Pinhão - Como identificar o BOM


Pinhão - Como identificar o BOM - FS292 - 12

Uma foto maravilhosa da autoria do saudoso amigo e grande fotógrafo Orestes Mário Donato, mostrando pinhas, pinhões e a grimpa (rama ou garra do pinheiro). Aproveitando a bela foto, abaixo, um pouco sobre o pinhão.

Aprenda a identificar o BOM pinhão

O pinheiro (araucaria angustifolia ou brasiliensis) ou, simplesmente, o pinheiro do Paraná e dos Campos do Jordão, tem árvores de dois sexos: feminino e masculino. O pinheiro do sexo feminino produz a pinha, fruto do pinheiro. A pinha contém grande quantidade de pinhões, a semente da espécie.

Normalmente, a partir do mês de março até final do mês de abril e início de maio, ocorre o auge da produção de pinhas e pinhões, adequados para o consumo. Nesse período, naturalmente, as pinhas explodem nos galhos dos pinheiros e liberam os pinhões que cada uma produziu. É realmente uma explosão. Quando a pinha se debulha até parece uma chuva de pinhões e falhas que caem do alto dos pinheiros, forrando o chão com as maravilhosas sementes, o pinhão. Isto deveria acontecer sempre, pois o pinhão colhido no chão, depois de caído de maduro, é o melhor pinhão para ser consumido e utilizado na alimentação, cozido ou assado. O pinhão cozido ou assado enriquece inúmeros pratos salgados e doces da nossa culinária.

Há muito tempo, e muito mais agora, lamentavelmente, o pinhão continua sendo fonte de subsistência de diversas pessoas e até famílias que, além de utilizá-lo na própria alimentação, comercializam-no por todos os cantos da cidade. Assim sendo, visando antecipar a utilização e comercialização do pinhão, as pinhas, ao invés de explodirem normalmente nos galhos dos pinheiros, deixando cair ao solo os pinhões, infelizmente, muitas vezes, em grandes quantidades, são derrubadas, por meio de diversos métodos utilizados, até antes do tempo normal. A maneira mais comum utilizada para derrubar as pinhas é aquela em que uma pessoa sobe no pinheiro e, no alto da sua copa, chacoalham os galhos, com as forças das pernas ou braços, até que as pinhas se desprendam e caiam ao solo. Também podem ser derrubadas com auxílio de uma vara de bambu que alcance alguns dos galhos dos pinheiros. Assim é possível chuchar (cutucar) as pinhas, como é costume dizer, até que caiam. Os pinhões colhidos dessa maneira, não é que não sirvam para o consumo, mas não têm o mesmo sabor que aqueles que caem naturalmente, no momento certo.

O pinhão bom pode ser identificado de várias maneiras: por meio da coloração da sua casca, vibrante, brilhante e com diversas tonalidades da cor amarronzada ou da cor pinhão propriamente dita. Quando a casa já está sem brilho e sua coloração já está comprometida e sem intensidade, normalmente, o pinhão já está fora da época adequada para consumo. Outra forma de verificar é procurar ver se entre os pinhões muitos já não estão furados por pequenos bichinhos que invadem seu interior e se alimentam da polpa. Outra forma é pegar um ou mais pinhões, cortá-los ao meio com o auxílio de um canivete ou faca e ver se apresentam polpa branquinha, úmida e, até certo ponto, com maciez característica. Se apresentar polpa sem essas qualidades essenciais, já está impróprio para consumo.

O pinhão, normalmente, sem qualquer prejuízo para sua qualidade, está em excelente condição para consumo, durante os meses de março a maio. Depois desse período, perde rapidamente sua qualidade e torna-se impróprio para o consumo.

Fora desse período, querendo utilizar o pinhão em algum prato especial, é preferível comprar, no comércio, o pinhão em conserva, que até atende às necessidades entressafras.

O pinhão para ser cozido, facilitando e agilizando o processo de cozimento, deve ser colocado em panela de pressão e mantido em cozimento, de maneira costumeira, por um período médio entre quarenta e cinco minutos e uma hora.

Assado numa chapa de ferro ou aço, ou mesmo dentro de uma panela de alumínio grosso ou ferro, em cima de um fogão à lenha ou mesmo no bico do fogão a gás, mexendo de vez em quando, normalmente, leva de dez a quinze minutos para estar assado.

Edmundo Ferreira da Rocha
06/maio/2013

 

 

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