Este é um dos copos utilizados para cerveja. Esses copos com a marca do Mau-Mau de São Paulo, também formam muito utilizados no Mau-Mau...zinho de Campos do Jordão. Esse copo eu ganhei de presente do grande amigo Doca e guardo com muito carinho até hoje.
Um pouco da história do Mau-Mau...zinho de Campos do Jordão.
No final da década de 1960 e início da de 1970, esteve estabelecida aqui em Campos do Jordão, na Vila Capivari, na Av. Dr. Victor Godinho, número 371, a saudosa Buate “Mau-Mau... zinho”, de propriedade dos meus queridos amigos, o saudoso professor Gad Aguiar e o Esdras Vassalo, mais conhecido como Doca.
O saudoso professor Gad Aguiar, durante muitos anos, foi o professor da disciplina Educação Física do setor masculino, do saudoso Colégio E Escola Normal Estadual de Campos do Jordão - CEENE. Também, em diversas oportunidades, com grande capacidade e responsabilidade, assumiu a direção do Colégio em substituição aos titulares efetivos. Foi também, grande jogador de futebol aqui em Campos do Jordão. Defendeu as cores do Grêmio Estudantil Jordanense - GEJ, do Abernéssia Futebol Clube e de outros clubes. Foi árbitro de futebol junto à Liga Jordanense de Futebol, arbitrando partidas maravilhosas e inesquecíveis das equipes de Campos do Jordão, durante os Campeonatos aqui realizados e, também, da Seleção Jordanense de Futebol quando enfrentou equipes poderosas do Vale do Paraíba e também de São Paulo e outras localidades. O professor Gad foi também, o criador da Buate denominada “Madrugada Lanches”, instalada no prédio do antigo e saudoso “Café Terraço dos Lagos”, localizada na Vila Natal, proximidades do antigo Hotel dos Lagos que nunca chegou a ser instalado e inaugurado. O prédio do antigo Hotel dos Lagos, durante algum tempo, também foi administrado pelo Iate Clube de Campos do Jordão que, também dirigia o antigo “Café Terraço dos Lagos”. Posteriormente, o prédio do antigo Hotel dos Lagos foi vendido e, atualmente, no mesmo local, depois do prédio totalmente concluído e remodelado, acha-se instalado o maravilhoso e já tradicional “Orotour Garden Hotel”. A Buate do professor Gad foi instalada onde, por alguns anos, esteve sediado o “Iate Clube de Campos do Jordão”, no prédio do saudoso “Café Terraço dos Lagos”. Durante muito tempo após, esse prédio foi demolido. Alguns anos depois, no mesmo local, foi construído um novo prédio que atualmente funciona com o mesmo nome de “Café Terraço dos Lagos”. A Buate “Madrugada Lanches”, posteriormente, mudou de endereço e instalou-se na Vila Capivari, na Av. Victor Godinho, mesmo local do endereço inicialmente mencionado.
O Esdras Vassalo, o conhecido Doca, veio para Campos do Jordão para criar uma Buate que pudesse atender não só a população de Campos do Jordão, mas especialmente, os turistas e filhos de turistas ou de pessoas residentes em São Paulo que mantinham em Campos do Jordão, suas casas de férias. Associou-se ao professor Gad Aguiar que já mantinha na Av. Victor Godinho, número 371, a Buate denominada “Madrugada Lanches”. A Buate idealizada pelo professor Gad e pelo Doca, recebeu o nome de “Buate Mau-Mau...zinho”. Essa Buate era um estabelecimento novo. Não era especificamente uma filial da tradicional, famosa e badalada “Buate Mau-Mau” de São Paulo que, durante as décadas de 1950 a 1970 fez muito e estrondoso sucesso na cidade de São Paulo. O Esdras Vassalo, o conhecido Doca, na realidade, era irmão do famoso e conhecido Luiz Vassalo, um dos proprietários da “Buate Mau-Mau” de São Paulo. Portanto, o Doca já tinha grande experiência no ramo e conhecia muitos dos freqüentadores de São Paulo que passaram, durante os períodos de férias ou estada em Campos do Jordão, freqüentar a também badalada “Buate Mau-Mau...zinho” que logrou muito sucesso durante o tempo em que aqui esteve estabelecida.
Eu freqüentei muito a “Buate Mau-Mau...zinho”, especialmente após o ano de 1972, depois que deixei a Secretaria da Recreação (antigo cargo de Diretor Social) do Campos do Jordão Tênis Clube de Turismo e fui, por alguns meses, exercer a Presidência do saudoso Abernéssia Futebol Clube - AFC, até que fosse efetuada uma eleição para eleger a sua nova Diretoria que, na realidade, aconteceu no início do ano de 1973.
