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Fotografias que contam a história de Campos do Jordão.

 

 Cerejeiras de Campos do Jordão


Minha netinha Yris ficou encantada com as Cerejeiras em Flor.

As cerejeiras são árvores da família das rosáceas e, estima-se que existam em torno de aproximadamente 400 espécies. Dentre as várias espécies, a Ooshimazakura, também conhecida como Prunus lannesiana Wils-var-speciosa Makino é considerada a origem de inúmeras variedades cultivadas.

As folhas de algumas espécies de cerejeira, na época do outono, antes de caírem, adquirem tonalidades lindas com variantes entre os diversos tons de vermelho, laranja e amarelo, dando graça e beleza aos locais onde estão plantadas. Depois da queda das folhas, os galhos nus, enfrentam a adversidade do inverno. Na seqüência, na estação seguinte, ocorrerá o desabrochar da floração maravilhosa e espetacular, aqui em Campos do Jordão entre os meses de junho até setembro, dependendo da espécie de cerejeira.Elas só florescem uma vez ao ano. Sua floração dura em torno de uma semana ou pouco mais.

A Sakura, flor da cerejeira, é a flor nacional do Japão e símbolo de felicidade. Na época da floração das cerejeiras as crianças iniciam o ano escolar e os recém formados saem em busca de trabalho.

“As cerejeiras são divididas em grupos: Yamazakura, Edohigan, Mamezakura, Choojizakura, Miyamazakura e Hikanzakura. Cada um desses grupos engloba inúmeras variedades, que através de cruzamentos, também contribuíram para aumentar o número de espécies. A maior parte das cerejeiras espalhadas pelo mundo é originária do Japão.

Segundo especialistas em botânica, os brotos que dão origem às flores são formados no verão do ano anterior. - "As folhas caem, os brotos se formam e a árvore entra em hibernação, sem espocar as flores. Depois de um longo período exposto a baixa temperatura, o broto da flor acorda e rompe a casca do caule, antes mesmo do início da primavera, no Brasil, a partir do mês de julho".

Todo o processo de formação das flores da sakura está fortemente relacionado às mudanças climáticas. Por isso, quando as estações do ano não são bem definidas, a floração nem sempre é completa, principalmente nas árvores jovens. O mesmo fenômeno é observado nos ipês, que apresentam por conta da indefinição do clima, floração esparsa e esporádica.

Também considerada a flor-símbolo do Japão, a sakura da cerejeira provém de lendas e crenças. Sakura é uma modificação do nome sakuya, proveniente da princesa Kono-hana-sakuya-hime, a qual os japoneses veneravam no topo do Monte Fuji. Acredita-se que a princesa tenha caído dos céus sobre uma cerejeira. Outro aspecto de forte significado do sakura é sua ligação com os samurais. No período feudal, a vida desses guerreiros era comparada à efemeridade da flor de cerejeira, que durava apenas três dias na primavera. Da mesma forma eram os samurais, sempre dispostos a dar suas vidas em nome de seus mestres.

DADOS TÉCNICOS:
Nome científico: Prunus serrulata
Nome popular: cerejeira-ornamental, cerejeira-do-japão, sakura.
Família: Rosaceae.
Origem e ocorrência: Ásia.
Porte: até 15 metros.
Flores: flores brancas ou róseas formadas no início do outono aqui no Brasil, mas na mesma época sua florada é utilizada para a celebração da primavera no Japão, em uma festa chamada Hanami. Hanami: significa olhar as flores. Na época da florada da cerejeira, as pessoas no Japão, (e também em muitas cidades brasileiras) se reúnem nos parques para apreciar a beleza das flores. Que caem em poucos dias.”

Fontes: www.casaecia.arq.br/arvoreslx.htm / www.niten.org.br/campinas/hanami.htm

O chá de pétalas de sakura (flor da cerejeira) é utilizado em rituais ao ar livre, debaixo das cerejeiras em flor, em casamentos e festividades diversas. Essas festas são chamadas “hanami” que significa “ver ou olhar as flores”.

A flor sakura também tem seu lado trágico. Para os antigos samurais não havia glória maior do que morrer num campo de batalha coberto de pétalas de cerejeira.

O amor pelas cerejeiras, no Japão, está enraizado na sua antiga história, pois desde os tempos dos samurais, esses guerreiros apreciavam a frugalidade e beleza dessas flores, que identificavam como uma alegoria de sua própria existência.

Os próprios kamikazes, pilotos suicidas japoneses da Segunda Guerra Mundial, levavam uma flor desta árvore antes de se atirarem com seus aviões em um ataque mortal contra os barcos inimigos.

Parques como o de Ueno em Tókio acolhem durante os poucos dias em que dura o espetáculo, quase 2 milhões de pessoas e em cidades como Kyoto torna-se quase impossível encontrar uma vaga em um hotel para visitar a cidade mais tradicional do Japão em todo seu esplendor. (Fernando Mexía/Efe)

Em Campos do Jordão as cerejeiras já fazem parte da nossa história desde o longínquo ano de 1936. A Festa da Cerejeira em Flor é considerado o mais tradicional evento da Colônia Japonesa da Cidade.

