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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Nelson Gonçalves, o cantor preferido de meu Pai - Coincidência ou algo mais ? 


Nelson Gonçalves, o cantor preferido de meu Pai - Coincidência ou algo mais ?

Nelson Gonçalves, o cantor preferido de meu Pai Waldemar Rocha

 

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Sábado, dia 18 de abril de 1998.

No final da tarde desse dia, quando fui sair de casa para dar umas voltas de carro pela cidade, fui até ao armário onde mantenho meu arquivo de fitas K-7 (nessa época ainda não exista o CD) e, sem qualquer preocupação de procurar uma fita em especial, peguei em uma das gavetas, onde estão acondicionadas mais de 100 (cem) fitas, uma qualquer. Nem olhei qual o título da fita e se era de algum cantor ou orquestra.

Saí de casa, peguei o carro e, logo que sai, coloquei a fita K-7 no toca-fitas. Quando começou a tocar, percebi então que era uma fita com os maiores sucessos do cantor Nelson Gonçalves, o preferido de meu pai, infelizmente falecido em novembro de 1993.

Em toda sua vida só lembro que meu pai, em determinada época, comprou vários LPs – Long Plays – do Nelson Gonçalves. Nunca comprou outros LPs de outros cantores ou orquestras, embora até gostasse de alguns outros, porém nunca igual ao Nelson.

Comecei a ouvi as músicas e, confesso, fiquei muito emocionado. Senti muita saudade de meu querido e saudoso pai e pensei na oportunidade: ele tinha muito bom gosto, pois o Nelson Gonçalves é, realmente, um ótimo cantor, tem uma voz maravilhosa, muito afinada e com dicção perfeita. As músicas que canta têm sempre uma mensagem simples e bem elaborada pelos compositores das músicas.

Rodei um pouco pelas vias principais da cidade, procurei um canto seguro no centro de Vila Capivari e estacionei o carro. Logo começou a chover. Fiquei ali dentro do carro por horas, acredito que por muito mais de duas horas, ouvindo as músicas magistralmente cantadas pelo Nelson Gonçalves. Nesse período, a fita acabou e foi reiniciada automaticamente.

Já estava nas proximidades das vinte horas. Liguei o carro e fui pela avenida, sempre ouvindo a fita com as músicas do Nelson Gonçalves.

Parei em Vila Abernéssia, fui até à Padaria Santa Clara. Comprei alguns pãezinhos, bati um papo com alguns amigos que lá estavam e, em seguida, fui embora para minha casa. Também nesse trajeto, entre a Padaria e minha casa, o toca-fitas continuava ligado com as mesmas músicas. Parei o carro, abri o portão, entrei com o carro na garagem e a fita sempre tocando as músicas do Nelson.

Desliguei o toca-fitas, subi, fechei o portão e entrei em casa. Fui até à mesa da cozinha, e coloquei o pacote de pão em cima dela. A televisão da cozinha estava ligada na Rede Globo e estava num dos intervalos do Jornal Nacional. Sentei e fiquei aguardando as próximas notícias. Incrível, a primeira notícia que veio ao ar: Faleceu nesta tarde, na cidade de São Paulo, o cantor Nelson Gonçalves. Senti um forte arrepio no corpo todo. Não pude me conter, comecei a chorar. A surpresa e a emoção daquele instante, relacionada ao que havia acontecido durante toda a tarde, foram muito fortes. Minha esposa ficou surpresa ao ver minha emoção, talvez pensando: nunca soube que ele era um fã tão ardoroso do Nelson Gonçalves.

Passada a emoção, expliquei a ela o que havia acontecido.

Para mim foi uma experiência altamente impressionante e marcante. Será que foi simplesmente uma mera coincidência, ou será que existe algo mais nesse acontecimento?

A meu ver, analisando o acontecido, segundo alguns conceitos espirituais, pareceu-me o seguinte. Como meu pai adorava o Nelson Gonçalves e, estando em algum lugar deste nosso imenso, misterioso e surpreendente Universo, já sabendo das condições irreversíveis da saúde do Nelson Gonçalves e do seu passamento iminente, quis aproveitar a oportunidade para demonstrar que sabia de tudo o que está aqui acontecendo, além de deixar muito claro: Filho, aqui estou, ao teu lado.

É difícil qualquer outra explicação. Coincidência é muito pouco para explicar.

Eu sempre gostei das músicas do Nelson Gonçalves, razão pela qual tenho fitas com as músicas interpretadas por ele. Talvez até influenciado pelo gosto de meu pai, não importa.

O que sempre me deixou muito pensativo foi o fato de pegar, justamente naquele dia, naquele tarde, dentre mais de uma centena de fitas, uma com as melhores músicas do Nelson Gonçalves e passar o resto da tarde ouvindo essas músicas e, logo ao chegar em casa e sentar para assistir ao Jornal Nacional, uma das primeiras notícias que ouço, acredito que a primeira, falava sobre o falecimento do cantor.

Seja o que for. Não me importam opiniões contrárias ou outras tentativas de explicação para o acontecido, especialmente a de mera coincidência. Para mim não resta qualquer dúvida: meu pai me induziu a pegar aquela fita, ouvir durante o resto da tarde as músicas do seu cantor preferido e, de alguma forma, dizer: Eu já sabia que seus minutos estavam contados e que viria para onde estamos, porém gostaria que você soubesse, de alguma forma, que isso é possível e que estou sempre ao seu lado observando e velando por tudo.

Portanto, sem dúvida, é algo muito maior do que uma simples e mera coincidência.

Edmundo Ferreira da Rocha - 22.julho.2007

 

 

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