Nos fundos de uma
carpintaria
Morava José com a
esposa Maria.
Ela tinha a casa para
cuidar
E o filho para criar.
Quando tempo lhe
sobrava
Ao jardim se
dedicava.
O Carpinteiro
Na oficina trabalhava
o dia inteiro.
À porta da casa o
tradicional mezuzá
Com água da
hospitalidade em nome de Jeová.
Na sala, mesa e
rústicas cadeiras.
Nos quartos,
estendidas no chão, esteiras
A quem pedisse
pousada.
Hospitalidade era
sagrada.
Jesus, criado no
peito,
Saúde e
desenvolvimento perfeito.
Em memória ao
lendário Pacto de Abrahão,
Submetido à
circuncisão.
Limpo e bem
alimentado,
Num berço de palha
ficava deitado.
Aflora o primeiro
dente,
Tornando os pais mais
sorridentes.
Ensaia os primeiros
passos...
Maria, risonha,
abre-lhe os braços...
Levanta e cai...
levanta e cai...
Dos braços da Mãe aos
braços do Pai...
Mamã... Papá...
Mamã...
Palavras luminosas
como a Estrela da Manhã!
Dentes de leite
caindo...
Dentes perfeitos
surgindo...
Nasceram José, Ana;
Maria, Tiago, Judas e Simão.
Para as irmãs Jesus
era a razão
De tudo que de belo e
nobre no mundo existia!...
Sobre ele o ciúme
explodia.
As irmãs o defendiam.
Discutiam...
Briga de irmãos.
A Mãe pregava-lhes
sermão.
Cresceu Jesus como
toda criança,
Ridente flor da
esperança
Desabrochando ao sol
do amor, da paz e da fé
Na paisagem mística
de Nazaré.
Brincava com irmãos e
guris vizinhos,
Brigando em defesa
dos ninhos.
O Pai ensinava-lhe
carpintaria.
A sinagoga, teologia.
Lhe ensinaram ler,
Fazer contas e
escrever.
Se aprendeu,
Provas não deu.
Não veio para
problemas da inteligência
Mas para o coração e
a consciência.
Ao luar da tradição,
Contavam-lhe
historias da família de Abrahão.
De Jerusalém
contavam-lhe maravilhas,
À luz da fé sobre ele
brilha
A estrela do
aventuroso Rei Davi,
Cantada em prosa e
versos pelos rabis.
Cidade túmulo dos
profetas,
À espera do Messias
salmodiando em festa.
Berço de Davi e seu
filho Salomão,
Cidade de amor e
ódio, vingança e perdão!...
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