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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

A Grande Corrida da Tocha 


A Grande Corrida da Tocha

Escultura de atleta carregando uma tocha

 

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Anualmente, nas décadas de 50 e 60, na abertura dos Jogos Estudantis, organizados pelos alunos e professores do Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão – CEENE, era realizada a famosa e esperada “corrida da tocha”. Essa corrida era realizada, sempre, à noite, e a competição era entre os partidos verde e branco, cores do saudoso e glorioso Grêmio Estudantil Jordanense – G.E.J., formado pelos alunos de todos os cursos do CEENE (Ginasial, Colegial, Científico e Normal) e professores.

Essa corrida tinha seu ponto de partida em frente à ZYL-6 - Rádio Emissora de Campos do Jordão, “A mais alta do Brasil”, que, na época, tinha sua sede na sobreloja onde, hoje, se encontra instalado o Escritório de Advocacia do Dr. Pedro Paulo Filho, no edifício ao lado do UNIBANCO.

Era uma corrida de velocidade, com percurso de mais ou menos 8 mil metros, que estabelecia um revezamento a cada 200 metros e, saindo do ponto de partida, ia até ao centro de Vila Capivari. No retorno, tinha seu ponto de chegada, também, em frente à Rádio Emissora.

Certa feita, na corrida da tocha no ano de 1957, no retorno de Vila Capivari para Vila Abernéssia, pela única avenida existente na época, a Av. Dr. Januário Miráglia (naquela ocasião, ainda não havia a segunda pista, a Av. José de Oliveira Damas, que vai até a Parada Grande Hotel, e a Av. Frei Orestes Girardi, que vai da Parada Grande Hotel até a Vila Abernéssia), aconteceu o que segue:

Num dos pontos de troca do revezamento, exatamente em frente ao recentemente fechado Restaurante “Le Village”, próximo à atual Estação Rodoviária, ficaria o nosso querido amigo Édson Carneiro, aluno do curso científico, popularmente chamado de Carneirão, devido à sua estatura privilegiada, que deveria receber a tocha do querido e, até hoje admirado, professor Gustavo Leopoldo Marissäel de Campos, mestre em Matemática, de saudosas recordações, pessoa que marcou profunda e admiravelmente sua passagem pelo nosso querido CEENE, residindo atualmente em Jundiaí - São Paulo. O Carneirão deveria receber a tocha do mestre Gustavão ou Estrelão ¬ – como era carinhosa e secretamente chamado pelos alunos –, correr com o máximo de suas forças e entregar a tocha ao próximo atleta em frente à atual Padaria Roma em Vila Jaguaribe.

Aconteceu que o Carneirão, na expectativa da espera para receber a tocha, lamentavelmente, creio que devido ao nervosismo decorrente de sua responsabilidade de procurar a vitória do seu partido, foi acometido por uma forte dor de barriga súbita e, achando que a tocha ainda demoraria a chegar àquele ponto, resolveu descer o barranco e ir até as proximidades da linha férrea da Estrada de Ferro Campos do Jordão, para atender às suas necessidades fisiológicas. Exatamente nessa oportunidade, o professor Gustavo veio, com todo o gás disponível, dando tudo de si, correndo a toda velocidade, para entregar a tocha ao Carneirão. Para sua surpresa e decepção, no ponto da entrega da tocha, não encontrou ninguém. O único remédio foi encontrar forças no ar puro de Campos do Jordão e correr até o próximo ponto de troca do revezamento, em frente à atual Padaria Roma.

O coitado do mestre Gustavão, tendo dado o máximo de suas forças no seu percurso de 200 metros, correu o dobro, 400 metros. Chegou ao ponto de troca, com “meio metro” de língua de fora, suando à beça e xingando pra valer, “com palavras carinhosas”, o desgraçado do atleta a quem deveria ter entregado a tocha no ponto anterior.

O Carneirão, após fazer suas necessidades e já aliviado, subiu ao seu posto e, claro, ficou surpreso, pois, após um longo período de espera, não apareceu nenhum atleta para entrega-lhe a tocha. Posteriormente, apareceu o caminhão da Prefeitura Municipal que tinha a incumbência de resgatar cada um dos atletas e levá-los ao ponto final da corrida para as comemorações de praxe.

Sem dúvida, já no local da chegada e, após muita risada e descontração, o mestre Gustavo, que tinha razões de sobra para xingar devidamente o Carneirão, deu-lhe somente um puxão de orelhas e um grande abraço, pois, mesmo assim, seu partido havia vencido a corrida.

Edmundo Ferreira da Rocha

14/05/2003

 

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