Home · Baú do Jordão · Camargo Freire  · Campos do Jordão

Crônicas e Contos · Culinária  ·  Fotos Atuais · Fotos da Semana

  Fotografias · Hinos · Homenagens · Papéis de Parede · Poesias/Poemas 

PPS - Power Point · Quem Sou  · Símbolos Nacionais · Vídeos · Contato

Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Zito Pinheiro e a “Livraria e Papelaria Pinheiro”, a livraria dos estudantes 


Zito Pinheiro e a “Livraria e Papelaria Pinheiro”, a livraria dos estudantes

Zito Pinheiro, o amigo Antonio Tintureiro e o filho Reymar

 

Clique para Ampliar!

 

Clique para Ampliar!

 

Clique para Ampliar!

 

Clique para Ampliar!

 

 

Durante as décadas de 1950 a 1970 existia ali, em frente à Estação de Vila Abernéssia, da Estrada de Ferro Campos do Jordão, a tradicional e famosa “Livraria e Papelaria Pinheiro”, conhecida como a Livraria e Papelaria dos Estudantes, de propriedade do saudoso Romeu Rodrigues Pinheiro, o seu Zito Pinheiro, um dos filhos do casal João Rodrigues Pinheiro e Maria Santiamore Pinheiro, mais conhecida como Dona Marussa, pioneiros do início destes Campos do Jordão.

A “Livraria Pinheiro”, durante todos os anos em que esteve estabelecida ali, na atual Av. Frei Orestes Girardi, 1.289, anteriormente Av. Dr. Januário Miráglia, era o ponto de encontro dos estudantes de Campos do Jordão, especialmente dos alunos do CEENE – Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão. Também era um ponto de encontro de muitos professores que lecionavam neste colégio e noutras escolas da cidade. Ali, ainda se reuniam, com frequência, grandes amigos do seu Zito e da família Pinheiro, especialmente o seu Alberto Bernardino, lusitano gentil, de fina educação – inicialmente, comerciante de gêneros alimentícios na sua tradicional “Casa Ferraz” de Vila Capivari; posteriormente, idealizador que deu início à atual e bem-sucedida rede de hotéis impulsionada pela máquina propulsora do famoso Hotel Estoril, todos situados no centro turístico da mesma vila. Essa livraria também era muito frequentada por artistas das mais diversas artes, escritores, intelectuais, políticos e jornalistas.

Registramos, com frequência, a presença de José Pancetti (Giuseppe Giannini Pancetti – 18/06/1902 – 10/02/1958), famoso pintor de fama internacional, especializado em retratar paisagens marinhas; do professor Camargo Freire (09/06/1908 – 13/05/1991), de nosso Colégio Estadual, também pintor de fama nacional e internacional, o melhor e mais consagrado intérprete das paisagens jordanenses; do famoso artista plástico em pintura e desenho Takaoka (Yoshiya Takaoka 1909 – 1978); do professor e político André Franco Montoro que, entre diversos cargos ocupados, foi governador do Estado de São Paulo; do famoso, competente e destacado político e homem público, Antonio Sylvio da Cunha Bueno (08/02/1918 – 31/12/1981); do jornalista, Advogado, radialista, apresentador de programas de televisão, conselheiro, um dos presidentes do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Paulo Planet Buarque (08.10.1927), e a presença de muitos outros.

Nos fundos da livraria, existia a Tipografia Pinheiro, também de propriedade do seu Zito Pinheiro, que prestou relevantes serviços de artes gráficas para todos os ramos do comércio e particulares de Campos do Jordão. A tipografia era magistralmente conduzida pelo habilidoso e competente José Baptistela que, posteriormente, após a venda da Livraria Pinheiro para o Sr. Carlos Oya, acabou ficando com ela, passando a ser estabelecido ali na esquina da Rua Brigadeiro Jordão com a Rua Pereira Barreto, bem em frente ao atual Restaurante do Serginho, “Self-Service” e Pizzaria.

