Sessão Solene da Academia de Letras de Campos do Jordão - 28.01.2012


Sessão Solene da Academia de Letras  de Campos do Jordão - 28.01.2012

Durante os trabalhos da reunião: o Acadêmico Edmundo Ferreira da Rocha, ocupante da cadeira número 29, Patrono Guimarães Rosa, apresenta trabalho que descreve a vida da Acadêmica Iracema Gonçalves Abrantes que, anteriormente, ocupou a mesma cadeira na Academia de Letras de Campos do Jordão, cujo resumo segue abaixo:

Um pouco sobre - Iracema Gonçalves Abrantes

A cadeira número 29 desta Academia Jordanense de Letras, cujo Patrono é o ilustre Escritor João Guimarães Rosa, pertenceu anteriormente à querida Poeta Jordanense Iracema Gonçalves Abrantes.

Filha de Álvaro Abrantes e de Dona Aurora Gonçalves Abrantes, nasceu na Vila Jaguaribe em Campos do Jordão, em 27 de dezembro de 1927, onde morou durante toda sua vida, sempre, na mesma casa. Iniciou seus estudos no tradicional Grupo Escolar Dr.Domingos Jaguaribe, ainda existente.

No final da década de 1940, no período da tarde, trabalhou como Secretária no Consultório do grande e famoso médico pneumologista infantil Dr. José Carlos Silveira, onde clinicou por vários anos, com quem Iracema trabalhou por muito tempo.

Iracema trabalhou, também, por muitos anos: com o médico pneumologista Dr. Osório Pinto de Oliveira; Dr. Radyr de Queiroz, grande e famoso médico pneumologista especializado em cirurgias de torocoplastia que prestou grandes serviços à área hospitalar e sanatorial de Campos do Jordão

Trabalhou por vários anos na tradicional e conhecida Farmácia Emílio Ribas, desde o tempo de seu primeiro proprietário o saudoso Paulo Gracie, continuando com seu sucessor Sr. José Elias, o conhecido e dedicado Calil.

Foi funcionária da Prefeitura Municipal da Estância de Campos do Jordão onde trabalhou, junto à Secretaria da Saúde, até sua aposentadoria.

Iracema, sempre atuante, dedicada ao bem estar da sua família, procurava com muito esforço, angariar um pouco mais de dinheiro para melhorar suas condições de vida e da família que amava e para a qual vivia e dedicava muito amor, especialmente, para seus sobrinhos.

Na APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campos do Jordão, fundada em 14 de junho de 1969, durante mais de dez anos, foi assídua e dedicada secretária, participando das reuniões administrativas, sempre colaborando com a entidade nos diversos eventos.

Por seus inúmeros méritos pessoais e pelos relevantes serviços prestados à comunidade Jordanense, por indicação do Acadêmico Reverendo Oswaldo Alves, ingressou nesta Academia Jordanense de Letras.

Escreveu, no ano de 1998, o livro de poesias intitulado “Cantar Campos do Jordão e outros cantares”. Por esse magnífico trabalho ressaltando as características e qualidades de Campos do Jordão, celebrando “a cidade, o Museu Felícia Leirner, o Festival de Inverno, o Monumento Centenário, as estações do ano no Alto da Serra, as araucárias, os plátanos, o liquidâmbares, os redodendros, as hortênsias, os pinheirais e cedrinhos, a Mantiqueira, o Itapeva, as nascentes mais altas do Rio da Prata, a Pedra do Baú, o Palácio Boa Vista, as vistas jordanenses, a Igreja Nossa Senhora da Saúde, o Horto Florestal”, recebeu homenagens de escolas e de muitos alunos.

Iracema sempre amou extremamente Campos do Jordão, sua terra querida. Amante fervorosa da natureza, era grande defensora de suas matas, sempre, contra a derrubada indiscriminada de suas árvores tradicionais e maravilhosas. “Foi doce, terna, carinhosa, sensível, amorosa, comovente e suave, qualidades que inseriu em seus versos cheios de candura e dotados de alta voltagem lírica.”

Infelizmente, teve vida sofrida, sempre cuidando dos familiares, nos mais difíceis instantes de dor, causados por enfermidades hereditárias.

Iracema era pessoa autodidata tendo adquirido grande conhecimento e cultura. Como apreciadora da boa e tradicional música clássica, adorava os Festivais de Inverno de Campos do Jordão.

Viveu sozinha nos últimos anos de sua vida, na casa onde nasceu e que pertencia a seus pais, em Vila Jaguaribe.

Foi acometida de isquemia cerebral por falta de oxigenação vascular péssima, ficando fisicamente muito comprometida por aproximadamente quatro anos.

Em seus últimos dias de vida esteve hospitalizada e sofreu muito, vindo a falecer no dia 23 de agosto de 2009, por falência múltipla dos órgãos.

 

 

 

 

 

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