O Pracinha - Bento Rodrigues do Prado


O Pracinha - Bento Rodrigues do Prado - FS312 - 01

Na foto da década de 2000, o saudoso amigo Bento Rodrigues do Prado, o conhecido Pracinha que, infelizmente, nos deixou no dia 04/setembro/2016, partindo para integrar o nosso imenso e desconhecido Universo Celestial onde, com certeza, será bem acolhido e será um grande reforço para as inúmeras atividades lá desenvolvidas sob o Comando do Nosso Eterno Criador.

Bento Rodrigues do Prado ficou conhecido pela alcunha de Pracinha desde quando, na década de 1940, foi convocado para o serviço militar pelo Exército Brasileiro. Tendo ficado de prontidão, aguardando convocação para integrar a Força Expedicionária Brasileira - F.E.B. para seguir para o teatro de operações da Itália, na IIª Guerra Mundial. Durante esse período, sempre que vinha para sua terra natal, São Bento do Sapucaí, vinha orgulhosamente vestido com o uniforme do Exército Brasileiro. Assim, começou a ser chamado de Pracinha, ficando a partir daí, por toda vida, conhecido por Pracinha. Vários daqueles que foram convocados na época, acabaram seguindo para os campos de batalha, inclusive, quatro daqui de Campos do Jordão. O nosso Pracinha, felizmente, não seguiu para os campos de batalha considerando que a IIª Guerra Mundial terminou em maio de 1945.

O conhecido Pracinha, durante muitas décadas, foi um dos principais profissionais especializados na arte da instalação e reparos de todo tipo de redes de águas e esgotos residenciais e comerciais de Campos do Jordão, comumente chamados de encanadores. Qualquer problema com esse tipo de serviço o primeiro que era procurado era o Pracinha e ele, sempre muito atencioso, sempre muito alegre e com um largo sorriso no rosto, vinha o mais rápido possível. Via de regra, seu fiel companheiro era o seu tradicional e famoso Jeep Willys Overland, modelo 1957, de cor verde, onde carregava na parte traseira, uma verdadeira oficina com as ferramentas especializadas e alguns materiais essenciais para executar os mais variados reparos.

Lembro-me muito bem, durante as décadas de 1950 até 1980, quando meu pai estava em plena atividade com a sua tradicional e saudosa “Imobiliária Rocha”, era o responsável pela administração de algumas dezenas de casas que pessoas residentes fora de Campos do Jordão, mantinham aqui na cidade para serem utilizadas em finais de semana e férias escolares de seus filhos. Nessa época, qualquer problema relacionado à parte hidráulica e rede de esgotos, o Pracinha estava sempre pronto e disponível para atender com a máxima presteza e rapidez.

Curiosamente, quando fui prestar exames para tirar minha carta de motorista, no longínquo ano de 1967, também lá estava o amigo Bento Rodrigues do Prado, o Pracinha. Nessa época o Delegado de Polícia de Campos do Jordão era o saudoso Dr. Benedito Dalmo Florence, mais conhecido como Dr. Dalmo, de boa estatura, bastante gordo, muito simpático, atencioso e grande escritor e poeta. Esses exames para motorista, além da parte prática de volante pelas vias públicas da cidade e estacionamento com baliza, acompanhado de um examinador, incluía, um ditado que era feito pelo próprio Delegado de Polícia. Ele escolhia uma frase ou um texto e ditava para que o candidato examinado pudesse escrever e demonstrar que não era analfabeto e que sabia escrever. O Dr. Dalmo nesse particular era inesquecível. Ele perguntava para o candidato qual era sua profissão. Dependendo da profissão de cada um ele fazia uma frase relativa a essa profissão e ditava para que o candidato escrevesse na folha de papel própria. Jamais me esqueci que o Pracinha estava à minha frente e seria examinado antes de mim. Atrás vários outros candidatos. Dr. Dalmo perguntou ao Pracinha “Qual a sua profissão?” e o Pracinha respondeu: “Eu sou encanador Doutor”. Dr. Dalmo falou: “Então escreva aí: Hoje vamos entrar pelo cano”. Foi uma risada geral de todos que estavam na fila. Felizmente o Pracinha escreveu direitinho e foi devidamente aprovado. Eu também fui aprovado.

Uma outra curiosidade. Eu, enquanto jovem, lá pelos idos de 1950 e 1960, era procurado por vários empreiteiros da construção civil, inclusive o Pracinha, para datilografar recibos de serviços prestados para que pudessem receber os valores das pessoas contratantes. Graças à minha boa memória, jamais me esqueci dos nomes completos desses empreiteiros. Até pouco tempo, sempre que me encontrava com o Pracinha, especialmente no Banco, mesmo que ele não estivesse me vendo, imediatamente, falava seu nome completo: Olá meu amigo Bento Rodrigues do Prado. Ele se virava rapidamente, olhava para mim e dizia: “Não acredito! Você sabe o meu nome completo. A maioria das pessoas só me chama por Pracinha.” Aí eu dizia. “Desde que fiquei sabendo de um nome pela primeira vez, jamais esqueço.”

O Pracinha foi casado com a Sra. Eunice Vieira do Prado, a Matriarca da Família Rodrigues do Prado, mãe de seis filhos: Fátima Deuscélia, Rondon José, Maria Solange, José Getúlio, Isabel Cristina e Paulo Afonso, todos muito bem criados e pessoas valorosas que prestam relevantes serviços para a nossa cidade. D. Eunice sempre prestou relevantes serviços para as nossas Igrejas Católicas de Campos do Jordão. Durante muitos anos foi responsável por cursos de Catecismo, transmitindo e ensinando aos jovens, instruções orais metódicas elementares sobre os dogmas e preceitos da religião. Também, sempre, com sua voz maravilhosa, foi a destacada e apreciada interprete de lindas canções especialmente selecionadas para acompanhar missas, normais e casamentos diversos. Participa, também, de corais inesquecíveis, juntamente com muitas senhoras maravilhosas pertencentes à comunidade religiosa católica de Campos do Jordão. Atualmente participa de um coral especial que tem se destacado em diversas solenidades especiais de Campos do Jordão, o “Coral da Terceira Idade”.

OBS: Recorte de Foto gentilmente disponibilizada no Facebook por membro da Família do Pracinha.

 

 

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