Amigos


Amigos - FS50 12

Na década de 1940, sentados para uma boa conversa, quatro amigos, pessoas que foram importantes na formação de Campos do Jordão e participaram ativamente em diversas atividades em vários segmentos sociais, comerciais, beneméritos, progressistas e filantrópicos da cidade. Na foto, da esquerda para a direita:

- Caio Jardim, escritor que viveu por longo tempo, em terras jordanenses, autor de “Ilha Submersa”, que, depois de curado, integrou-se totalmente nas lides da estância serrana, participando, ativamente de todos os empreendimentos que, a partir da década dos anos 30, foram despontando no Alto da Serra, destacando-se, sobretudo, na direção da Revista “Sanatorinhos”, publicação da Associação dos Sanatórios Populares de Campos do Jordão que, por longos anos, prestou importantes serviços de divulgação de Campos do Jordão.

A par dessa atividade intelectual, em muito colaborou com Sanatorinhos, que ajudou a fundar.

Intelectual de grande sensibilidade, homem bom e culto, traduzia livros para as editoras José Olympio e Universitária, tendo falecido em 24 de abril de 1945.

Inimigo da ditadura, sempre postulou pelos princípios democráticos, e porque, excelente tradutor de inglês, francês, alemão e italiano, era disputado pelas editoras nacionais, que admiravam o seu conhecimento e estilo.

Sempre recusou convites, freqüentes, que o obrigassem a abandonar Campos do Jordão. A morte o surpreendeu em plena elaboração de um livro sobre palpitante tema psico-social. O SENAC deu a uma das classes que instalou em 1949, o seu nome, e na década de 60, o autor deste trabalho (Pedro Paulo Filho), quando vereador, criou por lei municipal o “Fórum de Debates Caio Jardim”, como pálida homenagem à sua memória. No coração de Vila Abernéssia, o Poder Público fixou uma placa em uma de suas vias públicas: Travessa Caio Jardim.

Foi uma figura cândida, porém, enérgica, que ajudou os humildes e doentes.

OBS: Do livro História de Campos do Jordão, da autoria doe Pedro Paulo Filho, Editora Santuário - 1986 - página 434.

- Américo Richieri, farmacêutico formado pela “Escola de Pharmácia e Odontologia de Pindamonhangaba” que foi, durante várias décadas, o proprietário e responsável pela Farmácia Santa Izabel de Campos do Jordão, instalada no final da década de 1930, na Avenida de Ligação, posteriormente Av. Dr. Januário Miráglia, atualmente Av. Frei Orestes Girardi, em frente à Estação de Vila Abernéssia, da Estrada de Ferro Campos do Jordão. Permaneceu com a Farmácia até a década de 1970. Era uma farmácia tradicional ao estilo antigo, linda e maravilhosa, com seus enormes armários de madeira escurecida, dotados de portas emolduradas, também com madeira, com vidros transparentes, mostrando em seu interior, dispostos em prateleiras especiais, os diversos medicamentos expostos e colocados à disposição dos clientes. Seu balcão com estrutura da mesma madeira, mantinha em toda sua frente e em seu tampo, vidros que possibilitavam a exposição dos produtos ali colocados para venda.

A Farmácia Santa Izabel existe até hoje, já passando por diversos proprietários depois do Sr. Américo Richieri. Também, infelizmente, foi totalmente modificada. Foram retirados todos aqueles lindos armários de madeira e balcão envidraçados, transformando-a numa Farmácia comum dos dias atuais, sem qualquer característica que possa torná-la diferençada das demais, mantendo para o futuro, uma lembrança inesquecível de uma determinada época.

Nessa Farmácia passaram profissionais inesquecíveis que, por força de expressão, eram todos chamados de farmacêuticos. Por ela passaram dentre outros, farmacêuticos inesquecíveis como o Seo Zezinho (José Soares de Oliveira), Castorino Ribeiro de Almeida que depois foi um dos primeiros proprietários da tradicional Farmácia Santo Antonio, Seo Antonio, José João da Silva, atualmente proprietário da Farmácia Santo Antonio juntamente com seu irmão Joaquim João da Silva.

- Sebastião Gomes Leitão - Chegou em Campos do Jordão em 1921. No ano seguinte, em 1922, ingressou como funcionário da Estrada de Ferro Campos do Jordão na função de telefonista, considerando que a ferrovia, também, era a empresa que mantinha os serviços de telefonia de Campos do Jordão. Posteriormente foi promovido a agente da estação. Contou em um depoimento que, no ano de 1932, ficou quase um mês sem dormir normalmente, devido às tropas revolucionárias que chegavam e regressavam, ininterruptamente, através dos bondes da ferrovia.

Sebastião Leitão participou ativamente de várias entidades de Campos do Jordão, especialmente, junto aos Sanatórios, entre eles o Bandeira Paulista Contra a Tuberculose onde foi administrador por longos anos e Sanatorinhos Ação Comunitária de Saúde, onde foi fundador. Em 26 de abril de 1980, a diretoria do “Sanatorinhos” o agraciou com a “Medalha Cruz de Ouro”, destinada aos que, com abnegação e sacrifício, trabalharam pela Instituição.

- Orivaldo Lima Cardoso - Bem sucedido financeiramente, exerceu importantes e diversas atividades comerciais em Campos do Jordão. Foi o principal idealizador e proprietário da antiga, famosa, saudosa e pioneira casa de materiais de construção da cidade, a INCOS – Companhia Industrial e Comercial, responsável pela distribuição e abastecimento da construção civil local, durante muitas décadas. A grande maioria das casas, prédios, sanatórios e hotéis de Campos do Jordão foram construídos por engenheiros e empreiteiros diversos, que utilizaram em suas construções os materiais fornecidos pela conhecida INCOS, de Vila Jaguaribe. A INCOS estava situada em Vila Jaguaribe, bem em frente à atual Casa de Couros do Luiz Manoel.

OBS: Foto gentilmente cedida pelo amigo Américo Richieri Filho.

 

 

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