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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

A longa viagem entre Vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari 


A longa viagem entre Vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari

Ônibus da Empresa Hotel dos Lagos, Abernéssia, Jaguaribe e Capivari

 

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Ônibus da Empresa Hotel dos Lagos S/A - 1945 - Na foto, dentre outros: Joaquim Franco e Agostinho.

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Vila Abernéssia - Início da década de 1940

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Vila Jaguaribe - Início da década de 1940

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Vila Capivari - Início da década de 1950.

 

Nas décadas de 40 e 50 e até o início da década de 60, o trajeto entre as vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari, em quase toda a sua totalidade, aproximadamente quatro quilômetros, era praticamente primitivo e desprovido de casas e prédios. Alguns poucos, em todo esse percurso. O trânsito de veículos na estrada existente nesse percurso era mínimo. Automóveis eram raros. Apenas algumas charretes e carroças trafegavam por ela. O meio de locomoção entre essas vilas, quando não era feito a pé, era feito por intermédio dos antigos ônibus Internacionais KB7, Chevrolets e dos primitivos Mercedes-Benz da saudosa, operante e útil “Empresa de Ônibus Hotel dos Lagos” que, durante muitos anos até, posteriormente, meados da década de 70, serviu com regularidade, cortesia e educação toda a população jordanense.

Vale registrar a educação, cortesia, responsabilidade e amizade que todos os profissionais que trabalharam, durante muitos anos, nos ônibus da “Hotel dos Lagos” que, posteriormente, passou a chamar-se “Vila Natal Turismo”, dedicavam a todos os seus usuários. Claro que, lamentavelmente, a memória vai nos trair, pois poderemos estar esquecendo-nos de muitos daqueles maravilhosos profissionais, entre motoristas, cobradores e fiscais de tráfego, mas não podemos deixar de registrar os nomes de José Bustamante, o “Seo” Zezinho, Expedicionário José Garcia de Melo (o Zé Jiló), Tabajara (filho de índios), Joaquim Franco, dos irmãos Luiz Ferreira, Divino e Geraldo, Luiz, Agostinho, Alcides, Jésu, Piracuama, Élcio Crealeze, Toninho (Varejeira), Nelson (Fiscal), Nelson Biagioni, Francisco (Fiscal), Mário...

Era uma pista única para todo esse percurso, embora houvesse algumas variantes, por estradas secundárias e de trânsito muito mais reduzido.

Em muitos desses anos, especialmente nas décadas de 40 e 50, o percurso de retorno, sentido Vila Capivari até Vila Abernéssia, era desviado nas proximidades da Parada do Bonde “Grande Hotel”, e passando nas proximidades de sua antiga cocheira, seguia um pequeno trecho da estrada que, ainda, dá acesso à Gruta dos Crioulos e Colônia da Força Pública, passando ao lado do campo de futebol da gloriosa “Associação Atlética Jaguaribe”; rumava pela estrada da famosa e frígida Volta Fria que, atualmente, chama-se Rua Felício Raymundo Netto, e seguia até o centro de Vila Abernéssia, dando possibilidade de acesso a outros locais da “Grande” e solitária Campos do Jordão.

Nessa época, o tempo de percurso de Abernéssia a Capivari era de, aproximadamente, meia hora, tanto que os horários dos ônibus circulares respeitavam um horário a cada meia hora.

Existiam, também, outras linhas de ônibus que, além de fazerem o percurso entre as principais vilas (Abernéssia, Jaguaribe e Capivari), seguiam até a Vila Ferraz, Vila Santa Cruz, Abissínia – hoje Recanto Feliz –, Bairro do Aníbal – hoje Vila Albertina–, etc.

Como o percurso era desprovido de outros atrativos constituídos de visuais móveis e de freqüente renovação, tais como veículos, pessoas, etc., contando, somente, com uma paisagem tranqüila e serena, predominante na época, os ônibus, além de trafegarem com uma velocidade bastante reduzida, devido à falta de asfalto nas ruas e avenidas, apesar de dirigidos por excelentes motoristas, porém, de extrema tranqüilidade, contribuíam para que um simples deslocamento de Vila Abernéssia até Vila Jaguaribe ou Vila Capivari parecesse uma longa e interminável viagem. Muitas vezes chegávamos a cochilar no percurso. Às vezes, por isso, descíamos no ponto de ônibus posterior. Essa viagem parecia muito mais demorada se fosse feita à noite, pois a escuridão era quase total.

Saudades desse tempo distante, de gratas e felizes recordações, que nos deu muita alegria e que, infelizmente, não voltará... JAMAIS!

Edmundo Ferreira da Rocha

30/10/1982

 

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