Tropel começa a subir
o monte...
Os Onze fiéis se
acordam.
Jesus perscruta o
horizonte...
Guardas do Templo o
abordam.
Na agitação do prende
e não prende,
Pedro arrebata espada
de um guarda
E corta-lhe a orelha.
Jesus o repreende,
Dominando confusão
formada
Malco geme de dor,
Sua couraça ficando
vermelha...
Jesus anestesia-o com
a fé ao lhe repor
A decepada orelha
Jesus e Judas se
encontram.
“Amigo, a que
vieste?”
Pergunta-lhe quando
se defrontam.
Tens consciência do
que fizeste?
Judas ergueu a mão
para dar-lhe bofetada.
Jesus açoitou-o com o
olhar.
A mão adormentada
Foi baixando
devagar... devagar...
- Só me causa pena...
muita pena.
Judas, rindo sem
graça, cuspiu-lhe um beijo...
Oh! O Beijo!... Beijo
que não dera em Madalena
E jazia no fundo do
seu desejo?
Frustração por não
querer Jesus chefiar
Revolta que daria no
povo inteiro
Banho de sangue sem
nada de bom resultar?
Por dinheiro?
Por ser ladrão, como
acusa-o João?
Beijo dos beijos de
vibração universal!...
Beijo de amor, ciúme,
ódio e traição...
Grandeza e miséria
moral.
O amor, chorando,
beijou-lhe os pés.
O ódio, sorrindo,
beijou-lhe a face.
Cumpriram fielmente
seus papéis
Para que o drama do
calvário se eternizasse...
A reação de Pedro
fortaleceu a esperança
De Judas no êxito do
seu plano.
Sumiu e foi organizar
a matança
Do abominável
exército romano.
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