Em algumas oportunidades até ajudei os amigos professor Gad e Doca com o som mecânico da Buate. Naquela época o som era feito através de gravadores importados utilizando aquelas fitas de rolo enormes. Era um som mecânico de excelente qualidade. Eram utilizadas fitas com músicas da época e que estavam nas paradas de sucesso internacional e nacional. As músicas das fitas utilizadas eram espetaculares, normalmente trazidas pelo Doca da “Buate Mau-Mau” de São Paulo. Os freqüentadores, na grande maioria, da classe alta de São Paulo, especialmente durante a temporada de férias mais concorrida, durante o mês de julho, mesmo com frio abaixo de zero, dançavam animadamente, durante as semanas, das 23 horas até as quatro horas da madrugada. Normalmente, por volta da meia noite e meia, quase sempre, havia necessidade de fechar a portaria e não deixar entrar mais ninguém, a Buate estava totalmente lotada.
Nesses meses de férias o Doca trazia do Mau-Mau de São Paulo vários empregados que entravam em férias, para trabalhar no Mau-Mau...zinho de Campos do Jordão. Lembro-me muito bem do Genésio que era um dos excelentes “bar-mens”, especialista em preparar bebidas e “drinks” espetaculares . Para mim ele preparava quase sempre, um maravilhoso coquetel de frutas que era divino. Até pouco tempo eu sabia a receita. Infelizmente, não tomei o cuidado de anotá-la e hoje não me lembro mais. Um grande reforço que o Doca trazia de são Paulo era o grande Souza. Realmente grande, um homem forte de mais de um metro e noventa de altura, com um físico de causar inveja e até medo. O Souza era a pessoa que ficava na Portaria e ocupava o cargo denominado “Leão de Chácara”. A grande maioria dos freqüentadores do Mau-Mau...zinho já conheciam o Souza da Buate de São Paulo e tinham por ele grande amizade e o mais profundo respeito. Coitado daquele que criava algum problema dentro da Buate. O Souza era chamado, entrava e pegava a pessoa praticamente no colo e colocava para fora da Buate. Também aqueles que pela vivência e conhecimento do Souza, já sabia que não deveriam entrar ou que já tinham dado algum trabalho anteriormente, não paravam muito tempo nas proximidades da Portaria.
De tanto freqüentar o Mau-Mau...zinho eu já conhecia quase todos freqüentadores. Muitos eu já conhecia do tempo em que estive na Diretoria do Tênis Clube, por mais de seis anos consecutivos. Eram filhos de nossos associados que freqüentavam a Buate do Clube até por volta das 23 horas e depois iam terminar a noite no Mau-Mau...zinho.
Uma coisa é válido registrar. Naquela época, os freqüentadores, a grande maioria jovens, moços bem apessoados e moças lindas, muito bem vestidos com aqueles casacos especiais para o frio de chamar a atenção, bebiam bastante, normalmente whisky importado ou outras bebidas diversas. Mas, em momento algum pudemos observar o consumo de drogas. Alguns poucos rapazes, às vezes, saiam da Buate e iam para a Rua fumar algum cigarrinho que, pelo cheiro da fumaça, dava para ver que não era de fumo comum.
As Buates “Madrugada Lanches” e Mau-Mau...zinho”, estiveram instaladas no prédio da Av. Victor Godinho, depois das adaptações, modificações e decorações necessárias.
Anteriormente, até início de 1960, durante muitos anos, por várias décadas, estiveram estabelecidos no prédio situado no mesmo endereço:
- Em metade do prédio, o saudoso Sr. Benedito Olimpio Miranda, foi o proprietário da tradicional “Casa B.O.Miranda”, localizada na Av. Victor Godinho, especializada em roupas, armarinhos, tecidos diversos, calçados, etc., muito prestigiada pelos moradores da Vila Capivari e adjacências, na época, dirigida e muito bem gerenciada pelo saudoso amigo Sr. Moreira.
- Na outra metade do prédio, que também fazia esquina com a Rua Ribeiro de Almeida, ao lado da “Casa B.O.Miranda”, esteve estabelecida, por vários anos, a famosa “Casa Ferraz”, de propriedade do saudoso casal Sr. Alberto Bernardino e D. Gracinda, com armazém especializado em secos e molhados - como se costumava dizer naqueles bons tempos -, responsável pelo abastecimento de gêneros alimentícios e bebidas para boa parte dos moradores de Vila Capivari e dos funcionários do nosso Horto Florestal e, também, da maioria dos turistas que vinham passar férias aqui em Campos do Jordão.
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