Uma linda e histórica foto da década de 1950, mostrando o nosso saudoso Jardim de Vila Abernéssia, com sua inesquecível e saudosa pérgula de glicínias ao centro. À esquerda da foto a antiga estação de Vila Abernéssia, da Estrada de Ferro Campos do Jordão.
O nosso Jardim de Vila Abernéssia, na realidade, a nossa importante e querida Praça da Bandeira, foi inaugurada em festividade marcante, prestigiada por grande parte da população de Campos do Jordão e diversas autoridades, no dia 19 de novembro de 1942, durante a administração do prefeito municipal Dr. Lourival Francisco dos Santos (10/06/1941 a 12/07/1946). O prefeito municipal, na oportunidade, bastante entusiasmado e até emocionado, falou da importância da praça, especialmente como principal ponto de encontro da população jordanense e, também, como importante registro da nossa história e motivo de orgulho para as gerações vindouras.
Desde sua inauguração esse Jardim tinha seus canteiros bordados com os tradicionais e inesquecíveis buxinhos, ao fino estilo clássico francês, desenhados, especialmente, pelo saudoso, famoso e hábil artista plástico Carlos Barreto, que residiu em Campos do Jordão, em busca da cura para a tuberculose. O tradicional Jardim de Vila Abernéssia e os lindos canteiros de buxinhos, infelizmente, foi quase totalmente descaracterizado, no ano de 2012.
De 1940 a 1960, em nosso Jardim Municipal, nossa Praça da Bandeira, havia uma linda e admirada pérgula em formato arredondado, totalmente cercada de várias mudas ou “cipós” de glicínias, cujos troncos tinham quase dez centímetros de diâmetro que, com algum esforço, podem ser vistos na foto. No interior dessa pérgula havia um pequeno aquário com peixinhos brancos e vermelhos, muito admirados pelos freqüentadores desse local. Essa pérgula, totalmente coberta pelos múltiplos galhos das glicínias, que tinha como sustentáculo troncos de pinheiro araucária e armações de ferro, na época da primavera, ficava totalmente coberta pelos cachos de flores, de tonalidades variadas de lilás e roxa, sendo o principal ponto de atração dessa Praça. Eram espetáculos anuais maravilhosos que deixaram muita saudade para os jordanenses e turistas que freqüentaram Campos do Jordão naquelas décadas. As pessoas costumavam ficar sentadas nas muretas de pedra que circundavam a pérgula, especialmente no início das tardes. Os cachos de glicínias iluminados pela tênue luz do Sol das tardes ficavam parecendo cachos lilases e roxos de pura porcelana. Tão grande como esse grande espetáculo de luz e cores era o espetáculo do perfume que exalava das flores das glicínias. Que perfume maravilhoso, inebriante, único e inesquecível para todos, especialmente para os casais enamorados que procuravam esse local para pronunciar suas juras de amor e de paixão.
Infelizmente, em meados da década de 1960, as cortinas desse maravilhoso palco de paz, grandiosidade e beleza, que nos proporcionaram lindos espetáculos, foram fechadas para sempre. As lindas glicínias foram implacavelmente cortadas pelos machados dos inexperientes e insensíveis. Seus troncos inertes foram levados para algum lugar para serem aproveitados como lenha, e suas ramagens menores, jogadas em algum canto por aí. Não tiveram nem o cuidado de esperar a época certa para evitar esse ato criminoso. Esse ato poderia ter sido evitado se, na época certa, com o devido cuidado, tivessem arrancado criteriosa e tecnicamente todas essas glicínias que poderiam ter sido reaproveitadas e plantadas em algum outro local previamente preparado, para recebê-las, aqui em nossa cidade, dando continuidade aos nossos espetáculos anuais.
No local dessa pérgula demolida, foi construída uma fonte luminosa que jamais pôde apresentar espetáculos tão grandiosos e belos como os da nossa saudosa PÉRGULA DAS GLICÍNIAS. Essa fonte luminosa, utilizada por algum tempo, ficou completamente desativada por vários e incontáveis anos. Recentemente, foi reformada. Está sendo utilizada mais como chafariz do que como fonte luminosa; porém está enfeitando e dando um pouco mais de graça à nossa Praça da Bandeira.
OBS: Esta foto, da autoria do saudoso e grande fotógrafo Donato, foi gentilmente disponibilizada pelas queridas amigas Malú Donato e Luciana Donato, respectivamente, a esposa e a filha do saudoso amigo Donato.
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