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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

O quadro negro das aulas de ciências e biologia do Professor Wilson Antonio Amato 


O quadro negro das aulas de ciências e biologia do Professor Wilson Antonio Amato

Professor Wilson Antonio Amato

 

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Existem fatos, acontecimentos, momentos, oportunidades e histórias que acontecem em nossas vidas que nunca mais esqueceremos; porém, iremos lamentar pelo resto de nossa existência não tê-los registrado através de uma simples fotografia, para comprovar a veracidade e a grandiosidade daqueles momentos, eliminando qualquer espécie de dúvida sobre os fatos, quando tivermos a oportunidade de relatá-los a alguém. Quando isso acontece, a única alternativa que nos resta é registrá-los por escrito e contar com o crédito da veracidade que temos junto aos nossos estimados amigos e contemporâneos.

Muitas dessas oportunidades aconteceram durante a década de 1960 em nosso saudoso CEENE – Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão. Sem dúvida, foram inúmeras e aconteciam quase todos os dias da semana. Infelizmente, perdemos a oportunidade de registrar; apenas uma delas, em uma fotografia, para guardarmos como recordação as magníficas e magistrais aulas de Ciências, Biologia e Química sob o comando do grande, competente e maravilhoso professor Wilson Antonio Amato.

O Professor Wilson, como era chamado, inicialmente, foi aluno do curso de Magistério do nosso CEENE - Colégio e Escola Normal Estadual de Campos do Jordão.

Ingressando como professor secundário do nosso Colégio, lecionou Ciências e Biologia durante vários anos, transferindo-se, posteriormente, para outras cidades do Vale do Paraíba, entre elas Lorena e São José dos Campos.

As aulas que ministrava eram sensacionais. Além do alto conhecimento das matérias que lecionava, uma coisa que muito chamava minha atenção e que lamento ter perdido a oportunidade de registrá-la numa simples fotografia era sua habilidade de grande desenhista. Comumente o professor Wilson entrava nas salas de aula com o seu tradicional e costumeiro guarda-pó branco. Trazia em uma das mãos sua pasta de couro contendo em seu interior, entre outras coisas, com certeza, alguns livros, os diários de classe e as listas para confirmar a presença dos alunos etc. Na outra mão, a conhecida e tradicional caixinha de gizes de cores diversas, para colorir, magnificamente, os desenhos que fazia nos quadros-negros para ilustrar as excelentes aulas de Ciências e Biologia.

Os quadros-negros das aulas do professor Wilson eram lindos, verdadeiras obras de arte. Os textos que colocava nas lousas eram escritos com caligrafia clara, perfeita, bem dispostos e altamente didáticos. Os desenhos que ilustravam as matérias eram reproduzidos dos livros que levava em sua pasta preta. Magistralmente e habilmente, ia olhando de vez em quando nos desenhos dos livros e os transportava para o quadro-negro no tamanho desejado e de fácil visualização para toda a classe. Ao mesmo tempo em que ia transportando a matéria e os desenhos para os quadros-negros, ia falando e explicando minuciosamente a matéria correspondente. No final das aulas, tínhamos verdadeiras obras de artes registradas nos quadros-negros. Eram, sem dúvida, verdadeiras obras-primas que dariam inveja a muitos artistas plásticos, especializados em pinturas e desenhos.

Desses quadros-negros do professor Wilson, infelizmente, só me resta a saudade e o arrependimento de não ter registrado, apenas um deles, em uma fotografia, para ficar eternamente como prova da sua excepcional habilidade de mestre e professor e do carinho, trabalho e dedicação com que transmitia seus altos conhecimentos sobre Ciências e Biologia, para os seus alunos do nosso saudoso Colégio Estadual de Campos do Jordão.

Hoje, infelizmente, embora com a evolução do ensino, do progresso constante e diário, altamente rápido, auxiliados pela informática, já não temos professores com as raras habilidades demonstradas pelo professor Wilson quando lecionava. Os professores atuais praticamente já nem usam os quadros-negros nas salas de aula. Muitos já são auxiliados por programas especialmente preparados para ilustrar suas aulas por meio de projeções em circuitos fechados de televisão ou por sistemas auxiliados por computadores e pelos conhecidos “datas-shows”.

Lamento que, do professor Wilson, embora tenha insistido em diversas oportunidades, não tenho nem notícias do seu paradeiro. Porém quero deixar registrado meu efusivo, sincero e merecido agradecimento por ter feito parte da minha vida e de ter deixado gravado em minha memória, para sempre, momentos maravilhosos, inesquecíveis. Onde estiver, saiba que serei sempre, um eterno admirador.

Edmundo Ferreira da Rocha

20/01/2006

 

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