As primeiras cerejeiras vindas do Japão, foram trazidas e plantadas nesse ano de 1936, por ocasião da inauguração do Sanatório Dojinkai, atualmente São Francisco Xavier, pertencente à Beneficência Nipo-Brasileira, situado na Vila Albertina. Eram da variedade “Takasago” e se adaptaram bem ao clima de Campos do Jordão e continuam apresentando belas floradas no início da primavera.

Em 1937, para comemorar a fundação da Colônia Lajeado, Dr. Shizue Hosoe enviou 10 mudas das variedades Taizan, Botan e Amazonas, plantadas pelos colonos da região. Esses plantios se constituíram teste bem sucedido, pois, as cerejeiras se aclimataram bem ao clima da Mantiqueira, sendo Campos do Jordão uma das poucas regiões do Brasil, onde as cerejeiras do Japão floresceram efetivamente.

Posteriormente foi introduzida a variedade Okinawa, precoce que floresce no inverno. O floricultor Mário Utyiama dedicou-se à multiplicação de outras variedades Benefuken, Yoshiro, e Oshima mediante enxerto em espécies diferentes e produziu variedades híbridas.

No Palácio da Boa Vista, residência oficial de inverno do Governo do Estado de São Paulo, foram plantadas em 1967, quinhentas mudas da variedade Some Yoshino, procedentes do Japão.

A florada das cerejeiras começou a atrair japoneses de diversas regiões do Estado e do País, saudosos dos espetáculos das cerejeiras em flor que, anualmente, presenciavam na sua terra de origem.

O número de visitantes cresceu de ano para ano, fato que despertou nas autoridades jordanenses a idéia de criar um evento com festividades musicais, danças, feira de artesanato para recepcionar esses visitantes.

Em 5 de outubro de 1968, o Prefeito Municipal em exercício, Arakaki Masakasu sancionou Lei da Câmara Municipal, de autoria do Vereador Fausto Bueno de Arruda Camargo, instituindo a Festa da Cerejeira em Flor.

As primeiras festas foram realizadas na Chácara “Cogumelândia”, em Vila Jaguaribe, então propriedade de Mário Utyiama, grande pesquisador, estudioso e conhecedor da arte de cultivar plantas, flores e toda espécie de vegetação. Posteriormente, as festas foram transferidas para o Bosque São Francisco Xavier ou “SAKURA HOME”, onde as cerejeiras floresciam em abundância, principalmente a variedade Yoko, plantadas por Hirofumi Haruna.

Organizada pelo Clube Cereja de Campos do Jordão, a sakura tem até festa anual. Nos meses de agosto, por exemplo, acontecem as edições da Festa da Cerejeira em Flor, evento que leva para a cidade público de 15 mil ou mais visitantes. Tipicamente japonesa, a festa de Campos do Jordão resgata costumes e tradições vindas do Oriente, oferecendo barraquinhas com artesanatos e comidas típicas como yakissoba, tempurá, udon, sushi e outros. Para animar os visitantes são organizadas apresentações de grupos de danças, típicas do Japão e outras como do ventre e livre, além do tradicional karaokê.

Embora tenham sido cultivadas, aqui em Campos do Jordão, outras espécies de cerejeiras ornamentais, as variedades que mais foram e estão sendo cultivadas são, acredito, pela ordem da antiguidade, as seguintes : Benefuken, Botan, Okinawa, Yukiwari, Yoko e Yamalaia.

A floração das cerejeiras é um espetáculo imperdível. Não sintam qualquer tipo de constrangimento ou de vergonha de chorar perante o deslumbre causado pelas magníficas floradas. Eu choro de alegria, de contentamento e de felicidade de poder ver, admirar e agradecer a Deus, primeiramente, pela oportunidade e pelo grande privilégio da visão e da vida e depois a todos imigrantes japoneses que, também, pela Graça de Deus, vieram para Campos do Jordão e aos seus descendentes que aqui permaneceram, engrandecendo nossa cultura e nos dando grandes lições de organização, respeito, preservação e culto de suas legítimas tradições. Campos do Jordão deve muito a essa raça maravilhosa que muito auxiliou e auxilia na construção dos mais fortes alicerces da nossa sociedade jordanense.

O Parque das Cerejeiras, o “SAKURA HOME” é uma pequena e ao mesmo tempo enorme lição que a comunidade japonesa nos dá, de respeito e culto de suas tradições e cultura milenar. Oxalá Campos do Jordão pudesse contar com outros locais semelhantes a esse Parque maravilhoso que nos dá a grande oportunidade de presenciar, anualmente, o espetáculo das cerejeiras em flor.Também, outros parques, onde pudéssemos assistir anualmente, espetáculos das glicínias em flor, das pereiras, ameixeira e pessegueiros em flor, das hortênsias e de outras espécies maravilhosas. Também, parques onde pudéssemos admirar espetáculos de outono, com grande quantidade de liquidâmbares, Plátanos e outras espécies da mesma gama.

Edmundo Ferreira da Rocha, 31 de julho de 2008.

 

 

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Benefuken


Botan


Cerejeiras


Himalaia


Okinawa


Prunus


Yoko


Yukiwari

 


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Edmundo Ferreira da Rocha

 

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