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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Pico, meu pequeno grande guerreiro. 


Pico, meu pequeno grande guerreiro.

Pico, lindo e maravilhoso, no auge da sua vida.

 

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Pico, lindo e maravilhoso, no auge da sua vida.

 

Adeus, ao meu pequeno grande guerreiro!

“Cachorrinhos de estimação - Grandes amigos”

Este é o tema de uma de minhas crônicas que estão no meu site.

Realmente, eles são fiéis e dedicados amigos.

Desde o momento em que entram em nossas vidas, muitas vezes, já a partir do nascimento, trazem muita alegria para nossas casas, para nós e para todos aqueles que os conhecem. Como escrevi na crônica, eles passam a fazer parte de nossas vidas, fazem parte de nossas famílias.

É muito triste quando algum deles fica doente.

Ficamos penalizados com o envelhecimento que, sem dúvida, tira toda aquela disposição e alegria que têm quando mais jovens.

São entes queridos que merecem, sempre, a nossa mais profunda atenção.

Quando são chamados pelo Grande Superior e nos deixam, ficamos angustiados, com o coração em pedaços. É um pai, um irmão, um filho, um parente, um grande e querido amigo que nos deixa para sempre.

Sentimos a mesma dor que nos sufoca quando o mesmo acontece com nossos semelhantes queridos. Choramos copiosamente, ficamos inconsoláveis.

Pois é, meus amigos! Infelizmente, neste dia de hoje, 25/08/2009, uma dessas criaturinhas maravilhosas, queridas e amigas nos deixou para sempre. Desta vez foi o PICO, meu pequeno grande guerreiro.

Muito antes da Zuzu, sua irmã, nos deixar, há exatamente nove meses, ele, por pouco, escapou de situação crítica que, aparentemente, não teria volta, surpreendendo todos, inclusive meu amigo veterinário. Chegou a ficar completamente sem forças para pôr-se de pé. Alimento era dado na boca, aos poucos. Água, só com auxílio de seringa. Durante quase dez dias levei-o para a clínica no período da manhã. Lá ele ficava o dia todo tomando soro na veia. No final das tardes eu ia buscá-lo. Sempre a mesma cena que me doía internamente. Ele ali, preso numa gaiolinha com grades de ferro, com uma agulha na veia do bracinho, ligada às mangueiras do soro. A situação estava cada vez mais crítica.

Num determinado dia, tomei a decisão definitiva. Ao buscá-lo na clínica, disse ao amigo Paulinho Assaf, seu veterinário: “Não vou trazê-lo mais a partir de amanhã. Não quero que acabe morrendo aqui nessa gaiolinha. Se tiver de morrer, vai morrer no seu canto, na sua casa, na sua caminha.

Foi a decisão mais acertada da minha vida. A partir do dia seguinte, o Pico começou a melhorar gradativamente. Em pouco tempo, já estava se alimentando sozinho, bebendo água e até correndo atrás da Tuquinha, sua filha.

Durante todo o período crítico pelo qual passou a Zuzu, ele já estava praticamente recuperado.

Recentemente, há pouco mais de três meses, a situação começou a piorar novamente. Já com dezessete anos de idade, começou a emagrecer sensivelmente. Foi por diversas vezes medicado, porém percebia-se que apresentava dificuldade para se locomover e preferia ficar a maior parte do tempo deitado em sua almofada.

O tempo foi passando e a situação agravando-se dia a dia. Tomava muita água e alimentava-se pouco. Sua barriga cresceu muito, a ponto de o veterinário ter que introduzir uma agulha e com o auxílio de seringa retirar o líquido que estava acumulado internamente. Passou a tomar um comprimido de “lasix” por dia para evitar o acúmulo de líquido.

A alimentação estava cada vez mais complicada. Não conseguia comer ração. Somente conseguia comer carne moída crua ou levemente passada na panela. Éramos obrigados a tirá-lo da cama, levá-lo para o gramado, para que pudesse andar um pouco e fazer suas necessidades fisiológicas.

Há quase um mês deixou de andar totalmente. A partir disso a situação piorou muito. Já fazia suas necessidades na própria cama. Graças à modernidade atual, começamos a comprar uma espécie de lençol, tipo fralda, que, com o auxílio de adesivos próprios, era afixado na almofada. Ao menos a urina era quase totalmente absorvida. A outra necessidade nos obrigava a limpá-lo, enxugá-lo e, com a paciência e o carinho da Anna Maria, até secá-lo com o auxílio de secador de cabelo.

O Pico foi um grande guerreiro. Enfrentou toda essa fase crítica, com muita coragem e valentia. Em momento algum chegou a gemer ou gritar de dor ou coisa parecida. Já não conseguia mudar de posição em sua cama. Sempre que queria mudar de posição ou estava com sede, dava pequenos latidos. Já sabíamos o que fazer para socorrê-lo. Eu já não conseguia dormir tranquilo. Muitas vezes, durante as madrugadas, acordava ao seu primeiro latido e lá ia para mudá-lo de posição, ver se a fralda não estava muito molhada e dar-lhe água para beber. Muitas vezes aproveitava para cobri-lo melhor para enfrentar o frio que estava terrível.

Nesse processo, devido à senilidade e à saúde cada vez mais combalida, teve uma infecção no olho esquerdo e perdeu a visão desse olho. Com o olho direito, acreditamos, apenas via vultos.

Lutou até o último minuto de vida, sem reclamar, chorar ou gritar. Nunca reclamou quando havia necessidade de limpá-lo ou medicar seus olhos.

Nos últimos dias, muitas vezes éramos obrigados a dar-lhe água com auxílio de grande seringa. Alimento, quase nem conseguia comer. Escaras já começavam a aparecer naquele corpinho indefeso, totalmente desprovido de músculos. Era quase pele e osso.

Ele sempre demonstrava coragem e valentia. Parecia, acreditamos, saber que o fim estava próximo, mas não se dava por vencido. Demonstrava que queria viver. Isso era motivo forte e determinante para afastar nossa coragem de colocar fim à sua vida. Não temos dúvida, sofremos muito junto com ele durante todo esse tempo. Será que fizemos o que era correto e justo? Será que outra atitude não teria abreviado e colocado fim ao seu sofrimento?

Chegamos a pedir ao Criador de todas as coisas, a Jesus e a São Francisco, o Protetor dos animais, para que abreviassem seu sofrimento.

Na noite de 25 de agosto de 2009, por volta das 23 horas e quinze minutos, quando estávamos cuidando dele, para depois de alimentá-lo e dar-lhe água para beber, colocá-lo em sua cama para mais uma noite, nos braços da Anna Maria, enrolado em uma toalha, olhando para mim, levemente deixou de respirar e nos deixou para sempre.

Nosso pequeno grande guerreiro foi vencido pela batalha da idade.

Foram 17 anos. Na maioria do tempo de sua vida nos deu muita alegria, felicidade, carinho, amizade sincera e fiel, desprovida de vaidades e interesses.

Só nos resta dizer: OBRIGADO, PICO, POR TER FEITO PARTE DE NOSSA VIDA! TENHA CERTEZA: ENQUANTO VIVOS, JAMAIS IREMOS ESQUECER OS BONS MOMENTOS VIVIDOS AO SEU LADO E TODA ALEGRIA E FELICIDADE QUE NOS PROPORCIONOU. ATÉ ALGUM DIA, AMIGO, EM ALGUM LUGAR.

Edmundo Ferreira da Rocha

28/08/2009

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=71

 

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