Uma foto maravilhosa da década de 1940 e praticamente inédita. Essa foto em preto e branco eu tenho em meu acerco há mais de trinta anos. Mas essa mesma foto colorida mostrando o Hotel Toriba e a bela região onde está localizado e ao fundo a monumental e bela Pedra do Baú, é, realmente, uma grande preciosidade.
Para aqueles que já conhecem, de longa data, o Hotel Toriba, é dispensável descrevê-lo. Porém, a intenção é deixar registrado um pouquinho da história incomparável de um dos pioneiros do ramo da hotelaria em Campos do Jordão, ícone da hotelaria brasileira, um dos primeiros com a atividade de lazer no Brasil. De construção baseada na tradicional arquitetura dos Alpes suíços, idealizado por Ernesto Diederichsen e seu genro Luiz Dumont Villares, construído em tempo recorde pelo construtor Floriano Rodrigues Pinheiro, um dos principais pioneiros da construção civil da cidade, com obras iniciadas em 1941, foi inaugurado em 22 de janeiro de 1943 pelos seus idealizadores e proprietários.
Na época o turismo na região ainda era incipiente, nesta bela cidade num dos altos da Mantiqueira, que, na época, era marcada muito mais pela profusão de sanatórios do que pela infra-estrutura para o visitante em busca de lazer. Logo o Toriba, que em tupi-guarani significa algo como "PAZ, ALEGRIA e FELICIDADE", tornou-se um hotel símbolo do melhor de Campos do Jordão, com a bem cuidada aparência alpina, local propício à prática de atividades saudáveis e de costumes em harmonia com a natureza
O Toriba é um marco na história do turismo e na cultura de Campos do Jordão. Muitos foram aqueles que conheceram os encantos deste magnífico hotel, que traz tamanhas lembranças a mais de quatro gerações de pessoas que por ali passaram. Por muitos anos, voltam como hóspedes ou frequentadores do espetacular parque ajardinado e dos cobiçados restaurantes, ponto de encontro entre amigos de várias idades.
Os Alpes suíços foram a grande fonte de inspiração para definir as particularidades e o estilo arquitetônico da obra. O toque alpino do Toriba veio influenciar sobremaneira a arquitetura de Campos do Jordão, produzindo, em combinação com o privilegiado clima e a farta natureza, a chamada Suíça Brasileira, em plena Serra da Mantiqueira paulista.
Simpático, sóbrio e aconchegante, está localizado em área privilegiada da Serra da Mantiqueira, de extraordinária e rara beleza, com aproximadamente setenta mil metros quadrados, com bosques de vegetação quase primitiva, composta de essências nativas, como o pinheiro-do-paraná (araucária angustifólia ou brasiliensis), o pinho-bravo (podocarpus lambertii) , quaresmeira, manacá da serra e muitas outras; conta com uma vista panorâmica estonteantemente bela, com paisagens a perder de vista, onde a Pedra do Baú, embora localizada no vizinho município de São Bento do Sapucaí, jamais deixará de ser a sua moldura perene, eternamente linda.
Seus jardins sempre foram, o principal cartão de visita para os apreciadores das belas flores, arranjos, gramados, cercas vivas e canteiros, preparados com muito bom gosto e cuidados especiais, por hábeis jardineiros.
Na foto, linda e maravilhosa imagem do tradicional e prestigiado Hotel Toriba de Campos do Jordão. Na foto, da década de 1950, a magistral beleza de toda densa vegetação que circundava toda aquela área magnífica, inclusive a exuberância e imponência da Pedra do Baú e a pedra Ana Chata, ou bauzinho, embora localizadas no Município de São Bento do Sapucaí-SP, que sempre adorna a paisagem do Hotel Toriba.
Na estaçãozinha Toriba, o Bonde B-3, da Estrada de Ferro Campos do Jordão, que fazia regularmente a linha ou percurso entre as Cidades de Campos do Jordão e Pindamonhangaba e vice-versa. Embora esses Bondes tivessem a finalidade de transportar passageiros entre o percurso previsto, também eram o único meio de transporte para as pessoas que moravam ao longo desse percurso, especialmente, os inúmeros produtores rurais que, durante várias décadas, foram responsáveis pelo abastecimento de frutas, legumes e verduras, para Campos do Jordão, Vale do Paraíba e até São Paulo, cuja produção também era transportada através da ferrovia. Grande parte desses agricultores e produtores rurais eram japoneses ou de descendência nipônica, fazendo parte da famosa e operante Colônia Renópolis, sediada na descida de serra, há alguns quilômetros dessa Estação do Hotel Toriba, já no Município de Santo Antonio do Pinhal.
O transporte através dos Bondes era feito de maneira revezada com outros Bondes, em quatro horários diários, com cruzamentos no alto da Serra, na Estação de Santo Antonio do Pinhal, anteriormente Estação de Eugênio Lefèvre.
Esse único meio de transporte também era utilizado pelos filhos de lavradores e agricultores sediados ao longo do percurso da ferrovia e que vinham estudar em Campos do Jordão ou iam para outros colégios de Pindamonhangaba, retornando no final dos dias para seus lares. Vinham ou iam cedo, no primeiro Bonde e voltavam no final da tarde, no último. Assim, os Bondes de carreira como eram chamados, também faziam importante trabalho de transporte subúrbio.
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