Vila Fracalanza - Década 1940


Vila Fracalanza - Década 1940 - FS415 - 10

Esta foto, da década de 1940, mostra parte da atual Vila Fracalanza, hoje reduto de importantes moradores, pertencentes a diversas atividades da nossa sociedade Jordanense.

Um pouco da história da Vila Fracalanza das décadas de 1950 e 1950 mostrada nesta foto.

A nossa querida Vila Abernéssia, especialmente junto da área hoje denominada Vila Fracalanza, era quase totalmente deserta, existindo, uma aproximação do prédio da antiga pensão Sans Souci que aparece acima do centro da foto, bem embaixo das grandes árvores, pinheiros (araucária brasiliensis) e, também, de grandes eucaliptos.

Vale a pena relembrar um pouco da história que envolve a antiga e tradicional Pensão Sans Souci.

Na década de 1920, na casa construída pelo agrimensor Dr. José de Magalhães, após sua morte no ano de 1899, ficou famosa a Pensão Sans-Souci.

O prédio onde, depois da morte trágica do Dr. Magalhães, foi montada a Pensão Sans-Souci, foi construído nas terras que pertenciam a Celso Bayma. Era um enorme casarão construído de madeira e coberto com telhas de zinco; tinha dois andares e um pequeno deque. Também era reconhecida pela sua excelente qualidade.

A Pensão Sans-Souci, de primeira grandeza, montada por Tancredo Moreira Leal, filho do conde Moreira Leal, na década de 1920, estava localizada na atual Vila Fracalanza, entre as atuais ruas Dr. Silvestre Ribeiro e Marino Vieira de Novaes, anteriormente Pindamonhangaba e Taubaté, especificamente em parte da propriedade de número........, Hospedava pessoas enfermas e sadias. Posteriormente a Pensão Sans-Souci passou para as mãos do Sr. José Dolores de Carvalho, que foi um dos últimos proprietários. O prédio foi demolido no final da década de 1950.

Além da Pensão Sans-Souci, havia em Vila Abernéssia outra famosa pensão, cujo prédio servira de residência ao Dr. Robert John Reid – era a Pensão Belo Horizonte, que se situava no final da atual rua Dr. Reid, na Vila Suíça, e que, em 1929, era de propriedade de Oscar Rodrigues Jr. e Sylvio Barreto de Mesquita.

Com relação ao Dr. José Magalhães e ao surgimento da Pensão Sans-Souci após sua morte, na casa por ele construída, é importante esclarecer o que segue:

Em 1896, o Dr. Domingos Jaguaribe contratou o Dr. José de Magalhães, agrimensor, para fazer os serviços de agrimensura em suas vastas glebas, de cerca de 500 alqueires, em virtude da ocorrência de vários “grilos” que envolviam o capitão Joaquim Pereira da Rosa, sogro de João Rodrigues da Silva, o conhecido João Maquinista.

O Dr. José Magalhães era um gaúcho forte, alto e valente. Sua mulher se chamava Clotilde. Na ação de divisão da Fazenda Natal, intentada na Comarca de São Bento do Sapucaí, fora nomeado agrimensor, chegando a iniciar os trabalhos de demarcação.

No decorrer dos trabalhos de demarcação surgiu uma rixa que se tornou velha entre o Dr. José de Magalhães e o João Maquinista, um dos condôminos da Fazenda, por questões de terras.

Certa feita, quando o Dr. Magalhães comandava a abertura de valetas (à época não havia arame farpado para dividir propriedades), ocorreu grave discussão entre Maquinista e Magalhães, tendo o primeiro levado uns safanões do segundo, e prometeu vingança.

Em outro entrevero, ocorrido em 28 de dezembro de 1899, na confluência da atual Rua Brigadeiro Jordão com a atual Rua João Rodrigues Pinheiro, o resultado foi trágico, pois o João Maquinista não permitiu que a abertura de valos prosseguisse em terrenos que dizia de sua propriedade.

No ano de 1899, chamado o Dr. Magalhães ao local do embargo, travou-se ferrenha discussão entre ambos. No auge da grave discussão, que guardava certa distância, Magalhães gritou ao ver Maquinista de posse de uma espingarda:

– Atira, Maquinista! Se você for homem, atira aqui no peito!

O João Maquinista, que sabia do hábito do Dr. Magalhães, de usar colete de aço, respondeu:

– No peito, não, Magalhães, vou atirar na cara mesmo! Assim o tombo é mais bonito.

O João Maquinista desfechou um tiro certeiro e mortal, que atingiu o rosto do Dr. Magalhães, no queixo e outro no bigode, arrancando-lhe pedaços.

Entregando-se às autoridades de São Bento do Sapucaí, que era a sede da Comarca, o João Maquinista foi julgado em 09/02/1900 pelo juiz Júlio Amaro da Rosa Furtado, quando foi absolvido. Reformada a sentença do Júri de São Bento do Sapucaí, e levado a novo julgamento em 20/05/1901, foi absolvido pelo mesmo magistrado. Julgado pela terceira vez em 11/11/1901 pelo juiz Afonso José de Carvalho, foi novamente absolvido e aí a sentença transitou em julgado.

Também existiram nessa Vila Fracalanza das décadas de 1940 e 1950, as casas de Joaquim Ferreira da Rocha, a primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia, a casa do amigo Olegário Frozino, dona Domingas Pasquarelli, de duas senhoras das quais nunca consegui saber os nomes e, nas proximidades, o posto de gasolina do Sr. Horário Padovan, Casa de Sementes do Kenji Tamya, o pequeno Armazém Jordanense, dos irmãos Francisco e Antoninho Miranda, as casas de D. Maria Sandim, do Sr. Benedito Corrêa da Silva, o conhecido seu Ditinho Neco, a esposa D. Evangelina Gonçalves e os filhos Ailton, Domício Pazzianoto e Cleuza Gonçalves, do Sr. José Augusto dos Santos Filho, o conhecido seu Zezinho e a esposa D. Julieta, do seu Délio Rangel Pestana e D. Minita, a mansão dos Fracalanzas e algumas poucas outras.

 

 

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