Uma maravilhosa foto da década de 1960 mostrando a Gôndola ou Prancha G-3, da Estrada de Ferro Campos do Jordão - EFCJ, no desvio ferroviário especial que existia nas proximidades da Estação Emílio Ribas que aparece ao fundo, situada em Vila Capivari, pronta para receber mais um veículo para ser transportado até a cidade de Pindamonhangaba.
Nas décadas de 1950 até 1970, essas a lindas Gôndolas ou Pranchas, também transportavam veículos de turistas entre Pindamonhangaba e Campos do Jordão e vice-versa. Antigamente, até meados da década de 1970, ainda não existia a estrada de rodagem atual, SP. 123, Rodovia “Floriano Rodrigues Pinheiro”, ligando Campos do Jordão à Rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade de Taubaté-SP.. Essa rodovia viria facilitar o acesso a diversas cidades, inclusive para os turistas oriundos do Rio de Janeiro ou das cidades do fundo do Vale do Paraíba.
Na época, a melhor maneira de subir a serra com destino a Campos do Jordão de carro ou descer até Pindamonhangaba, era por intermédio dessas Gôndolas, evitando o longo trajeto até São José dos Campos e de lá para cá a difícil subida da serra, numa rodovia com mais de 650 curvas, conforme contadas pela Revista Quatro Rodas. Pela precária estrada de rodagem ligando Pindamonhangaba a Campos do Jordão, com leito de terra, a viagem era uma tragédia, muito desgastante para as pessoas e para os veículos. Na época da seca enfrentava-se poeira intensa e na época das chuvas, ficava completamente intransitável devido ao barro e a lama intensa,
Cada Gôndola transportava até três carros de tamanho médio. Era permitido aos passageiros ficar do lado de fora dos veículos, nas sobras de espaço da carroceria das Gôndolas, observando e se encantando com as lindas paisagens da Serra da Mantiqueira.
Essas Gôndolas ou Pranchas, também, durante muito tempo, a partir da década de 1920, forma utilizadas no percurso entre Pindamonhangaba e Campos do Jordão e vice-versa, transportando diversos tipos de materiais para construção, para atender os construtores de Campos do Jordão e casas especializadas na venda desses materiais. Esses materiais que vinham para Campos do Jordão através dessas Gôndolas, pelos trilhos da nossa querida Ferrovia, eram oriundos de diversas cidades localizadas no Vale do Paraíba e outras localizadas no grande interior do Estado de São Paulo, das Cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Vinham até Pindamonhangaba, transportados através dos vagões da Estrada de Ferro Central do Brasil e de lá para cá, através dessas gôndolas.
Os materiais transportados por essas gôndolas, desde sacos de cimento, de cal virgem, madeiras de todos os tipos (caibros, ripas, vigas, pranchas e pranchões de madeira), tintas, pregos, parafusos, cerâmicas, telhas diversas e até diversos tipos de tijolos, foram utilizados na construção de diversos sanatórios, hotéis e residências de Campos do Jordão e até, do nosso Palácio Boa Vista. Os materiais ficavam armazenados nos armazéns especiais localizados junto às Estações de Vila Abernéssia e Emílio Ribas, em Vila Capivari até que os proprietários fosse retirá-los com o auxílio de carroças, camionetes ou caminhões. Também, muitas dessas gôndolas, carregadas de diversos materiais para construção já eram descarregados, diretamente no depósito da Companhia Industrial e Comercial de Campos do Jordão, a famosa INCOS da Vila Jaguaribe, uma das maiores distribuidoras desses materiais para as construções de Campos do Jordão, durante várias décadas.
A Gôndola G-3 que aparece na foto, na década de 1960, foi sido transformada para transporte alternativo de passageiros, recebendo bancos, uma cobertura especial e cortinas de lonas nas janelas. Essa Gôndola, também puxando um vagão, uma classinha como era chamada, fazia, regularmente, o transporte de passageiros entre Pindamonhangaba até a Estação do Bairro Piracuama.
A Ferrovia tinha várias gôndolas para essa finalidade e eram numeradas como G-1, G-2, G-3, G-4 e G-5.
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