A
Inundação da guarda
Foto
ilustrativa da "inundação da guarda".
No
passado, julgava-se de importante interesse econômico
o aproveitamento do rio Sapucaí-Guaçu como
produtor de energia elétrica pelo seu alto
potencial energético, em conseqüência do volume
de água e de seu declive natural.
Há
alguns anos, o Sr. Cícero Prado, possuidor de uma
indústria em Pindamonhangaba e carente de energia
elétrica para as suas máquinas, contratou o
Engenheiro Otávio Marcondes Ferraz (o mesmo que
construiu a Usina do São Francisco) para proceder
a um estudo sobre o represamento do rio Sapucaí.
A represa seria localizada na região da atual
Ponte Preta, na estrada para a fazenda Retiro, bem
abaixo das corredeiras que margeiam a estrada. As
águas cobririam, com uma altura de mais ou menos
4 metros
, o que é hoje o Horto Florestal, o Rancho Santo
Antônio e vales próximos, atingindo até a área
onde se localiza o Camping Clube do Brasil. O lago
teria a extensão de cerca de 20km e deveria
invadir vales e grotas. Perderia, só na minha
propriedade, na área margeando o rio, mais de 4
alqueires que ficariam submersos.
Pode-se
avaliar a maravilha que seria a nossa terra, além
dos benefícios que trazem o clima e o ar puro de
sempre, ainda poder oferecer esportes aquáticos,
o que, por certo, traria para todos, incontáveis
divertimentos e alegrias.
O projeto foi totalmente realizado, com capacidade
e proficiência, pelo escritório já citado e
chegaram a iniciar as obras. O surgimento de
outras grandes usinas em vários outros locais
levou os interessados a abandonarem o projeto.
Na
ocasião, também foi cogitada a possibilidade de
represar o rio em nível um pouco mais alto, o que
seria possível pela presença de montanhas e
vales profundos de orografia favorável e com um túnel
não muito comprido, atravessando a região do São
José dos Alpes. A intenção era jogar as águas
do Sapucaí em direção à baixada do Vale do
Paraíba. O que daria, por certo, triplo da
energia, rolando o seu volume de água pela Serra
da Mantiqueira. Tenho a impressão de que os
projetos foram abandonados por causa do elevado
custo das desapropriações e pelos problemas jurídicos
a enfrentar.
Cheguei
a locar uma estrada, marcando-a com estacas de
madeira, pouco acima da cota d’água,
acompanhando toda a extensão da minha
propriedade, imaginando uma avenida beirando o
lago, na previsão de futuros loteamentos para
atender à solicitação turística da região. Na
época, já imaginava, tendo como ponto de referência
a Represa Santo Amaro entre outras, a
possibilidade de esquiar neste adorável clima.
As
inundações ficaram só no papel e nada
aconteceu. Os projetos foram inviabilizados e
abandonados e tudo continuou como antes. Ficamos
sem os esquis, mas temos hoje na nossa querida
cidade inúmeras outras diversões, além, da
contemplação de uma das mais belas regiões de São
Paulo.
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