Noite
de estrelas.
A
lua alumia a cena
Para
que o céu e terra possam vê-la.
Perfumada
brisa amena
Acaricia
as oliveiras.
Nos
mantos envoltos,
Deitados
na relva rasteira
Os
discípulos dormem a sono solto...
Jesus,
ajoelhado, reza.
Seu
cálice de fel transborda...
Angústia
ao peito lhe sopesa.
Mas
nenhum dos Onze se acorda
Para
beber com ele a taça de amargura.
Aos
poucos a paz nele renasceu.
Doce
paz que a cada criatura
Durante
três anos piedosamente ofereceu.
Não
acreditaram ele fosse
“O
caminho, a verdade e a vida
E
seu jugo suave e doce”.
Contempla
a cidade adormecida.
Plantado
no dorso do Monte Sião,
O
Templo sobre ela se debruça.
Em
volta, o bairro do luxo e ostentação.
O
vale da miséria a seus pés soluça.
-
Ó milionário e majestoso Templo,
Donde
o Filho
do Homem foi escorraçado!...
Pela
última vez daqui eu te contemplo,
Ó
escárnio ao povo desgraçado!...
Não
és templo mas colossal tesouro,
Mercado
explorando a boa fé.
Deus
te abandonou... Ficou-te o bezerro d’ouro!
Pouco
tempo ficarás de pé...
Queda-se
olhando à distância.
Seus
amigos profundamente imersos
No
sono da ignorância,
Sequer
sonhavam iam ser dispersos...
Pedro,
Tiago, João, André,
Mateus,
Felipe, Bartolomeu,
Tiago
menor, incrédulo Tomé,
Simão
Zelote, Judas Tadeu.
Herdeiros
da nazarena fé.
Fé,
centelha divina alumiando o coração.
Se
muito intensa ela é,
Ofusca
a luz da razão.
À
vista decisivos acontecimentos,
Não
vêem o fim que se aproxima.
Nos
derradeiros momentos
Jesus
tenta alertá-los mas não se anima.
A
pedra e os pilares da sua igreja...
E
a cúpula, a torre de irradiação
Para
que universal ela seja?...
Paulo!...
Homem de fé, dinâmico e de visão.
Viria
pela Estrada de Damasco
Convertendo
Judeus e gente pagã...
Tenebroso
carrasco,
Tornou-se
luminar da Doutrina Cristã.
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