Esta foto, da década de 1940, mostra parte da atual Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense.
Um pouco da história da Vila Fracalanza das décadas de 1950 e 1950 mostrada nesta foto.
Bem à direita estava situada a bela Chácara de 10 mil metros quadrados, localizada na Vila Abernéssia, proximidades da atual Vila Fracalanza, que pertencia ao saudoso casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha, meus avós, desde a década de 1910 até início da década de 1950. A casa que aparece na foto foi a primeira casa de alvenaria da Vila Abernéssia (de tijolos unidos por argamassa), construída entre os de 1914 e 1915, logo após a chegada da família do meu avô Joaquim a Campos do Jordão, juntamente com a Estrada de Ferro Campos do Jordão, inaugurada em 15 de novembro de 1914. Seu Rocha como era chamado, conhecido por todos, construiu essa casa para abrigar sua numerosa família que, além do casal, era composta por mais quatorze filhos.
Anteriormente às casas feitas de alvenaria (com paredes feitas de pedras justapostas e superpostas, de tijolos ou mistas), aqui em Campos do Jordão, eram feitas de madeira, normalmente de tábuas serradas dos nossos pinheiros de Campos do Jordão. Algumas outras, eram feitas de taipa, também chamadas de tabique, estuque, taipal ou pau-a-pique com paredes feitas de barro ou de cal e areia com enxaiméis, (estacas ou grossos caibros que, juntamente com as varas, constituem o engradado das paredes de taipa, destinado a receber e a manter o barro amassado ou a massa de cal e areia) e fasquias de madeira (ripas).
Lembro-me muito bem que na Vila Capivari, existia muitas e grandes casas feitas de taipa, inclusive sobrados, dentre outras, a linda casa do Embaixador José Carlos de Macedo Soares e uma em que morei, no mesmo local onde hoje está sediado o Hotel Europa. Depois de prontas, com as paredes desempenadas (endireitadas, aplainadas) e pintadas, pareciam casas feitas de alvenaria.
A foto mostra a direita, a casa principal e atrás uma construção branca que, na realidade, era a cozinha da casa. Um pouco mais à esquerda, uma pequena casinha que meu pai Waldemar construiu. Essa casinha era de madeira. Claro, construiu essa casinha com autorização do meu avô Joaquim. Quando meu pai casou com minha mãe Odete, no ano de 1942, foram morar nessa casinha e, no ano de 1943 foi nela que nasci. e, quando casou com minha mãe Odete foram morar nessa casinha. Moramos nessa casinha até o ano de 1950. Nessa época, quando do falecimento do meu avô, essa propriedade foi vendida para as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus de São Paulo que, no local, instalaram a Obra Social ASSISO que funcionou até o ano de 2016, nas proximidades dos Supermercados Paratodos, Rosado, Maktub e, atualmente, Mercadinho Piratininga..
Antes de construir a casa de alvenaria a família morava em outra mais antiga, feita de madeira, situada na mesma propriedade, uma chácara com aproximadamente dez mil metros quadrados, com grande plantação de peras diversas, talvez, ao todo, mais de mil pereiras.
Tão logo a construção dessa casa foi concluída, antes de mudar-se para ela, seu Rocha alugou-a no ano de 1917, para o Senhor (Mister) George Friederick Morris, pai da querida amiga Senhora Sylvia Morris Siegel, casada com o grande e saudoso amigo Dr. Marcos Wulf Siegel, residentes na cidade de São José dos Campos.
Meus avós e os filhos moraram nessa casa até quase final da década de 1940. Já no final dessa década meus avós mudaram para a vizinha cidade de Pindamonhangaba. A grande casa, no ano de 1947, foi alugada e transformada em uma pensão para doentes acometidos do mal da época, a tuberculose. Nessa ocasião, embora já existissem vários sanatórios especializados para o tratamento dessa doença, ainda havia várias pensões que insistiam em acolher os acometidos do mal, mesmo existindo a recomendação contrária ao eventual tratamento da doença junto a essas pensões que, na realidade, careciam de tratamento mais especializado, acompanhado por profissionais e médicos especializados em tisiologia.
Exatamente nessa ocasião, nos idos de 1948, conheci Orestes Mário Donato que, a partir dessa época, tornou-se meu grande e constante amigo, passando a ser, num futuro até próximo, parte importante e decisiva no progresso da minha vida e na da minha família.
Enquanto esteve hospedado, impossível dizer internado, nessa pensão, que na ocasião pertencia ao Sr. Lauro Candeira, juntamente com outros amigos de saudosas memórias, como o Célio Duval Motta, o amigo Castro, Sr. Rezende, o Sr.Dorival Mendonça, mais conhecido por Índio, pai do Roberto da atual Romalar e do Adair, especialista em rádio e televisão, braço direito do Renato da atual Tomotec, e de tantos outros, o seu Orestes, como eu o denominava, era um companheiro especial. Acompanhava o seu Orestes em quase todas as suas caminhadas matinais que, por incrível que pareça, faziam parte do seu simples tratamento, obrigando-o a respirar o ar puro das manhãs, impregnado do aroma das araucárias, dos cedrinhos, dos pinhos-bravos e da relva molhada. Os caminhos percorridos eram desertos e maravilhosos. A nossa querida Vila Abernéssia, especialmente junto da área hoje denominada Vila Fracalanza, era quase totalmente deserta, existindo, além da referida pensão, o prédio da antiga pensão Sans Souci que aparece à esquerda da foto, bem embaixo das grandes árvores que, na realidade, eram eucaliptos. Também existiram nessa Vila Fracalanza das décadas de 1940 e 1950, as casas do amigo Olegário Frozino, dona Domingas Pasquarelli, de duas senhoras das quais nunca consegui saber os nomes e, nas proximidades, o posto de gasolina do Sr. Horário Padovan, Casa de Sementes do Kenji Tamya, o pequeno Armazém Jordanense, dos irmãos Francisco e Antoninho Miranda, as casas de D. Maria Sandim, do seu Ditinho Neco, do seu Zezinho e D. Julieta, do seu Délio Rangel Pestana e D. Minita, a mansão dos Fracalanzas e algumas poucas outras.
Quase ao centro da foto, à esquerda, o prédio da Chácara Dom Bosco, da laboriosa Ordem dos Padres Diocesanos. Também, ao centro da foto, duas casas, uma de madeira e outra até grande, de pau-a-pique, coberta de sapé, que infelizmente não consegui identificar a quem pertenciam.
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