Vila Capivari - 1947


Vila Capivari - 1947 - FS425 - 02

Foto histórica do ano de 1947 mostrando mais um pouco do centrinho da Vila Capivari, atualmente, o Centro Turístico de Campos do Jordão, compreendendo o início da Av. Macedo Soares, quase esquina com a Rua Djalma Forjaz.

Nessa oportunidade, tudo leva a crê, pela placa colocada, que a intenção era que esse local, essa praça, tivesse o nome de “Praça Adhemar”, sem dúvida, em homenagem ao Dr. Adhemar de Barros.

Na foto algumas pessoas, com certeza, alguns comerciantes da época, o saudoso Tefé, bicheiro do “jogo de bicho”que, depois que anotava os números dos bichos de preferência dos jogadores, no tradicional bloquinho de papel branco, sempre utilizando carbono azul, sempre muito gentil e educado, agradecia e dizia: “Boa Sorte. É preciso ter fé! !”. Por causa dessa mania e, por culpa da corruptela das palavras (modo errado de escrever ou pronunciar uma palavra ou locução) acabou conhecido como Tefé ou seu Tefé. Também o Sr. Herculano Pestana e o conhecido Bia, vendedor de verduras e legumes pelas ruas da cidade em seu tradicional cargueiro com jacás de bambú.

Na foto o primeiro bloco do conjunto de lojas construído pelo saudoso Sr. João Dias Afonso e sua esposa D. Olga da Fonseca Simões. Esse primeiro conjunto de lojas começava com a Foto Capivari do saudoso Sr. Jayr de Souza Lemos e sua esposa D. Rita e, depois, mais nove portas comercias, dentre elas, o açougue do alemão Helmut Bügner, a Livraria e Papelaria Seabra, do saudoso Sr. Joaquim Pinto Seabra, a Farmácia Emílio Ribas, na época do saudoso Sr. Paulo Gracie e, posteriormente do saudoso Sr. José Elias, o conhecido Calil, o Bar São Luiz, na época do Ermínio e, posteriormente do saudoso José de Almeida e de sua tia D. Laura Benvinda dos Reis e, por último, a Barbearia do Sr. Amadeu Farina.

Um pouco sobre o Dr. Adhemar Pereira de Barros

O Dr. Adhemar Pereira de Barros, influente político brasileiro, nas décadas de trinta até sessenta (deputado estadual em São Paulo – 1935-1937; interventor federal em São Paulo – 1938-1941; governador do Estado – 1947-1951 e 1963-1966, e prefeito de São Paulo – 1957-1961); concorreu à Presidência da República do Brasil em 1955 e 1960, tendo conquistado, nestas duas eleições, o terceiro lugar. Nascido em Piracicaba, pertencente a uma família tradicional de cafeicultores de São Manoel – SP, médico formado em 1923 pela Escola Nacional de Medicina, hoje pertencente à UFRJ, onde foi graduado com distinção. Fez especialização no Instituto Oswaldo Cruz. Estudou nos Estados Unidos e fez residência médica em várias cidades européias, tendo voltado ao Brasil no ano de 1926. Foi, também, empresário bem-sucedido.

Foi casado com a admirável, grande benemérita de Campos do Jordão, Dona Leonor Mendes de Barros, com quem teve quatro filhos, dois homens e duas mulheres: Maria Helena, Adhemar de Barros Filho, Maria e Antonio e muitos netos.

Em seu primeiro mandato como governador do Estado de São Paulo, mandato de 1947 a 1951, sua esposa Dona Leonor fundou, em 10 de junho de 1947, no Palácio dos Campos Elíseos, a Bandeira Paulista contra a tuberculose. No mesmo ano, no dia 15 de novembro, inaugura aqui em Campos do Jordão, com a presença de seu marido Adhemar de Barros, o “Abrigo Leonor Mendes de Barros”, fruto de seu dinamismo, dedicado trabalho e benemerência.

O Abrigo Leonor Mendes de Barros, quase todo construído de tábuas, serradas das araucárias jordanenses que aqui eram abundantes naquela época, ficava a uns duzentos metros depois do atual Posto de Combustíveis “Ecológico”, situado próximo ao trevo que dá acesso à saída da Cidade, sentido Taubaté, antes do Portal da Cidade.

O Dr.Adhemar de Barros foi grande responsável por fazer de Campos do Jordão um centro nacional de tratamento da tuberculose. Os sanatórios eram importantes naquela época porque não havia ainda a vacina BCG e outros medicamentos contra a tuberculose.

O Dr. Adhemar de Barros juntamente com sua esposa Dona Leonor Mendes de Barros foram grandes responsáveis pela criação da nossa Santa Casa de Misericórdia de Campos do Jordão; participaram do lançamento da sua pedra fundamental em 29 de julho de 1939 e, depois, da sua reconstrução, em 24 de junho de 1948, já que na madrugada do dia 29 de julho de 1945, exatamente seis anos após o lançamento da pedra fundamental, pavoroso incêndio havia destruído parcialmente o prédio. Posteriormente a Santa Casa passou a se chamar, com muito mérito, “Hospital Dr. Adhemar de Barros”. Infelizmente, o referido hospital foi fechado em 2005, por diversos problemas, especialmente financeiros, porém sem apoio necessário das diversas autoridades governamentais.

O Dr. Adhemar de Barros logo ao se afastar do partido político UDN - União Democrática Nacional, fundou o Partido Republicano Progressista - PRP que depois se fundiu com o Partido Popular Sindicalista e o Partido Agrário Nacional, formando o Partido Social Progressista, o conhecido PSP que se tornou o maior partido político de São Paulo do período de 1946 a 1965, o único que mantinha diretórios em todos municípios do estado de São Paulo.

 

 

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