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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Quinzola 


Quinzola

Joaquim Ferreira da Rocha Filho, o Quinzola.

 

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A famosa casa da Chácara, a primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia, de propriedade do casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha.

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O famoso muro de pedra da Chácara situada em Vila Abernéssia, pertencente ao casal Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Güttler Rocha, construído na década de 1920, existente até os dias atuais.

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Na segunda década do século viveu Quinzola (Joaquim Ferreira da Rocha Filho), um jovem que foi jogador de futebol, irmão de Cotinha, da história anterior.
Seu pai, Joaquim Ferreira da Rocha, um dos pioneiros de Vila Abernéssia, possuía uma chácara na entrada da vila.
Certo dia, a filha Isabel, casada com Floriano Pinheiro, chegou à casa paterna, grávida do filho Jaime, e Quinzola, gentilmente, cedeu o seu quarto à Irmã.
Logo no dia seguinte, o velho Joaquim reclamou de não ter dormido bem à noite, incomodado por um falatório insistente.
Quinzola entrou na conversa e disse a dona Maria, sua mãe:
- ô mãe, entrou um homem aqui em casa ontem à noite e ficou conversando comigo quase a noite toda.
Ele bateu à porta e eu próprio fui abri-Ia.
- Quem era esse homem? - perguntou o pai Joaquim.
- Não sei, papai, só sei que conversamos a noite toda.
De repente, interrompendo a conversa, chegaram os companheiros de Quinzola, que foram buscá-lo para jogar futebol em São Bento do Sapucaí.
Dona Maria, sua mãe, disse:
-Não vá, meu filho. Estou com mau pressentimento.
-O mamãe, deixa disso.
A turma partiu em direção a São Bento do Sapucaí pela estrada antiga que subia pelo Sanatório S-3, descia até o Rodeio e de lá atingia São Bento.
Foram a cavalo.
Jogaram e ganharam.
Na volta, vinham em fila indiana, contando estórias e se confraternizando, quando, de repente, um deles, o agrimensor Godoy, teve uma má idéia: sacou de um revólver e começou a dar tiros. Infelizmente, uma bala perdida velo atingir o rim do último cavaleiro da fila: Quinzola.
Gravemente ferido, ele foi transportado, deitado em uma rede, até Vila Abernéssia, recebendo os primeiros socorros no consultório do dr. Miguel Covello Jr., que ficava em frente à estação ferroviária de Vila Abernéssia.
Como não havia luz elétrica, Quinzola foi removido para a estação, onde ficou a noite inteira, recebendo compressas de água quente, aguardando o bonde a gasolina, que no dia seguinte o levaria até Pindamonhangaba, de onde seria transportado a Lorena.
Foi operado, quando a bala foi extraída.
Começou a melhorar de saúde e depois piorou.
Chamou o pai Joaquim:
- Pai, estou nas últimas, mas quero fazer-lhe um derradeiro pedido.
- Que é isso, meu filho, não fale uma coisa dessas. Você vai ficar bom e voltar a jogar.
- Não, pai, vou morrer, mas preciso que o senhor atenda o último pedido. Não faça nada contra o agrimensor Godoy. Ele não teve culpa. Não quero que ninguém o processe. Você me promete, pai? Não deu tempo para Joaquim Ferreira da Rocha responder, pois Quinzola desfaleceu para sempre. Até hoje, os familiares de Quinzola vivem a indagar: Quem teria sido aquele homem misterioso que conversou com Quinzola na noite que antecedeu o trágico acidente?
Teria sido uma pessoa ou um espírito?
Nota: Estória contada por Waldemar Ferreira da Rocha.


Do livro “Estórias e Lendas do Povo de Campos do Jordão” da autoria de Pedro Paulo Filho,páginas 268/270.

OBS: O agrimensor Godoy, autor dos tiros, desgostoso após esse trágico incidente, faleceu poucos meses depois.


Na foto da década de 1920, o saudoso Joaquim Ferreira da Rocha Filho, o Quinzola (São Paulo - 09.03.1906 -Lorena - década de 1920). Era mais conhecido por Quinzola (Joaquinzinho, Quinzinho e, por último, Quinzola), o quinto filho da prole de 14 (catorze) filhos do casal pioneiro de Campos do Jordão, Joaquim Ferreira da Rocha e Maria Gürtler Rocha, proprietários da famosa “Chácara”, local da primeira casa de alvenaria de Vila Abernéssia, onde residiram com os filhos de 1914 até início da década de 1950. Essa casa estava situada no local onde hoje está sediada a Obra Social ASSISO, da Irmãs do Sagrado Coração de Jesus.

20/10/1980

 

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