A exposição nesta praça pública é uma amostra contundente das imagens de uma comunidade que tem história. A investigação histórica é inesgotável. Cabe a cada cidadão preservá-la e revelá-la para o bem comum.”

Essa exposição, composta de 97 (noventa e sete) fotografias em tamanhos diversos, sendo a grande maioria em tamanho 60cm x 40cm., com sua respectivas descrições e históricos, foi montada em 12 (doze) portas de madeira de 2,05 cm x 0,90 cm. apoiadas em base especial de concreto, possibilitando que as mesmas ficassem na posição vertical, favorecendo a utilização de suas duas faces.

Para confirmar o próprio nome da exposição: “Museu de Rua”, as montagens, das portas de madeira, onde foram afixadas as fotografias e textos, receberam tratamento especial, para que pudesse ficar ao tempo, enfrentando chuva e sol.

Uma recomendação, porém, foi feita pelo pessoal responsável pela elaboração da exposição e pelo próprio Julio Abe Wakahara: A exposição pode ficar ao tempo, no máximo, quinze dias, enfrentando as intempéries do tempo. Mais que isso ela vai começar um processo de deterioração e poderá ser danificada, chegando a ficar totalmente inutilizada.

Parece que não acreditaram nas experientes observações dos técnicos, acostumados a esse tipo de exposição. Falhou a administração pública de 01/01/1989 a 31/12/1992. A exposição, inicialmente, ficou exposta por quinze dias, no pátio da Estação de Vila Abernéssia, da Estrada de Ferro Campos do Jordão. Na seqüência foi exposta por mais quinze dias na Praça de Vila Capivari. Depois foi transferida para o pátio da Estação de Pindamonhangaba onde ficou exposta por igual período. Quando voltou de Pindamonhangaba continuou sua longa trajetória irregular e desaconselhada, especialmente, durante a administração seguinte, 01/01/1993 a 31/12/1996, ficando exposta em diversas escolas da rede municipal de ensino, também, em seus pátios externos, enfrentando as intempéries do tempo.

Nem seria necessário dizer que, infelizmente, todo esse rico material histórico, de valor precioso e inestimável, quando foi retirado da sua caminhada irregular, já estava praticamente perdido. Mesmo assim, foi guardado nos porões do Museu da Imagem e do Som de Campos do Jordão onde acabou por deteriorar-se totalmente.

Perdemos um grande trabalho. Perdemos uma grande exposição que procurava preservar a nossa cultura, contando com ilustrações fotográficas, um pouco da história de Campos do Jordão. LAMENTÁVEL.

 

 

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