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Oscar Ribeiro de Godoy

 

A Inundação da guarda

 

Foto ilustrativa da "inundação da guarda".

No passado, julgava-se de importante interesse econômico o aproveitamento do rio Sapucaí-Guaçu como produtor de energia elétrica pelo seu alto potencial energético, em conseqüência do volume de água e de seu declive natural.

Há alguns anos, o Sr. Cícero Prado, possuidor de uma indústria em Pindamonhangaba e carente de energia elétrica para as suas máquinas, contratou o Engenheiro Otávio Marcondes Ferraz (o mesmo que construiu a Usina do São Francisco) para proceder a um estudo sobre o represamento do rio Sapucaí. A represa seria localizada na região da atual Ponte Preta, na estrada para a fazenda Retiro, bem abaixo das corredeiras que margeiam a estrada. As águas cobririam, com uma altura de mais ou menos 4 metros , o que é hoje o Horto Florestal, o Rancho Santo Antônio e vales próximos, atingindo até a área onde se localiza o Camping Clube do Brasil. O lago teria a extensão de cerca de 20km e deveria invadir vales e grotas. Perderia, só na minha propriedade, na área margeando o rio, mais de 4 alqueires que ficariam submersos.

Pode-se avaliar a maravilha que seria a nossa terra, além dos benefícios que trazem o clima e o ar puro de sempre, ainda poder oferecer esportes aquáticos, o que, por certo, traria para todos, incontáveis divertimentos e alegrias.

O projeto foi totalmente realizado, com capacidade e proficiência, pelo escritório já citado e chegaram a iniciar as obras. O surgimento de outras grandes usinas em vários outros locais levou os interessados a abandonarem o projeto.

Na ocasião, também foi cogitada a possibilidade de represar o rio em nível um pouco mais alto, o que seria possível pela presença de montanhas e vales profundos de orografia favorável e com um túnel não muito comprido, atravessando a região do São José dos Alpes. A intenção era jogar as águas do Sapucaí em direção à baixada do Vale do Paraíba. O que daria, por certo, triplo da energia, rolando o seu volume de água pela Serra da Mantiqueira. Tenho a impressão de que os projetos foram abandonados por causa do elevado custo das desapropriações e pelos problemas jurídicos a enfrentar.

Cheguei a locar uma estrada, marcando-a com estacas de madeira, pouco acima da cota d’água, acompanhando toda a extensão da minha propriedade, imaginando uma avenida beirando o lago, na previsão de futuros loteamentos para atender à solicitação turística da região. Na época, já imaginava, tendo como ponto de referência a Represa Santo Amaro entre outras, a possibilidade de esquiar neste adorável clima.

As inundações ficaram só no papel e nada aconteceu. Os projetos foram inviabilizados e abandonados e tudo continuou como antes. Ficamos sem os esquis, mas temos hoje na nossa querida cidade inúmeras outras diversões, além, da contemplação de uma das mais belas regiões de São Paulo.

 

 

 

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