Pancetti e Portinari


Pancetti e Portinari - FS300 - 00

Na foto abaixo, gentilmente cedida há muitos e muitos anos, pelo saudoso amigo Sr. Jair de Souza Lemos, grande fotógrafo que registrou imagens inéditas e maravilhosas de Campos do Jordão, durante quatro décadas, proprietário, por muitos anos, da famosa e saudosa “Foto Capivari”. Essa foto o Sr. Jair recebeu de presente do famoso pintor José Pancetti e com uma dedicatória especial “Ao meu amigo Jair, “EU” e o Portinari no júri do último Salão de Belas Artes. Assinado José Pancetti - 14/10/49”

Giuseppe Giannini Pancetti, mais conhecido como José Pancetti (Campinas, 18/junho/1902 - Rio de Janeiro 10/fevereiro/1958), foi um pintor modernista brasileiro. Considerado um dos grandes paisagistas da pintura nacional. Destaca-se por suas numerosas e belas marinhas.

Nascido numa família humilde de imigrantes da Toscana, viveu em Campinas até os oito anos, quando seu pai, mestre de obras, mudou-se com mulher e filhos para a capital paulista, onde esperava encontrar melhores condições de trabalho. Aos onze anos, José Pancetti e uma de suas irmãs, são levados para a Itália para viver sob os cuidados de um tio e dos avós.

Na Itália Chegando à casa do tio Casimiro, é colocado para estudar no Cólégio Salesiano de Massa-Carrara. Mas pouco tempo depois, o país seria envolvido na Primeira Guerra Mundial e Pancetti vai para o campo, em casa de seus avós, na localidade de Pietrasanta.

Não se adapta à vida de camponês, exercendo diversas ocupações desde aprendiz de carpinteiro, operário na fábrica de bicicletas Bianchi e empregado numa fábrica de materiais bélicos em Forte dei Marmi.

Para fixá-lo num ofício mais atraente, seu tio emprega-o na marinha mercante italiana onde deveria aprender a profissão de marinheiro. Embarca no veleiro Maria Rosa que percorria o Mediterrâneo, principalmente entre os portos de Gênova e Alexandria. Mas a inconstância própria de seu caráter faz com que abandone o navio e passe a vagar pelas ruas de Gênova, com sérias dificuldades de subsistência. Até que num determinado dia, alguém o encaminha para o consulado brasileiro, onde é providenciado o seu repatriamento.

De volta ao Brasil

Assim, no dia 12 de fevereiro de 1920, desembarca em Santos. Para sobreviver trabalha em diversos lugares e ofícios diferentes até que, em 1921, transfere-se para São Paulo onde um empresário, também italiano, lhe dá um emprego de pintor de paredes e cartazes. Parece ter sido este o seu primeiro contato com pinceis e tintas.

Naquele mesmo ano, o pintor Adolfo Fonzari oferece a Pancetti uma oportunidade de auxiliá-lo na decoração da casa do comendador Pugliese na cidade litorânea do Guarujá.

Em seguida, no ano de 1922, conseguiu realizar um grande desejo: alistar-se na Marinha de Guerra do Brasil, onde permaneceria até 1946.

A descoberta do pintor

A bordo foi-lhe dada a tarefa de pintar cascos, paredes, camarotes e o fazia com tal zêlo que sua fama correu pela Marinha, até que um almirante criou um quadro de especialistas na profissão e nomeou Pancetti primeiro instrutor desse quadro. Mas, surge no marinheiro a vontade de passar para o papel aquilo que seus olhos viam. E assim começou a desenhar, em data que nem mesmo ele soube precisar, pequenos cartões com paisagens, marinhas, cenas românticas ainda bastante primárias mas que já mostravam seu potencial artístico.

