Ante
Jerusalém sempre mais hostil,
Suspira
Jesus mágoa que nele medra:
“Até
as feras têm o seu covil,
Só
o Filho
do Homem não têm uma pedra
Onde
repousar a cabeça”.
E
sai tropeçando na geral descrença
Sem
esperança, quase, jamais floresça
A
fé semeada na aridez imensa
Do
empedernido coração humano.
Chegou
à Fonte Samaritana.
Uma
mulher do povo profano
Deu-lhe
água da solidariedade humana.
Ofereceu-lhe
Jesus água da Fonte Eterna.
E
pela primeira vez revelou-se quem era.
Estendeu-lhe
a mão fraterna
Sabendo,
embora, muitos maridos ela já tivera.
Os
discípulos estranharam
Vê-lo
conversar com a mulher.
Se
entreolharam,
Julgando-o
ainda homem qualquer.
Dois
dias
em Samaria Jesus
permaneceu,
Cercado
de amor e respeito.
Comeu
o pão da paz, água do amor bebeu,
Livre
da peregrinação do povo eleito.
Samaritanos,
filhos bastardos do Pai Jacó!...
O
preconceito tribal negou-lhes a herança
Trazida
à Canaã pela porta de Jericó,
Entesourada
por Moisés na Arca da Aliança.
Morto
o Rei Salomão,
Os
filhos das suas mil esposas e concubinas
A
golpes de Caim disputaram a sucessão,
Reino
ficando em ruínas...
O
vitorioso Roboão,
Arrogante,
mesquinho, inepto e cruel,
Motivou
dez tribos chefiadas por Jeroboão.
Proclamarem
Samaria reino de Israel.
Tratadas
eram com desdém
Pelas
tribos de Benjamim e de Judá
Reinantes
em Jerusalém
À
sobra do Templo de Jeová.
Os
samaritanos mesclavam-se aos gentios...
Não
obedeciam ao Sumo Sacerdote,
Moldaram
as leis de Moisés a seu feitio,
Aos
tradicionalistas causando ódio de morte.
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