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Peregrinação ao Templo

 

Obrigatório a todos os judeus

Aos doze anos ir, na páscoa, à Casa de Deus.

Jesus, poeta, sonhando vivia

Com esse maravilhoso dia...

 

Doze anos ele agora tem.

Ei-lo a caminho de Jerusalém

 

Cumprindo mesma penitência,

De todas as procedências

Caravanas de peregrinos

Trilhavam idêntico destino:

O Templo do Monte Sião!...

 

Templo construído por Davi e Salomão.

 

Arrasado por Nabucodonosor,

Babilônico rei do ódio e do terror.

Reconstruído por Zorobabel

Ajudado por Ciro, rei persa amigo de Israel.

Destruído na luta contra o general Pompeu...

 

Erguido pelo infanticida Herodes, o indumeu,

Em dimensões de maravilha

Visto à distância de alguma milha.

Rente ao Templo, a Fortaleza Antônia,

Quartel da legião romano-saxônica,

Mantinha domínio do império.

 

Mas a fortaleza com tropas de Tibério

E legiões de Deuses do império ateu

Impotente era a fé do povo hebreu.

Palco de lutas, heroísmo, covardia e glória,

O povo gravata na Templo sua história.

 

De túnica azul, descalço,

Pequena trouxa debaixo do braço

Jesus caminha com os pais.

 

De tudo que vê perguntas ele faz,

Atento ao movimento do caminho.

Alguns peregrinos, seus vizinhos.

Viagem longa e cansativa

Transformava a jornada festiva

Num cortejo de ansiedade.

 

Caminhavam com dificuldade.

Caminho pedregoso, ar poeirento,

Sol de queimar pensamento.

 

Iam arrastando o passo.

Jesus, pisando no cansaço,

Corria para todo o lado

Ajudando os estropiados

Não sucumbirem ao desânimo,

Dando-lhe pão ázimo, água e ânimo.

 

Iam rezar pela vida do Messias

Anunciando, há séculos, pelo Profeta Isaias.

 

Quem sabe vai chegar agora...

Já está passando a hora...

Murmuravam,

E o passo apressavam...

A esperança dava-lhes força.

Gente velha parecia moça,

Os fracos sentiam-se fortes.

 

Cheia de fé a vida sorria zombando da morte.

Caminho milenar da tradição,

Trilhado desde a Mesopotâmia por Abrahão.

Descendo da Caldéia, Babilônia, Assíria,

Atravessava o Líbano e Síria

Unindo o norte da Galiléia

Ao sul extremo da Judéia.

Itinerando as cidades de Citópolis,

Sebaste, Antipátris, e Nicópolis,

Ao fim de três dias, tropeçando nas canseiras,

Subiram o Monte das Oliveiras.

 

Por entre as árvores

Vislumbraram imensa construção de mármore...

O Templo refulgindo ao sol,

Irradiando esperança aos descendentes de Jacó.

Exultantes abriram-lhe os braços!...

Trocaram, entre si, beijos e abraços.

Empunhando ramos de oliveira

Entoaram a canção costumeira

“Aleluia ! Aleluia ! Nossos passos se detêm

Às tuas portas, ó Jerusalém!...

 

 

 

 

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