Em 1932, o pintor tem seu primeiro trabalho publicado no jornal A Noite Ilustrada, sob o título, "Um Amador da Pintura". Ao ver seu desenho, o escultor Paulo Mazzuchelli, aconselha-o a ingressar no recém-criado Núcleo Bernardelli, um conselho repetido pelo pintor Giuseppe Gargaglione, a quem Pancetti conheceu passeando pelo Campo de Santana, no Rio de Janeiro. Acatando a sugestão, ingressa no Núcleo Bernardelli em 1933, onde teve como principal orientador o pintor Bruno Lechowski. No Núcleo, uma escola livre que funcionava nas dependências do edifício da Escola de Belas Artes, Pancetti teria como companheiros pintores que, ao passar do tempo, viriam a ganhar notariedade como, entre outros, Edson Motta, José Rescala, Ado Malagoli, Expedito Camargo Freire, Manuel Santiago, Bustamante Sá e Silvio Pinto.

Dois anos depois, em 1935, casa-se com Anita Caruso.

Com o quadro "O Chão" ganha em 1941, o prêmio de viagem ao estrangeiro, na recém criada Divisão Moderna do Salão Nacional de Belas Artes. Por motivos de saúde é licenciado da Marinha e não desfruta seu prêmio no exterior. Muda-se para Campos do Jordão em 1942, em busca de tratamento para a tuberculose que o afetava. Neste mesmo ano nasce a sua filha Nilma. Posteriormente muda-se para São João Del Rey.

A primeira exposição individual ocorre em 1945, apresentando mais de setenta quadros. No ano seguinte é reformado pela Marinha na função de Segundo-Tenente. Em 1948 recebe a medalha de ouro do Salão Nacional de Belas Artes, realizando a sua primeira exposição internacional em 1950, na Bienal de Veneza. Um ano depois participa da I Bienal de São Paulo.

Em 1952 dois fatos importantes marcam a sua vida: o nascimento de seu filho Luís Carlos e a promoção à Primeiro-Tenente da Marinha Brasileira. Decorridos dois anos recebe a medalha de ouro no Salão de Belas Artes da Bahia e em 1955 faz uma importante exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

A 10 de Fevereiro de 1958 morre com câncer no hospital da Marinha no Rio de Janeiro. É enterrado no cemitério São João Batista da capital fluminense, tendo o poeta Augusto Frederico Schmidt proferido a oração fúnebre. Fonte: Wikipédia - A Enciclopédia livre

CURIOSIDADES:

Cheguei a conhecer de vista o pintor Pancetti quando, no ano de 1957, esteve hospedado no Hotel Bologna, da Família italiana Pagliacci, que ficava em frente à casa onde morei, na Av. Macedo Soares, 306, em Vila Capivari, há poucos metros da casa que pertenceu ao escritor Monteiro Lobato, onde, no ano de 1942, Pancetti esteve hospedado, na Pensão da D. Adelaide, quando veio para cá em busca da cura para a tuberculose. Edmundo Ferreira da Rocha

PANCETTI em 1942 veio para Campos do Jordão em busca de tratamento para a tuberculose que o afetava. Ficou na Pensão da Dona Adelaide, esposa do Sr. Paulo Gracie, situada na Vila Capivari, na casa que alugou e que pertencia ao grande e famoso pintor Monteiro Lobato. Monteiro Lobato, nessa época, ficou numa situação difícil. Não recebia os aluguéis. Queria despejar o inquilino e não conseguia. Tinha pena do Paulo Gracie. Pancetti ocupava o quarto da frente da casa. Paulo Gracie foi o criador e, durante muitos anos, o proprietário da Farmácia Emílio Ribas, de Vila Capivari, depois vendida para o saudoso José Elias, mais conhecido por Calil existente até hoje e pertencente a seus familiares. Pancetti morou nessa casa até passar para Ruth, filha de Monteiro Lobato. Antes de morrer, Ruth estava cheia de problemas, vendeu-a baratíssimo, por 48 contos naquela época. Vendeu-a a Gemininiano Nunes da Silva Rondon Filho.

Clique aqui e saiba mais sobre Camargo Freire

Clique aqui e saiba mais sobre Campello

Clique aqui e saiba mais sobre Monteiro Lobato em Campos do Jordão

 

 

Voltar

- Campos do Jordão Cultura -