Ovídia Silva


Ovídia Silva - FS308 - 03

Na foto da autoria do Confrade e amigo Ulisses Pessanha da Silva, sua saudosa esposa Ovídia Silva. Ovídia era a filha mais velha de uma numerosa Família amiga. Depois dela nasceram mais nove irmão, todos do sexo masculino. A Matriarca da Família foi D. Benedita Silva e o Patriarca era mais conhecido como Mestre Albino, antigo morador da Vila Ferraz, em Campos do Jordão, um dos primeiros profissionais ligados à digna profissão, conhecida atualmente, como Taxistas que, naquela época, eram denominados “chauffeurs” de Praça ou motorista de Praça. A Matriarca da Família foi D. Benedita Silva.

Ovídia iniciou seus estudos no saudoso Grupo Escolar Municipal Rio Branco, o conhecido Grupinho da Vila Ferraz, atualmente, Escola Monsenhor José Vita. Posteriormente, quando necessitava continuar seus estudos e fazer o curso ginasial, Campos do Jordão, ainda não tinha esse curso. Foi obrigada a ir estudar na cidade de Taubaté no tradicional e excelente Colégio do Bom Conselho, em regime de internato. Algum tempo depois voltou para estudar em Campos do Jordão, quando começou a funcionar, precariamente, o curso ginasial, no tradicional prédio da Vila Dom Bosco, dos Padres Salesianos e, posteriormente, jinto ao Grupo Escolar Dr. Domingos Jaguaribe. Posteriormente pode continuar seus estudos no nosso saudoso Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão - CEENE, inaugurado a partir do dia 21 de Julho de 1.950, concluindo o curso ginasial e, também, o curso normal, formando-se professora. Durante muito tempo foi uma das professoras pioneiras que lecionou na Sociedade de Educação e Assistência - SEA, Frei Orestes Girardi. Nessa época estiveram juntamente com ela as professoras - Darcy Domingues Pereira Assaf, Mariza Terezinha Russo Moysés e o professora Mariano Câmara Neto que, na época, era o Diretor dessa Escola. Nesse tempo Ovídia era professora do segundo ano e a Darcy professora do primeiro ano e dividiam o salário.

Na mesma época em que lecionou na SEA, a professora Ovídia, também lecionava em um curso noturno para alfabetização de adultos que existia na Vila Albertina, em Campos do Jordão. Esse trabalho era prestado gratuitamente, sem qualquer remuneração. Esse trabalho somente contava pontos que eram benéficos na carreira de professora. A locomoção entre Vila Abernéssia e Vila Albertina e vice-versa, felizmente, foi fornecida pela Prefeitura Municipal, na administração do Prefeito Miguel Lopes de Pina (01/01/1963 a 31/12/1966). Às vezes o transporte era feito com o carro oficial, chapa branca, do prefeito, dirigido pelo motorista José Barsaline. Em outras ocasiões o transporte era feito por outros veículos da Prefeitura, todos, chapa branca, até pelo carro fúnebre, uma Kombi preta, pelo caminhão basculante e outros veículos.

Durante um bom tempo trabalhou como excelente locutora da nossa saudosa Radioemissora de Campos do Jordão - ZYL-6, a mais alta do Brasil. Tinha uma voz privilegiada para a locução e também para a música. Cantava e tocava violão com muita facilidade e maestria.

Lembro-me com muita saudade quando nas procissões do Senhor Morto, realizadas na Sexta Feira Santa ou Sexta Feira da Paixão ela, magistralmente, interpretava a Santa Verônica, aquela que pela tradição, correu até Jesus enquanto carregava a cruz e limpou seu rosto cheio de sangue e suor e, ao retirar a toalha, o rosto de Jesus teria ficado marcado no pano. O nome Verônica teria vindo do latim “vero” que significa verdade. O canto interpretado pela Santa Verônica nesse momento, era um grito de lamentação que tinha o intuito de anunciar que o homem que seria crucificado era o verdadeiro Cristo. Naquela época ninguém parou para ouvir aquela mulher gritando e continuaram andando e chicoteando Jesus. Atualmente, durante a encenação, o canto é após a crucificação, como forma de anunciar ao público a morte de Cristo e expor a dor. Terminado o canto a procissão prossegue.

OBS: Foto gentilmente disponibilizada na internet pela amiga Suzi Pessanha da Silva, filha da saudosa Ovídia Silva.

 

 

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