Histórico
No ano de 1963, quando de nossa formatura na quarta série do Curso Ginasial do Glorioso Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão – CEENE, por ações e providências da Comissão de Formatura e dos professores do Colégio, liderados pelo querido professor Guido Machado Braga, hoje morando na cidade de Aparecida - SP, onde desenvolve, através de Prefeitura Municipal, importante serviço na área da Cultura, conseguimos junto à Secretária da Educação do Estado de São Paulo, um grande prêmio - viagem de uma semana para as terras das Minas Gerais, passando pela Grande Belo Horizonte e visitando as cidades históricas, de Minas Gerais, dentre elas: Ouro Preto, Sabará, Congonhas do Campo, Mariana, Lagoa Santa e a gruta da Lapinha, Nova Lima, município brasileiro do estado de Minas Gerais, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com diversas minas, incluindo visita à famosa mina de Morro Velho e, também, o maravilhoso Museu da Mineralogia em Ouro Preto, montado a partir de 1877 com minerais trazidos pelo francês Henri Gorceix, fundador da Escola de Minas e Metalurgia de Ouro Preto. O acervo reúne mais de 20 mil amostras do mundo inteiro.
Na época, o Dr. Shizuto José Murayama, casado com nossa professora Cecília de Almeida Leite Murayama que, já havia sido por longo período, engenheiro chefe da Casa da Lavoura ou da Agricultura de Campos do Jordão, tendo prestado relevantes serviços para o engrandecimento da agricultura de toda nossa região, nos ajudou muito. Na qualidade de ex-deputado estadual, conseguiu audiência com o secretário da Educação, reverendíssimo padre Januário de Jesus Baleeiro, por nós escolhido como nosso patrono. Acompanhado de pequena comitiva de estudantes, colegas da turma de 1963, dentre eles seu filho, nosso colega Paulo Roberto de Almeida Murayama, o Shizutinho e Antonio Marmo de Oliveira Nascimento, foram recebidos pelo secretário, em seu gabinete. Na oportunidade, recebemos sua promessa no sentido da liberação de um ônibus para a viagem tão esperada. Na seqüência o secretário da Educação autorizou e a secretaria de Estado patrocinou aos estudantes a linda e inesquecível viagem.
O ônibus que nos levou nessa magnífica excursão, como denominávamos na época, essas viagens, cedido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, foi conduzido pelos excelentes e experientes motoristas Emílio e Antonio, ambos, funcionários da Secretaria que ficaram, durante todo esse tempo, à nossa disposição. A viagem teve início e término em Campos do Jordão.
A viagem parecia que não tinha mais fim, pois a distância entre Campos do Jordão e Belo Horizonte não é pequena, e as estradas, naquela época, não eram tão boas como hoje. Saímos daqui numa tarde, viajamos a noite inteira e chegamos a Belo Horizonte já passando do meio-dia do dia seguinte.
Foram nessa viagem, como responsáveis pelo grupo de estudantes – em torno de trinta rapazes e moças –, além do professor Guido, as professoras Anna Maria de Toledo Barbosa, Cecília de Almeida Leite Murayama, ambas, da cadeira de inglês, Norma professora do curso primário anexo ao colégio e frei Bruno Fregni Bassetto, anteriormente Libério, pertencente à Igreja Matriz de Santa Teresinha do Menino Jesus de Campos do Jordão, da cadeira de religião, da Ordem dos Frades Menores-OFM, da Paróquia de Campos do Jordão.
Aproximadamente trinta e cinco alunos participaram dessa viagem. Alguns poucos formandos deixaram de participar dessa viagem. Assim sendo, foi possível que a nossa amiga e contemporânea Maria Tereza de Oliveira Seabra, a Linda, que na época namorava o Shizutinho, pudesse nos acompanhar durante essa excursão.
Em Belo Horizonte, por intervenção e contatos mantidos pelo Frei Bruno F. Bassetto com algumas entidades católicas, ficamos hospedados no Instituto Padre Machado, fundado em 1921, dirigido pelos padres Barnabitas (Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo), Instituto que mantém sua linha de ensino focada na formação humana e cristã, localizado na Avenida do Contorno, 6745, Bairro Savassi. Esse Colégio, na época da nossa viagem, realizada no mês de dezembro de 1963, estava com seus alojamentos, normalmente utilizados pelos alunos em regime de internato, desocupados. Assim, graças aos contatos mantidos pelo Frei Bruno, a direção do colégio concordou em cedê-los para acomodar nossa turma de Campos do Jordão.
Ficamos hospedados em alas separadas – homens e mulheres. Os alojamentos eram muito amplos e com muitas camas.
No alojamento em que ficamos, na ala masculina, em número aproximado de 15 rapazes, mais o professor Guido, ainda sobravam umas outras quinze camas. Bem em frente às camas do alojamento existia uma mesa de quase quatro metros de comprimento e com quase um metro de altura. Era uma mesa enorme.
As moças também ficaram em alojamento semelhante, com as professoras que as acompanharam. O frei Bruno ficou alojado junto ao alojamento dos padres do Colégio.
O nosso recolhimento aos alojamentos era obrigatório e rigoroso e tinha de ocorrer antes das dez horas da noite. Até esse horário podíamos ficar assistindo à rede Globo Minas e, se quiséssemos, poderíamos até ir a algum cinema no centro da cidade.
O alojamento tinha janelas enormes, com vidros pintados de branco e algumas cortinas, porém a claridade da iluminação da rua o deixava com uma claridade suficiente para vermos uns aos outros e todo o alojamento.
Durante os dias da excursão saíamos nas primeiras horas das manhãs e excursionávamos pelas diversas cidades históricas. No final das tardes retornávamos para Belo Horizonte.
Viajávamos pelas cidades históricas em roteiros previamente programados, saindo de Belo Horizonte nas primeiras horas das manhãs e retornando quase nos finais das tardes, onde durante toda semana, sempre dormíamos nos alojamentos do Instituto Padre Machado. As viagens pelas cidades históricas foram divinas e maravilhosas.
Vale comentar: Em Congonhas do Campo, conhecemos o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, com as lindas e deslumbrantes esculturas dos doze Profetas, entalhadas, a duras penas, em pedra sabão, pelo insubstituível, magnífico e único, Antonio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, já em período adiantado da doença que lhe corroia os dedos e as mãos. Conhecemos, também, todas as maravilhosas esculturas feitas por ele, e exibidas nos pequenos Santuários dos Passos (pequenas capelas) e as do interior da igreja principal.
Tivemos a sorte de passar em frente à casa onde morava o famoso e conhecido médium espírita Zé Arigó (José Pedro de Freitas). Nessa oportunidade, vimos o Zé Arigó, que apareceu na porta de sua casa para atender pessoas que o procuravam esperançosas em conseguir a cura para seus males.
Na Cidade de Nova Lima, fomos conhecer a famosa Mina de Morro Velho e seus túneis subterrâneos de vários quilômetros, abertos por valorosos e corajosos mineiros/operários, cavados à mão, com auxílio da tração animal de burros e jumentos, na busca dos metais preciosos, o ouro e a prata.
OBS: a) Veja aqui outras fotos da Excursão
Belo Horizonte 1963
b) Veja a crônica relacionada a essa excursão maravilhosa: “Albertinho acorda com a cama em cima da mesa do convento de Belo Horizonte” - Clique Aqui
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