Foto do final da década de 1930 e começo da década de 1940, mostrando o prédio do segundo Mercado Municipal de Campos do Jordão. Esse prédio aproveitou boa parte do prédio do mercado anterior. Foram introduzidas várias ampliações, foi construído mais um galpão que, praticamente, dobrou a área do anterior. Do lado de fora, no lado esquerdo de quem olha de frente para o prédio, foram construídos vários boxes onde estavam situados a pastelaria, os bares, as frutarias, as lojinhas e outros pequenos ramos de atividade.
Esse prédio estava situado em Vila Abernéssia, no mesmo local onde hoje está sediado parte do Fórum Embaixador José Carlos de Macedo Soares, ao lado da antiga Agência da Caixa Econômica do Estado de São Paulo, posteriormente a Agência do Banco do Brasil nº 02 e, atualmente, desocupado e fechado.
Esta foto é do início da década de 1940. Mostra, ao fundo, do lado esquerdo,parte prédio onde, até pouco tempo, esteve sediado o Hotel São Francisco, na esquina com a travessa Próspero Olivetti, que dá acesso à nossa Igreja Matriz de Santa Teresinha do Menino Jesus. À direita, parte do prédio ainda existente onde, até pouco tempo, estava estabelecido o Cartório de Notas e de Protesto de Campos do Jordão.
É de chamar a atenção a falta de calçamento da rua existente em frente ao Mercado, hoje denominada Av. Dr. Januário Miráglia. Normalmente havia grande quantidade de terra espalhada pela rua. Com as chuvas virava um barro muito espesso. As pessoas mais antigas diziam que, em toda extensão dessa rua, era um verdadeiro atoleiro durante o ano todo. O seu solo era constituído de uma verdadeira turfa preta e bem escura. Quem trafegava por ela, em muitos trechos, tinha de tomar muito cuidado para não atolar até a altura do joelho.
O dicionário eletrônico de Aurélio Buarque de Holanda assim define a TURFA: “Matéria esponjosa, mais ou menos escura, constituída de restos vegetais em variados graus de decomposição, e que se forma dentro da água, em lugares pantanosos, onde é escasso o oxigênio. É muito frequente nas regiões de temperatura mais baixa, onde procede maciçamente de musgos do gênero Sphagum. A turfa retém grande cópia de água e forma um meio ácido e pobre”.
Até hoje, mesmo após as diversas construções que foram surgindo ao longo da avenida, do calçamento feito, anteriormente de paralelepípedos (de pedra), depois, em grande parte, recobertos por camada asfáltica, é possível sentir que o solo treme toda vez que passa um veículo mais pesado, como caminhões ou ônibus.
Este Mercado Municipal tinha uma particularidade muito interessante. Do lado esquerdo de quem adentrava o mercado, estavam os açougues especializados em carne de vaca, como era comum dizer na época, hoje, carne bovina. Do lado direito estavam os açougues especializados em carne de porco, atualmente, carne suína. Os açougues eram especializados e não vendiam os dois tipos de carne. Na parte interior, bem no corredor que unia os dois pavimentos do mercado, estava situada a Peixaria do seu Santo Scófano, mais conhecido com Santo peixeiro, que foi comerciante de peixes e frutos do mar por mais de trinta anos. Sua simpatia e habilidade com os peixes são lembradas, até hoje, pelas pessoas mais antigas da cidade. Cada cliente era um grande amigo, e toda vez que ia comprar peixes ou frutos do mar, recebia as orientações necessárias para o seu preparo à moda da tradicional e maravilhosa cozinha italiana.
Ao lado desse antigo Mercado Municipal estava localizado o prédio do Posto Policial e Cadeia Pública.
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