RAYMUNDO, nome simples para um artista de grande talento, em plena ascensão.
Raymundo, homem simples, tranqüilo, humilde, dotado de grande e inconfundível talento para a pintura.
Os quadros mostrados a seguir, retratando várias e lindas paisagens de Campos do Jordão e muitas outras, foram pintados pelo simples e humilde BENEDITO RAYMUNDO CORREIA, mais conhecido como Raymundo, como assina os quadros de sua autoria. Raymundo é nascido no Vale do Baú, mais especificamente no Baú do meio, município de São Bento do Sapucaí – SP, onde morou grande parte de sua vida. Sua profissão, no início, por longo tempo, sempre esteve ligada ao cultivo da terra. Um autêntico lavrador de pequeno porte, trabalhando em lavouras de subsistência. Posteriormente, vindo morar em Campos do Jordão, passou a exercer trabalhos de pedreiro na construção civil.
Raymundo tem, atualmente, 60 anos de idade. É filho primogênito do casal Benedito Correia e Vicentina Lourdes Correia, e tem dez irmãos: Marinete, José Odair, Maria Helena, Maria Amélia, Maria Odaísa, Luciana, Tarcísio, Odenízio, Luiz Carlos e Nilton, todos exímios profissionais em seus ramos da atividade. O irmão Tarcísio é um excelente artista de múltiplas facetas e habilidades, destacando-se na arte dos pisos, azulejos, madeira, decoração com esculturas feitas por ele mesmo em diversos tipos de massas, madeira e concreto.
Enquanto morava e trabalhava no Vale do Baú, Raymundo ouvia, pelo rádio portátil, notícias, músicas, programas e os comerciais veiculados. Um dia, ouvindo propaganda do Instituto Universal Brasileiro, que falava sobre curso de pintura em tela, resolveu escrever para lá e se inscreveu no curso por correspondência. Estudou com afinco e dedicação as apostilas recebidas. Não tinha à sua disposição o mestre para tirar dúvidas e sanar dificuldades encontradas. Enviava regularmente para a Escola as provas e trabalhos exigidos para avaliação do seu aproveitamento. Como prova final para conclusão do curso, deveria pintar uma tela com assunto predeterminado e levar pessoalmente ao Instituto Universal Brasileiro localizado na cidade de São Paulo.
Pintou o quadro com máxima dedicação e cuidados especiais aprendidos durante o curso. Rumou para São Paulo e, lá chegando, com toda sua simplicidade e humildade, inclusive na sua maneira de vestir, a inesperada surpresa: não permitiram que o Raymundo entrasse nas dependências da escola, talvez impressionados com seu jeito de se apresentar, talvez pensando tratar-se de alguém que queria algum favor, indesejado para eles, ou até algum auxílio. Depois de alguma insistência, depois que o humilde e simples Raymundo informou que era aluno do curso de pintura por correspondência e que levava o quadro solicitado para sua avaliação final, é que permitiram sua entrada.
De lá para cá nunca mais deixou de pintar. É provido de refinada sensibilidade, aproveitando os mínimos detalhes que se apresentam em cada ambiente escolhido para os quadros da sua autoria. É, com certeza, dotado de excelente memória fotográfica. Tem percepção aguçada, preferindo pintar paisagens diversas. Aperfeiçoou sua técnica, levou tombos e levantou várias vezes, sempre só, sem contar com auxílio de artistas mais experientes. Adquiriu estilo próprio, tornando-se artista plástico especialmente importante, evidenciado pela sua formação desprovida de requintes sofisticados e pela sua maneira de ser, sempre muito humilde e simples, produzindo pinturas no estilo realista, rica em detalhes, que chegam a excelente grau de perfeição, sendo muito apreciada. Foi premiado com medalha de ouro no primeiro “Salão Camargo Freire”, realizado nas dependências da Associação Cristã de Moços de Campos do Jordão – ACM.
Atualmente, depois que solicitei para que pintasse um quadro com paisagem típica de Campos do Jordão, a primeira que ilustra este texto, Raymundo tem pintado muitos outros quadros com paisagens serranas, mostrando vários aspectos relacionados a esta região, muito apreciados e procurados pelos amantes das belas imagens.
23 de maio de 2012
Edmundo Ferreira da Rocha
|