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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Lembranças da Lagoinha 


Lembranças da Lagoinha

Umas bela imagem da antiga Fazenda Lagoinha

 

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Uma bela imagem das casas da antiga Fazenda Lagoinha

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Uma das saudosas e lindas lagoas da antiga Fazenda Lagoinha

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Placa da entrada da Fazenda Lagoinha e ao fundo a casa nova da Fazenda.

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Furtei da empresária e ambientalista Malu Donato uma bela crônica histórica, que vem confirmar o entendimento de que, às vezes, a história e a lenda se misturam.

Ei-la: “Cheguei em Campos do Jordão com 5 anos de idade. Fomos morar em um sitio de 10 alqueires de propriedade do Dr. Paulino Longo, que ficava ao lado da Fazenda Lagoinha. Logo passei a freqüentar a propriedade, onde fui muito amiga da família negra, que era caseira da fazenda. Gado, cavalos, trabalho e alegria foi o que lá vivi. Muito teria que falar dessa vivencia com a família, mas hoje a história é outra. Fazenda Lagoinha: junto com o fascínio que este lugar de estupenda beleza me causava e mais as conversas ao pé do fogo, com as histórias do Jordão. Esse homem havia sido o dono de toda essa região e tinha acumulado um grande tesouro de ouro, jóias e moedas. Querendo escondê-lo, enterrou-o numa grota onde três pinheiros (araucárias) cresceram em linha reta, uma bem atrás da outra. Era essa sua maneira de marcar onde havia enterrado o tesouro. Então, fez com que dois escravos abrissem um buraco colocando ali o tesouro; depois matou-os e enterrou junto com a fortuna. Quando esse Jordão morreu, virou assombração e andava a cavalo pelos campos, assombrando as pessoas e povoando a minha imaginação de menina, que também andava a cavalo pelos mesmos campos. Imaginação essa que me fazia intrigada com a Fazenda Lagoinha, que, além da beleza paisagística, tinha uma localização diferente: chegando de Capivari havia uma ponte, passava-se por uma estrada que atravessava a fazenda rumo ao Horto Florestal (na época Fazenda da Guarda). A área urbanizada ficava à direita da estrada rumo ao Horto. Nessa parte direita, num morro mais baixo, localizava-se a casa velha da fazenda, bem no estilo das casas de fazenda do Vale do Paraíba, e mais, a casa do caseiro, as cocheiras e o mangueirão para o gado. Tudo isso numa composição inigualável de paisagismo exótico. Grandes cedros altíssimos e todo um ajardinamento diferente do que se conhecia por aqui. Alamedas com banco de cimento em estilo clássico, grandes vasos e uma bancada grande em meio círculo que terminava numa fonte com boca de leão. Era de sonho. Quando se olhava para baixo à esquerda da estrada, algo muito especial era avistado da casa da fazenda. Via-se a estrada vindo da ponte, cortando o vale. Depois dela, quatro ou cinco belas lagoas (na época), com nenúfares no gramado verde, onde os carneiros pastavam. Uma baia de araucárias ladeando o Rio Capivari e uma enorme e larga montanha com um Cristo Redentor, pequeno até, lá em cima, com os braços abertos para essa paisagem soberba. Durante a infância, ouvia contar que um parente dos Magalhães, donos da Fazenda, era biólogo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. E que ele é quem havia feito o paisagismo na Lagoinha. Então, já moçoila, deduzi: ele via a Baía de Guanabara e traduziu o mar nas araucárias e nos lagos, e colocou um Cristo de braços abertos em cima da montanha. Isso é patrimônio histórico e precisava ser preservado e divulgado turisticamente. Mas, voltando a história do início: o fantasma do Jordão. Quando moça, lendo um livro raro “E os Campos do Jordão foram Pindamonhangaba” descobri que Jordão era na verdade um homem da Corte do Imperador do Rio de Janeiro. E visto que o Imperador tinha Petrópolis, esse Jordão por isso comprou esses nossos Campos, mas nunca pisou aqui. Portanto, o nosso amedrontador fantasma do Jordão existia só na imaginação do povo...” Belíssima crônica histórica da Malu Donato.

Pedro Paulo Filho

15/05/1995

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=167

 

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