Ao
peso de cruz e coroado com espinhos,
Lá
vai Jesus calvário acima
Marcando
com sangue o caminho!...
Na
piedade do Cirineu ele se arrima.
Só
as mulheres atrás subiram,
Com
amor chorando a dor de Maria.
Os
discípulos sumiram
E
foram se esconder na covardia.
De
longe Judas o acompanha.
Ódio
e vergonha deformam-lhe o rosto.
Cada
golpe que Jesus apanha
Aumente-lhe
o desgosto.
Mas
ainda tem fé num imprevisto.
Nem
tudo consumado.
Desde
o beijo à face de Cristo
Andara
para todo lado
Agitando
o patriotismo do povo,
Tentando
pô-lo em pé de guerra.
O
Rabi era o novo
Enviado
para libertar a terra
Das
garras de águia imperial!...
Mas
encontrara todos na descrença
Ter
vindo Jesus do Pai Celestial.
Recebido
com indiferença.
Como
ser o Messias crucificado
E
o céu não desabar?!...
Judas,
vencido e humilhado,
Em
desespero pôs-se a rir e chorar...
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