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A glicínia é uma planta vigorosa e lenhosa, da família das leguminosas, de grande valor ornamental. Pode viver por cem anos ou mais.Das espécies de glicínias, uma é originária do Japão e outra da China.
Normalmente é muito utilizada como arbusto. Há que a utilize para a formação de lindos e maravilhosos bonsais.Necessita de um crescimento muito bem planejado e controlado evitando-se o crescimento desordenado.Decora maravilhosamente, troncos de árvores, grades, portais, jardins, varandas, caramanchões, pérgulas ou plantada em vasos grandes.
É uma planta muito apreciada por diversos tipos de abelhas. Produz belos cachos de flores que, dependendo da espécie, apresentam as colorações, branca, rosadas, roxas e diversas tonalidades de lilás. Há espécies que produzem cachos que não ultrapassam os 30 centímetros de comprimento e outra, como a “Wisteria floribunda ou multijuga” que produz cachos de até 45 centímetros de comprimento.
A glicínia se reproduz muito bem e floresce no início da primavera. Necessita de solo de boa drenagem e bastante sol direto para se desenvolver e florir. Não é muito exigente com relação ao clima, embora prefira o clima temperado. Sua reprodução ideal é através de estacas de seus galhos. Também se reproduz por sementes o que não é muito aconselhável. Durante o período de floração principalmente, necessita de regas abundantes.
As espécies de glicínias se adaptam muito bem ao solo e ao clima de Campos do Jordão. Acreditamos que foram trazidas para cá há mais de cinqüenta anos, por imigrantes japoneses ou famílias de alemães que vieram para esta cidade na metade de século passado, pelo fato de serem grandes admiradores e cultivadores de plantas ornamentais e de flores em geral.
De 1940 a 1960, em nosso Jardim Municipal, nossa Praça da Bandeira, havia uma linda e admirada pérgula em formato arredondado, totalmente cercada de várias mudas ou “cipós” de glicínias, cujos troncos tinham quase dez centímetros de diâmetro, o que demonstra a sua antiguidade no local (foto acima – Quadro do pintor Luiz Pereira Moysés). No interior dessa pérgula havia um pequeno aquário com peixinhos brancos e vermelhos, muito admirados pelos freqüentadores desse local. Essa pérgula, totalmente coberta pelos múltiplos galhos das glicínias, que tinha como sustentáculo, troncos de pinheiro araucária e armações de ferro, na época da primavera, ficava totalmente coberta pelos cachos de flor, de tonalidades variadas de lilás e roxo,sendo o principal ponto de atração dessa Praça. Eram espetáculos anuais maravilhosos que deixaram muita saudade para os Jordanenses e turistas que freqüentaram Campos do Jordão naquelas décadas. As pessoas costumavam ficar sentadas nas muretas de pedra que circundavam a pérgula, especialmente no início das tardes. Os cachos de glicínias iluminados pela tênue luz do Sol das tardes, ficavam parecendo cachos lilases e roxos de pura porcelana.Tão grande como esse grande espetáculo de luz e cores era o espetáculo do perfume que exalava das flores das glicínias. Que perfume maravilhoso, inebriante, único e inesquecível para todos, especialmente para os casais enamorados que procuravam esse local para pronunciar suas juras de amor e de paixão.
Infelizmente, em meados da década de 1960, as cortinas desse maravilhoso palco de paz, grandiosidade e beleza, que nos proporcionaram lindos espetáculos, foram fechadas para sempre. As lindas glicínias foram implacavelmente cortadas pelos machados dos inexperientes e insensíveis. Seus troncos inertes, foram levados para algum lugar para serem aproveitados com lenha e suas ramagens menores jogadas em algum canto por aí. Não tiveram nem o cuidado de esperar a época certa para evitar esse ato criminoso. Esse ato poderia ter sido evitado, se na época certa, com o devido cuidado, tivessem arrancado criteriosa e tecnicamente todas essas glicínias que poderiam ter sido reaproveitadas e plantadas em algum outro local previamente preparado, para recebê-las, aqui em nossa Cidade, dando continuidade aos nossos espetáculos anuais.
No local dessa pérgula demolida, foi construída uma fonte luminosa que, jamais pôde apresentar espetáculos tão grandiosos e belos como os da nossa saudosa PÉRGULA DAS GLICÍNIAS. Essa fonte luminosa, utilizada por algum tempo, ficou completamente desativada por vários e incontáveis anos. Recentemente foi reformada.Está sendo utilizada mais como chafariz do que como fonte luminosa, porém, está enfeitando e dando um pouco mais de graça à nossa Praça da Bandeira.
Muitas pessoas, em suas casas particulares e em alguns hotéis, ainda têm suas glicínias de estimação,decorando a paisagem das fachadas de suas residências e de seus estabelecimentos. A minha querida amiga Guiomar Abitante, tradicional Jordanense dos velhos tempos, por exemplo, fez no quintal de sua casa, uma pequena estrutura de ferro e ajeitou sua glicínia. Na época de primavera é um espetáculo maravilhoso, que dá para recordar um pouquinho dos espetáculos da nossa pérgula municipal. A Professora Maria José Ávila, a Professora Zezé, também é uma eterna admiradora da beleza das nossas glicínias.
Agradeço à Guiomar Abitante, à Professora Zezé, a minha mãe Odete, à Esther Pinheiro, ao meu amigo Iuzi Nodomi, ao Dirceu Garcia de Almeida e esposa Sra. Angela Maria Poso de Almeida, a Sra Maria Cristina, proprietária de linda casa decorada amplamente com as glicínias em Vila Capivari, a oportunidade que me deram de fotografar as suas glicínias maravilhosas e que são aqui mostradas a todos que admiram essa beleza.
Edmundo Ferreira da Rocha
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