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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Guido Machado Braga e a nossa fanfarra do CEENE 


Guido Machado Braga e a nossa fanfarra do CEENE

Professor Guido Machado Braga, Fanfarra do CEENE e Equipe de Doutores e Professores década 1960

 

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O professor Guido Machado Braga veio para Campos do Jordão no ano de 1957, para assumir a cadeira de Desenho, em substituição ao professor Expedito Camargo Freire, titular da matéria, que havia viajado para ficar na Europa, por dois anos, em viagem de estudos e aperfeiçoamento, a fim de curtir o merecido primeiro prêmio conquistado no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, com o lindo quadro de sua autoria, um dos melhores de sua pintura, denominado “Namorados”.

O professor Guido veio da cidade de Aparecida do Norte, nossa vizinha aqui do Vale do Paraíba.

Logo de início conquistou todos seus colegas de magistério e alunos do CEENE – Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão, com seu jeito jovem, especial, amável, alegre e bem humorado, além de sua grande capacidade como professor e invejável facilidade e habilidade para os desenhos em geral.

O professor Guido, com seu entusiasmo contagiante e espírito participativo, acabava se envolvendo em todas as atividades do nosso colégio, desde esportes em geral, gincanas, torneios, passeios, excursões e, especialmente, em nossa pequena, reduzida e dedicada fanfarra, com a qual participava dos desfiles cívicos e, também, tocando as alvoradas, nas manhãs das datas de comemoração oficial, executando músicas especiais, ao raiar da aurora, para comemorar essas datas, despertando os jordanenses, nesses dias.

Mesmo após o retorno do professor Camargo Freire de sua viagem de estudos pela Europa, o professor Guido continuou, em parceria, lecionando aqui em nosso colégio.

Durante alguns anos, o professor Guido dedicou-se de corpo e alma para restaurar e melhorar nossa fanfarra. Com a colaboração de vários alunos, reformou vários instrumentos que estavam encostados e até danificados. Conseguiu a compra e doação de alguns novos instrumentos para incrementar e aumentar a quantidade de alunos instrumentista na fanfarra. Ele mesmo, embora ocupando as funções de organizador, orientador, líder e condutor da fanfarra, assumia o encargo de excelente e afinado corneteiro. Utilizando também a corneta, com muita habilidade e comando, dava os toques essenciais para as necessárias mudanças de ritmo, direção, marchas e músicas, paradas, etc.

Se a memória não estiver me traindo, no início da década de sessenta, o professor Guido, claro, enfrentando as dificuldades e recursos financeiros reduzidos, que pudessem estar sendo utilizados para incrementar a nossa querida fanfarra, simples, que nem uniforme tinha (seus componentes usavam nos desfiles o mesmo uniforme usado para frequentar as aulas normais do colégio), resolveu inovar de maneira criativa e com baixos custos o visual da fanfarra, dando-lhe uma presença marcante e digna à frente dos desfiles em que o nosso Colégio Estadual e as escolas municipais tinham o compromisso inadiável e regulamentar de comemorar as principais datas cívicas brasileiras e municipais, entre ela, 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, 15 de novembro, dia da Proclamação da República, 13 de maio, dia da Libertação dos Escravos, 21 de abril, dia de Tiradentes, o mártir de nossa Independência, 29 de abril, dia da cidade de Campos do Jordão.

Com esse propósito, idealizou algumas providências que deveriam ser tomadas em conjunto com os alunos, especialmente com aqueles que se dispunham a fazer parte da fanfarra. Basicamente idealizou que todos componentes da fanfarra deveriam usar, nos dias dos desfiles, luvas brancas, sapato preto, calça preta, camisa da manga comprida da cor branca, gravata preta ou um pequeno laço da mesma cor, com as pontas compridas, em torno de vinte centímetros, com um nó em cada uma das pontas. Nas pernas das calças, do lado externo, foi colocada, desde a barra até a cintura, uma fita de cor vermelha, de aproximadamente dois centímetros de largura, devidamente alinhavada ou costurada. Nos ombros das camisas brancas, foram colocados galões de feltro vermelho, de aproximadamente cinco centímetros de largura, presos com botões dourados. Foram confeccionados pelos alunos e com a ajuda de alguns professores, sob a orientação e acompanhamento do professor Guido, chapéus feitos de cartolinas acartonadas, do tipo da Guarda Real inglesa, porém recobertos com feltro vermelho, com cordão pendente e entrelaçado de cor preta, e bico (guarda-sol) recoberto com feltro negro. Esses chapéus tinham também uma alça preta ajustável que era colocada embaixo do queixo para sua melhor fixação, evitando que, durante as marchas e caminhadas, com os movimentos dos braços com as baquetas, para percutir os diversos tambores (surdos, caixas claras, caixas de repiques, zabumbas etc.) viessem a cair ou criar dificuldades.

Assim aconteceu. Na data de um dos desfiles cívicos, acredito que no dia 29 de abril de 1960, lá estava a nossa pequena e afinada fanfarra, abrilhantando o desfile e recebendo salvas de palmas de incentivo, elogio e aprovação, de todos aqueles que estavam acompanhando a sua passagem pelas principais avenidas do centro de Vila Abernéssia, com seu visual novo, maravilhoso e lindo, conseguido com muita dedicação, esmero e criatividade, tudo sob o comando competente e firme do professor Guido.

Eu fiz parte daquela fanfarra, juntamente com queridos companheiros, amigos e colegas daquela época memorável, entre muitos outros, Eduardo Neme Nejar (Dudu), João Antonio Pereira de Castro, Efraim Diniz, Nelson Ladeira, José Roberto Damas Cintra, Hideto Miura, Márcio Carletti, Antonio Marmo de Oliveira Nascimento, Carlos Alberto Ferreira, José Luiz Ferreira, Julio Carlos Ribeiro Netto. Porém, lamentavelmente, embora tenha em meu acervo particular aproximadamente dez mil fotos que atestam a história de Campos do Jordão em várias décadas, até esta data não consegui localizar uma foto sequer daquele desfile maravilhoso e daquele uniforme especial utilizado pela nossa querida Fanfarra do CEENE – Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão.

O nosso querido professor Guido, que se casou com a professora Magda, com a qual teve três filhos, voltou para a sua cidade de Aparecida, continuou como professor até sua aposentadoria, prestou e continua prestando relevantes serviços na área cultural do município e para a Basílica Nacional de Aparecida. Como consequência já esperada, em virtude dos trabalhos prestados e sua grande e inigualável habilidade na área de desenhos em geral e artes manuais, tornou-se um valorizado artista plástico, com inúmeros trabalhos produzidos de rara e inestimável beleza.

OBS: Na foto, a Fanfarra é a anterior às mudanças feitas pelo Professor Guido. Infelizmente, não consegui foto da Fanfarra descrita na crônica. A equipe de futebol é dos Doutores e Professores da década de 1960. Na foto, da esquerda para a direita: Em pé: Cezário Richieri, Fausi Paulo,Pedrinho Paulo, Maynard Góes, José Padovan, Luiz Carlos Pinotti e Ulisses Pessanha. Agachados : João Gualberto, Jair Pinheiro, Geraldo Padovan, Moacyr Padovan e Guido Machado Braga.

Edmundo Ferreira da Rocha

28/07/2007

 

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www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=39

 

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