Nessa época, lembro-me bem, trabalharam na Livraria Pinheiro o meu grande e querido amigo de toda minha vida, Paulinho Andrade, mais conhecido como Paulinho da Livraria, hoje experiente advogado, residente na vizinha cidade de São José dos Campos; o saudoso seu Jarbas que, posteriormente, foi um dos principais e competentes funcionários da secretaria do nosso colégio estadual, transferindo-se para a cidade de Taubaté onde, até sua aposentadoria, prestou serviços na secretaria do famoso colégio estadual, conhecido como “Estadão”; o também saudoso Oswaldo Scartozzoni que, anteriormente, por muitos anos, foi um dos mais procurados motoristas de Táxi do Ponto da Estação; o seu Paulo Yamauchi, pai do nosso confrade da “Confraria Maridos de Dona Flor”, de amantes da Culinária, o engenheiro Carlos Yamauchi; o seu Zezinho; o Sebastião Caetano, o Tiãozinho, hoje alto funcionário da SABESP – Saneamento Básico do Estado de São Paulo, em Taubaté e muitos outros. Também o próprio seu Zito, sua esposa, a querida D. Cida que, felizmente, ainda continua entre nós, e até os filhos Reymar e Solemar que, na época, eram apenas um garoto e uma garota. Reymar e Solemar atendiam no balcão da livraria quando o movimento apertava, especialmente, nas épocas de início dos anos letivos, período em que a procura para a compra de todo material escolar para os estudantes era demasiadamente enorme.

Reymar é, hoje, experiente e dedicado cirurgião-dentista, e a irmã, Solemar, atualmente residindo na cidade de Americana, é proprietária de uma próspera indústria de confecção de contêineres e embalagens para diversas finalidades.

Essa livraria ficou sendo, por várias décadas, o ponto de encontro dos estudantes jordanenses, considerando, primeiramente, a simpatia, a atenção, a cortesia e a educação do seu Zito e de toda família Pinheiro; considerando, também, que era praticamente a única que se preocupava em trazer tudo o que os estudantes necessitavam, desde cadernos, livros didáticos, canetas e lápis diversos, papéis de todos os tipos, tintas, pincéis, massas de modelar, enfim tudo que era necessário e exigido pelas escolas da cidade, até gravatas e logotipos ou distintivos diversos, com o emblema das diversas escolas, para serem aplicados sobre os uniformes, por meio de colchetes tipo macho e fêmea.

Acreditamos que a algazarra, o falatório e a circulação de dezenas de estudantes, no interior da livraria, durante todos os dias da semana, de segunda a sábado – pois, naquela época, as escolas tinham aulas regulamentares, até aos sábados – tenham trazido várias dores de cabeça e muito cansaço ao seu Zito e demais pessoas que lá trabalhavam. Porém acreditamos, também, que tenham trazido muita alegria e satisfação, especialmente com o passar dos anos, quando tomavam ciência de que muitos daqueles estudantes já estavam formados e trabalhando nas profissões escolhidas. Alguns eram médicos, engenheiros, professores, advogados, dentistas; outros, comerciantes e pessoas que trabalhavam profissionalmente em diversos ramos de nosso comércio e pequenas indústrias em fase de implantação.

Foram tempos memoráveis, de muita alegria, amizade, satisfação e felicidade aqueles em que pudemos conviver com a inesquecível e saudosa “Livraria Pinheiro” e todas aquelas pessoas amigas que lá prestaram seus relevantes serviços, para nos atender com dignidade, cortesia, educação e fino trato. Muita saudade do nosso querido e estimado amigo Zito Pinheiro, pessoa maravilhosa que deixou marcada a vida dos estudantes jordanenses daquelas décadas, com a sua inesquecível e maravilhosa livraria.

Com certeza, o seu Zito, o grande amigo, deve estar em algum lugar deste nosso imenso e incomensurável Universo, prestando seus relevantes serviços, quem sabe, na mesma área de apoio à cultura e à educação, para outros grupos de estudantes, da mesma forma como sempre prestou aqui, enquanto esteve, para nossa felicidade, em nosso convívio.

Edmundo Ferreira da Rocha

10/10/2008

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=40

 

Voltar

 

 

- Campos do Jordão Cultura -